v. 11 n. 01 (2024): Jan./Jun. 2024 - Boletim Historiar
Ao lançarmos a primeira edição de 2024 da Boletim Historiar, revista eletrônica editada pelo Grupo de Estudos do Tempo Presente da Universidade Federal de Sergipe (GET/UFS/CNPq), comunicamos que a revista passou a ser semestral. Esse novo número é composto por sete textos da área de História, sendo seis artigos e uma resenha, que abordam temáticas como Segunda Guerra Mundial; Átila e os hunos; tecnologias, educação e pandemia de covid-19; memorialização do mundo natural e social português; Fascismo Esotérico; Bolsonarismo; e fascismo no Brasil.
Em “Filmes, fontes históricas e desenvolvimento cultural: a Segunda Guerra na produção de cinema dos Estados unidos e Reino unido”, Francisco Diemerson de Sousa Pereira analisa a presença da II Guerra Mundial na filmografia estadunidense e britânica desde o século XX até os dias atuais. Segundo o autor, o tema foi um dos principais vetores para o desenvolvimento da indústria cinematográfica dos dois países devido à sua popularidade e aos seus desdobramentos políticos.
Já Cristina Golinelli, em “L’incendio del Narodni Dom di Trieste e il suo centenario: storia e memoria di confine”, investiga o incêndio ocorrido em 13 de julho de 1920 promovido por fascistas italianos no Narodni, o movimento de resistência esloveno-croata TIGR e as "foibe", no qual foram jogados os corpos das vítimas dos massacres da Segunda Guerra Mundial. Após uma explicação histórica de cada evento, a autora examina as controvérsias e os debates públicos acerca dos eventos, demonstrando como determinados tópicos continuam sendo um campo de batalha, além de serem instrumentalizados politicamente.
A seguir Anailza Guimarães Costa, através do artigo “A importância do uso das tecnologias na educação durante a pandemia do covid-19 e os impactos e mudanças no ensino-aprendizagem”, realiza uma reflexão sobre a importância e os impactos que o uso da tecnologia durante a pandemia de covid-19 trouxe tanto aos professores como aos estudantes, tomando como base o contexto vivenciado pela rede pública do estado de Sergipe.
No quarto texto, nomeado “A memorialização do mundo: memórias, viagens e instituições portuguesas em fins do século XVIII”, Rodrigo Osório Pereira analisa a memorialização do mundo natural e social português enquanto exercício sistemático de mobilização de realidades estranhas com propósitos de estreitar os laços de dominação imperiais. Para tal, o autor utiliza três dimensões de análise: as Memórias Filosóficas, as Viagens Filosóficas e os Espaços Institucionais.
Em “Reject Modernity, Embrace Tradition”: criação de histórias alternativas no Fascismo Esotérico e suas transmissões no tempo presente”, Victoria Brum Vargas se debruça sobre o Fascismo Esotérico, isto é, um conjunto de crenças e práticas discursivas que oferecem interpretações místicas de ideais fascistas. Tomando como base o conceito de Alt-Histories, Vargas examina como o Fascismo Esotérico constrói narrativas revisionistas sobre um passado mítico e promove uma história alternativa do Ocidente.
Proposto por Jair Bolsonaro em 2018, o Projeto Fênix é o objeto de estudo do sexto e último artigo, intitulado “O Bolsonarismo conforme idealizado pelo Messias: análise de conteúdo sobre o Projeto fênix”. Nele, Sergio Schargel realiza uma análise conteudista do referido projeto buscando compreender em que medida ele contribuiu para a constituição do Bolsonarismo. Além disso, o autor examina como as ideais e as propostas presente no Projeto Fênix influenciaram e moldaram o pensamento político e a base de apoio do governo Bolsonaro.
Por fim, em “08 de janeiro de 2023: as dimensões de uma insurreição fascista à brasileira”, Janaína de Oliveira Souza traz uma resenha da obra Como (não) fazer um golpe de Estado no Brasil: uma história interna do 8 de janeiro de 2023, escrita pelos historiadores Francisco Carlos Teixeira da Silva e Karl Schurster Sousa Leão, lançada em 2024 e que, entre outras coisas, fornece fontes, documentos e análises acerca do fortalecimento da extrema direita no Brasil e da sua incorporação no âmbito da política nacional.
Desejamos uma ótima leitura!
As Editoras.
Capa: São João (1969), de Di Cavacanti