A Degradação e a Autenticidade do Trabalho: experiências e significados desiguais nas classes populares e médias
DOI:
https://doi.org/10.21669/tomo.vi39.13351Palavras-chave:
Classes sociais, Trabalho, Desigualdade Social, Experiências sociaisResumo
Este artigo deriva da pesquisa empírica “Radiografia do Brasil contemporâneo”, realizada entre os anos de 2015 e 2016 junto ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Abordamos a desigualdade entre
as classes sociais a partir da problematização do modo como essas vivenciam e se relacionam subjetivamente em seu cotidiano e ao longo de suas biografias com o mundo do trabalho. Por meio de entrevistas em profundidade com indivíduos das classes populares e também com integrantes das classes médias, discutimos como as experiências vividas e significados atribuídos ao trabalho apresentam conteúdos contrastantes e profundamente desiguais quanto às formas de inserção, sentido, trajetória e identidade. Sustentamos, no artigo, a tese segunda a qual a esfera do trabalho brasileira se caracteriza, em grande medida, como um domínio de rotinização de experiências de não-reconhecimento, violência e desclassificação social contra as frações mais destituídas das classes populares.
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