Vol. 12 No. 02 (2021): Jul - Dez 2021: Revista Cadernos do Tempo Presente
É com grande satisfação que anunciamos o lançamento de uma nova edição dos Cadernos do Tempo Presente. Nela, encontraremos textos voltados principalmente para área de história, mas que mantêm o compromisso com a interdisciplinaridade. São trabalhos que nos auxiliarão a pensar o nosso tempo presente, a memória, a cultura e as relações sociais, além, é claro, de nos oferecerem ferramentas teórico-metodológicas para futuras pesquisas.
Tal contribuição é iniciada com o texto de Cristiane Souza Borzuk, com o seu trabalho sobre natureza e história e como essa relação influencia a formação social dos indivíduos. Utilizando como referencial a Teoria Crítica da Sociedade, a autora analisa o desenvolvimento dos sujeitos ao longo da civilização ocidental e seu processo de socialização. Em seguida, Giselda Brito Silva, em seu estudo sobre as populações da Baixa de Cassange nas lutas pela libertação de Angola, em 1961, investiga o direito à memória e à história. Silva parte de uma rica documentação composta por arquivos digitais da Torre do Tombo e de depoimentos para questionar as lacunas da história sobre a independência angolana.
No campo da História Cultural, Cristiana Soares de Oliveira e Cristiano Cezar Gomes da Silva analisam os discursos turísticos sobre o nordeste brasileiro nas redes sociais. Os autores seguem a perspectiva teórica francesa de análise do discurso, fundada nos anos 1960 pelo filósofo Michel Pêcheux. Seguindo essa mesma linha, Cíntia Magnus Gomes e Ismael Gonçalves Alves voltaram suas pesquisas para observar como a violência praticada contra as mulheres se faz presente nas letras de músicas do estilo que chamamos de “Sertanejo Universitário”. O recorte dos autores é o ano de 2010.
Por sua vez, Geovanni Rocha Junior empreende um trabalho de História Política para investigar as greves trabalhistas em Santa Catarina, entre 1985 e 1995. O autor analisou o jornal Diário Catarinense para verificar os conflitos trabalhistas entre empresários, integrantes do governo e sindicatos. Também na área da História Regional, mas com foco na Educação, Luciene Amaral da Silva e Inalda Maria dos Santos apresentam o resultado da pesquisa que realizaram no sertão alagoano. As autoras verificaram, por meio de entrevistas e observação participante, como a sociedade dessa região participou da elaboração e efetivação do planejamento educacional decenal que resultou no Plano Municipal de Educação.
Por fim, fechamos a edição com duas resenhas. A primeira, de Jorge Luiz Zaluski, sobre a obra Tempo Presente: uma história em debate, organizada por Antônio Manoel Elíbio Júnior. A segunda, de autoria de Sergio Schargel, sobre o clássico livro de Umberto Eco, O fascismo eterno.
Desejamos a todas e todos um ótimo 2022 e uma boa leitura.
As (os) Editoras (es).