DIÁLOGOS INTERCULTURAIS EM NADA DIGO DE TI QUE EM TI NÃO VEJA

Autores

  • Roberta Tiburcio Barbosa Universidade Estadual da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.51951/ti.v12i25.p272-280

Palavras-chave:

Interculturalidade;, Eliana Alves Cruz;, Nada digo de ti que em ti não veja.

Resumo

Os agenciamentos socioculturais apontam para as múltiplas atividades de disputas e (re)negociações entre os sujeitos políticos. A literatura é um desses espaços no qual transitam e interconectam-se diversas demandas. Hodiernamente, a produção literária negra, especialmente no que se refere aos textos escritos por mulheres, vem questionando certos pressupostos hegemônicos que são marcadores de hierarquizações entre os grupos sociais.   Eliana Alves cruz é uma das escritoras negras brasileiras que emergem na contemporaneidade apresentando reivindicações de direitos e visibilidade para as potencialidades das pessoas negras. Conhecida por seus romances históricos, a autora trouxe em 2020 mais uma narrativa que opera uma desestabilização dos centros de dominação socio-histórica, ao ressaltar as trajetórias de lutas e subversões de personagens negras no Brasil escravagista do século XVIII. Nesse sentido, por meio de pesquisa bibliográfica, procuraremos discutir os processos de interculturalidade e afirmação das subjetividades negras manifestados no romance Nada digo de ti que em ti não veja, de Eliane Alves Cruz (2020). Os processos de alteridade inscritos no romance histórico em foco, principalmente aqueles nos quais se analisa a atuação da protagonista da trama – a mulher negra transgênereo Vitória-, evidenciam as resistências e enfrentamentos das comunidades negras perante os sistemas de opressão.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. Trad. Júlia Romeu. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In: Magia e técnica, arte e política. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. 3.ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987, p. 165-196.

BHABHA, Homi k. O local da cultura. Trad. Myriam Ávila; Eliana Lourenço L. Reis; Gláucia R. Gonçalves. 2.ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013.

CAMPOS, Haroldo de. Da transcrição poética e semiótica da operação tradutora. Belo Horizonte: Fale; UFMG, 2011.

CRUZ, Eliana Alves. Nada digo de ti, que em ti não veja. Rio de Janeiro: Pallas, 2020.

CUTI, Luiz Silva. Literatura negro-brasileira. São Paulo: Selo Negro, 2010.

HUTCHEON, Linda. Poética do pós-modernismo: história, teoria, ficção. Trad. Ricardo Cruz. Rio de Janeiro: Imago Ed, 1991.

NASCIMENTO, Abdias. O quilombismo: documentos de uma militância pan-africanista. 3.ed. São Paulo: Perspectiva; Rio de Janeiro: Ipeafro, 2019.

RIBEIRO, Djamila. Pequeno Manual antirracista. São Paulo: Companhia das Letras, 2019

RUFINO, Luiz. Pedagogia das encruzilhadas. Rio de Janeiro: Mórula editorial, 2019.

Publicado

05-07-2022

Como Citar

TIBURCIO BARBOSA, Roberta. DIÁLOGOS INTERCULTURAIS EM NADA DIGO DE TI QUE EM TI NÃO VEJA. Travessias Interativas, São Cristóvão-SE, v. 12, n. 25, p. 272–280, 2022. DOI: 10.51951/ti.v12i25.p272-280. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/Travessias/article/view/16764. Acesso em: 19 dez. 2024.

Edição

Seção

Estudos literários