DIÁLOGOS INTERCULTURAIS EM NADA DIGO DE TI QUE EM TI NÃO VEJA
DOI:
https://doi.org/10.51951/ti.v12i25.p272-280Palabras clave:
Interculturalidade;, Eliana Alves Cruz;, Nada digo de ti que em ti não veja.Resumen
Os agenciamentos socioculturais apontam para as múltiplas atividades de disputas e (re)negociações entre os sujeitos políticos. A literatura é um desses espaços no qual transitam e interconectam-se diversas demandas. Hodiernamente, a produção literária negra, especialmente no que se refere aos textos escritos por mulheres, vem questionando certos pressupostos hegemônicos que são marcadores de hierarquizações entre os grupos sociais. Eliana Alves cruz é uma das escritoras negras brasileiras que emergem na contemporaneidade apresentando reivindicações de direitos e visibilidade para as potencialidades das pessoas negras. Conhecida por seus romances históricos, a autora trouxe em 2020 mais uma narrativa que opera uma desestabilização dos centros de dominação socio-histórica, ao ressaltar as trajetórias de lutas e subversões de personagens negras no Brasil escravagista do século XVIII. Nesse sentido, por meio de pesquisa bibliográfica, procuraremos discutir os processos de interculturalidade e afirmação das subjetividades negras manifestados no romance Nada digo de ti que em ti não veja, de Eliane Alves Cruz (2020). Os processos de alteridade inscritos no romance histórico em foco, principalmente aqueles nos quais se analisa a atuação da protagonista da trama – a mulher negra transgênereo Vitória-, evidenciam as resistências e enfrentamentos das comunidades negras perante os sistemas de opressão.
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