No. 11 (2013): The Last Catastrophe, El Comandante e Cypherpunks no Tempo Presente - ISSN 2179-2143
Cadernos do Tempo Presente
Revista Interdisciplinar de História
Grupo de Estudos do Tempo Presente - UFS
Edição n. 11, abril de 2013
Começamos 2013 acompanhados de um novo site e de uma nova edição. As mudanças realizadas em nossa página virtual pretendem proporcionar um ambiente mais agradável para leitura de nossos volumes, e para a apreciação dos temas contemplados em nossas publicações. Na décima primeira edição dos “Cadernos do Tempo Presente”, os colaboradores põem em evidência o respeito que a nossa revista vem ganhando. O texto de abertura desta edição é indubitavelmente prova deste reconhecimento.
“The Last Catastrophe” é o provocativo título do novo livro do historiador francês Henry Rousso. Nesta edição, reproduzimos o texto fruto de conferências feitas pelo autor em duas das mais prestigiosas universidade do mundo – Harvard e Yale, nos EUA –, nas quais o autor apresenta as linhas centrais do seu novo trabalho. A “última catástrofe” marca os estudos da História Contemporânea, nos empurra para a reflexão sobre a contemporaneidade, sobre as demandas surgidas do presente.
Neste sentido, a morte de Hugo Chávez Frías (1954-2013) é a última catástrofe para a história do tempo presente venezuelana. A morte de Chávez, El Comandante, no último dia 5 de março, provocou um clima de dor e tensão. O episódio, é certo, também trará novos desdobramentos para o cenário político internacional. Como fica o chavismo sem o homem que o inspirou? O primeiro artigo, de Rafael Araújo, reflete sobre os desdobramentos da morte de Chávez. Em seguida, Itamar Freitas analisa as apropriações que as propostas curriculares estaduais brasileiras e estadunidenses – produzidas entre 2002 e 2012 – fazem do “contemporâneo” e o do “tempo presente”. O autor observa a predominância do contemporâneo sobre os demais períodos no ensino de História, porém, a ausência de uma definição sobre o tempo presente é também visível.
Após as questões sobre o Brasil e os Estados Unidos, observamos, no segundo artigo, as relações comerciais entre Argentina, Chile e Bolívia feitas pelo economista Juan Pedro Brandi. O autor apresenta uma análise descritiva sobre o fluxo de comércio da Argentina com os dois países associados ao MERCOSUL. Na sequência está o artigo de Lucas Patschiki abordando o movimento estadunidense Tea Party, criado entre os anos de 2009 e 2010, e considerado integrante da terceira “onda” histórica fascista. Patschiki analisa a origem social de seus membros, seus financiadores, sua metodologia organizativa e ideologia.
Seguindo adiante, temos a exposição sobre a integração entre Brasil e África durante o governo de Luís Inácio Lula da Silva feita por Marcela Winter, na qual se analisam as linhas de política externa delineadas para a África entre os anos de 2003 e 2010. Há ainda o artigo de Matteo Troilo originalmente publicado pela a revista “Diacronie” (ISSN 2038-0955), nossa parceira italiana. Agora traduzida para o português por Anita Lucchesi, o texto centra-se nos usos das fontes on-line pelos estudantes de história econômica na Itália. Através de Troilo, podemos notar que a utilização de tais fontes introduz mudanças metodológicas e desafios à preservação das mesmas.
Nesta edição, lançada às vésperas do início de um novo Conclave da Igreja Católica, Péricles Andrade e Jonatas Menezes analisam os dados do Censo 2010 sobre o campo religioso brasileiro, sobretudo o universo “cristão” – católicos e protestantes –, comparando o crescimento e o decréscimo dos diversos grupos ao longo dos últimos 30 anos.
A resenha de Lucia Falcão e Floor Van Alphen analisa o debate de Mario Carreteiro sobre o ensino de história nos estudos mais recentes sobre aprendizagem. Além desta apreciação, também contamos com uma análise do livro “Cypherpunk”, do ciberativista Julian Assange, feita por Dilton Maynard.
Um novo ano, novo número e um novo site. Gostaríamos de agradecer aos órgãos de fomento (CAPES, CNPq e FAPITEC/SE) que possibilitaram as condições necessárias não apenas para a atualização do site, mas para a realização de uma série de atividades do Grupo de Estudos do Tempo Presente.
Boa Leitura!
Os Editores