Vol. 13 No. 01 (2022): v. 13 n. 01 (2022): Jan - Jun 2022: Revista Cadernos do Tempo Presente
Eis mais uma edição dos Cadernos do Tempo Presente, a primeira de 2022.
Mantendo o nosso compromisso com a pesquisa científica em âmbito nacional e internacional, abrimos este número com o texto de Jacopo Bassi em um trabalho sobre História, Cinema e Imprensa. O autor realiza um estudo sobre a exibição e a recepção do filme Sensualitá nos jornais da Itália da década de 1950, principalmente entre a população exilada da Ístria, localizada na península do mar Adriático. Bassi busca analisar como se deu a repercussão da película em meio a uma população marcadamente formada por uma cultura democrático-cristã. Em seguida, Rafael Araujo e Jean Sales, em um texto de História Política e História do Tempo Presente, analisam a relação das Forças Armadas brasileiras com o bolsonarismo. Os autores investigam a atuação cada vez mais forte e presente dos militares na política brasileira a partir da chegada de Jair Bolsonaro à presidência da república e como o atual governo é caracterizado por aspectos fascistas.
Ainda no campo da História Política, Izabelly Oliveira Lins da Silva e Cristina Pereira de Araujo investigam como o Partido Comunista Brasileiro (PCB) influenciou na formação e organização das Associações de Moradores de Comunidades do Recife. Tendo como objeto de estudo a “Frente do Recife” (1955-1964), esse é um texto que destaca o papel político dos movimentos de bairros diante dos governos municipais e estaduais em um contexto de transformação das moradias populares por parte do poder executivo. Também executando um estudo sobre a reconfiguração urbana e suas implicações políticas, José de Arimatéa Freitas Aguiar Júnior e Pedro Pio Fontineles Filho observam o território piauiense durante o Estado Novo sob o governo do interventor Leônidas de Castro Melo. Utilizando como fontes jornais da época e testemunhos, os autores compreendem como ocorreu a modernização urbana do Piauí e a relação desse processo com o governo de Getúlio Vargas.
Jussiara de Oliveira Barros e Luciana Araújo dos Reis também realizam um trabalho sobre memória através do estudo sobre como a velhice é construída pelos profissionais da Atenção Primária de Saúde (APS) que atuam na Equipe de Saúde da Família (ESF). Utilizando o aporte teórico-metodológico de dados construídos por meio de entrevistas e da Análise do Discurso, as autoras analisam como ocorreu a construção social da velhice. Ainda temos o artigo de Marcelo Antonio Bullos Cerqueira Júnior e Juliana Mércia Guilherme Vitorino, em um texto de revisão teórica sobre Redução de Danos. Através da análise de conceitos como cuidado de si, pontos de singularidade, colonialidade e subalternidade, os autores buscam analisar os padrões proibicionistas que estruturam nossa sociedade em relação ao uso de drogas e seus usuários.
Por fim, temos duas resenhas. A primeira, de Allan Pontes Pettinelli, é sobre a obra Chile despertó: Lecturas desde la Historia del estallido social de octubre (2019), editada por Mauricio Folchi. A segunda, de autoria de Luca Lima Iacomini, tem como objeto o livro Povo de Deus: Quem são os evangélicos e por que eles importam (2020), de Juliano Spyer.
Desejamos a todas e todos uma boa leitura.
As (os) Editoras (es).