AS ARTES E MANHAS DO NARRADOR ENGANOSO EM GRANDE SERTÃO: VEREDAS E “MEU TIO O IAUARETÊ”

THE ARTS AND MANNERS OF THE MISLEADING NARRATOR IN GRANDE SERTÃO: VEREDAS AND “MEU TIO O IAUARETÊ”

Autores

  • Natalino da Silva de OLIVEIRA Letras - IFSMG/Muriaé - PUC/Minas

DOI:

https://doi.org/10.51951/ti.v7i14

Resumo

RESUMO: Em uma série de narrativas de Guimarães Rosa, há um motivo que se repete e se configura enquanto lugar-comum: um diálogo (monólogo). O narrador esboça um diálogo incompleto e que não se conclui, pois o interlocutor não recebe a oportunidade de fala, de resposta. O que torna o texto mais interessante é o fato do narrador (interlocutor dominante) se posicionar em um lugar de enunciação de menor prestígio que outro. É buscando identificar as armadilhas deste narrador (interlocutor) enganoso que este trabalho visa analisar o texto de Grande Sertão: Veredas e de “Meu tio o Iauaretê”. Além de haver o processo de domínio total da enunciação por parte do narrador- personagem tanto no conto quanto no romance, também ficam visíveis as artimanhas utilizadas pela voz narrativa na sedução do leitor. Observa-se que se dá um processo de convencimento e até mesmo de encantamento utilizado pelo narrador nestes dois textos, na tentativa de influenciar as conclusões e percepções do leitor. Aliás, cabe mesmo adiantar a questão de quem seria este interlocutor sem voz na narrativa; não seria este o leitor do texto? É seguindo as trilhas e descaminhos do narrador e tentando analisar como se dá a estruturação da voz na narrativa rosiana que este artigo se constrói.

PALAVRAS-CHAVE: Guimarães Rosa. Estética da dissimulação. Literatura Brasileira. Narrador.

 

ABSTRACT: In a series of narratives of Guimarães Rosa, there is a motif that is repeated and configured as a commonplace: a dialogue (monologue). The narrator sketches an incomplete dialogue that does not conclude, because the interlocutor does not receive the opportunity of speech, of answer. What makes the text more interesting is the fact that the narrator (dominant interlocutor) places himself in a place of enunciation of lesser prestige than another. It is trying to identify the traps of this deceitful narrator (interlocutor) that this work aims to analyze the text of “Grande Sertão: Veredas” and of “Meu tio o Iauaretê». In addition to the process of total mastery of enunciation by the narrator-character both in the story and in the novel, the devices used by the narrative voice in the seduction of the reader are also visible. It is observed that there is a process of convincing and even enchantment used by the narrator in these two texts, in an attempt to influence the reader’s conclusions and perceptions. Incidentally, it is necessary to advance the question of who would be this interlocutor with no voice in the narrative; Would not this be the reader of the text? It is following the narrator’s trails and mischief and trying to analyze how the structuring of the voice in the rosary narrative that this article constructs is given.

KEYWORDS: Guimarães Rosa. Aesthetics of dissimulation. Brazilian literature. Storyteller.

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Biografia do Autor

Natalino da Silva de OLIVEIRA, Letras - IFSMG/Muriaé - PUC/Minas

Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais – campus Muriaé. Doutor em Literatura Comparada pela UFMG e Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa pela PUC Minas – natalino.oliveira@ifsudestemg.edu.br.

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Publicado

13-05-2018

Como Citar

OLIVEIRA, Natalino da Silva de. AS ARTES E MANHAS DO NARRADOR ENGANOSO EM GRANDE SERTÃO: VEREDAS E “MEU TIO O IAUARETÊ”: THE ARTS AND MANNERS OF THE MISLEADING NARRATOR IN GRANDE SERTÃO: VEREDAS AND “MEU TIO O IAUARETÊ”. Travessias Interativas, São Cristóvão-SE, v. 7, n. 14, p. pp. 94–111, 2018. DOI: 10.51951/ti.v7i14. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/Travessias/article/view/9123. Acesso em: 19 dez. 2024.