n. 12 (2013): Diversidade e riqueza temática: os Cadernos pedem passagem - ISSN 2179-2143
Cadernos do Tempo Presente
Revista Interdisciplinar de História
Grupo de Estudos do Tempo Presente - UFS
Edição n. 12, julho de 2013
Após a reformulação do nosso site, que marca uma nova fase dos Cadernos do Tempo Presente, seguimos o processo de aprimoramento de cada edição para proporcionar ao leitor um conteúdo rico em reflexões acadêmicas sobre as tensões e fenômenos relevantes dos últimos séculos. Aspectos como os neofascismos, as relações cinema-história, a cibercultura, as ditaduras e os mais diversos acontecimentos relacionados à história recente do Brasil e do mundo continuam a intrigar pesquisadores e a proporcionar valiosas contribuições aos debates travados na atualidade.
Nesta 12º edição, a diversidade das temáticas apresentadas é um dos pontos que merece destaque. O professor Drº Paulo Giovani Antonino Nunes aborda a situação social e política do Estado de Minas Gerais, no momento que antecede o golpe civil-militar de 1964, a partir da oposição entre forças que apoiavam o projeto trabalhista do presidente João Goulart e a organização de forças políticas que o combatiam.
Em seu estudo sobre a produção de sentido em torno do lançamento do filme Cronicamente inviável (Sérgio Bianchi, 2000), o professor Drº Pedro Plaza Pinto pauta a controversa recepção que levou à discussão sobre a adequação entre obra e realidade histórica do Brasil na recente virada de século. A partir da análise da crítica especializada e do material do fílmico, o autor trata da questão do realismo cinematográfico e interpreta redes discursivas que se tecem em torno do processo de significação do objeto.
Merece destacar nesta edição o artigo do professor Drº Robério Américo do Souza, em parceria com a mestranda Patrícia de Souza, que trata das práticas de fé e celebração no município de Santa cruz dos Milagres, no sertão do Piauí. Os autores realizam um esforço de compreensão histórica da experiência social de fiéis cristãos, num movimento de constante recriação de sua divindade.
Dignas de menção também são as contribuições das mestrandas Julia Massucheti Tomasi e Isabelle Portes, que discutiram, respectivamente, as páginas da internet como documentos de pesquisa para a história e as relações entre cidadania e imaginário nas canções de Moreira da Silva. O tema das representações sobre os índios no ensino de história contemporânea, a partir das observações da comunidade escolar em torno dos livros didáticos, foi discutido em artigo dos mestres Kléber Rodrigues e Diogo Francisco Cruz Monteiro.
Mantendo a tradição de publicar resenhas de livros e filmes que apresentem conteúdo relevante para reflexão acadêmica, destacamos a análise de Guilherme I. Franco de Andrade sobre a obra O Mundo visto da mais extrema-direita, do fascismo ao nacionalismo revolucionário, escrita pelo historiador francês Nicolas Lebourg, que explica como o fracasso político da direita francesa, na tentativa de manter a Argélia como seu território, a levou a buscar um novo caminho político.
Num caminho oposto, mas não menos rico, Sabrina Fernandes Melo resenhou Neocolonial, Modernismo e Preservação do patrimônio no debate cultural dos anos 1920 no Brasil, da professora e pesquisadora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), Maria Lúcia Bressan Pinheiro. O livro é fruto dos questionamentos da autora quanto ao neocolonial e suas particularidades como estilo arquitetônico e movimento cultural, promotor de desdobramentos importantes para lançar bases e promover debates sobre a questão patrimonial brasileira. Diante de tantos temas instigantes e variados, acreditamos que a leitura tem tudo para ser agradável e produtiva.
Os Editores