A ESTÉTICA COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA PRÁTICA DOCENTE

Resumo

Trata-se de relatar as experiências de iniciação à docência, no Ensino Médio, realizadas na Escola Estadual Tiradentes da Polícia Militar, Maceió – AL, na qual se buscou trabalhar a estética filosófica com os alunos. Nesse intento, nós enquanto equipe do PIBID de Filosofia da Universidade Federal de Alagoas, planejamos conjuntamente um projeto que explorou a Filosofia através da ótica estética, usando isso como recurso pedagógico, no intuito de facilitar o ensino e aprendizagem de nossas atividades com os jovens estudantes da escola referida, para assim, aproximá-los do conteúdo filosófico presente em sua grade escolar (o pensamento de filósofos como Platão, Sócrates, Aristóteles, Kant e Nietzsche a respeito da moral, epistemologia e metafísica etc.), colocando-os em contato com a Literatura de Cordel. Assim sendo, propomos que os alunos tivessem contato com a atividade poética contida nessa cultura tipicamente nordestina, pensando na articulação de reflexões, problemáticas e teorias filosóficas pela narrativa poética. Para isso, nos munirmos de conhecimento, convidamos Ruy Rodrigues, um cordelista profissional, a nos introduzir nessa arte da escrita, e, dessa maneira, no momento devido, iríamos repassar as técnicas dessa poesia para nossos estudantes. No segundo momento, formamos uma aula baseada no que havíamos aprendido, e, com o apoio de um slide, para exemplificações, contextualizamos os alunos com os aspectos históricos e técnicos do Cordel. Nesse mesmo momento, mostramos concretamente como seria um cordel filosófico, apresentando nossas próprias produções. Deste modo, os alunos tiveram, em outro momento, uma oportunidade para solucionar dúvidas e obter nossas sugestões, para assim, partirem para a confecção e produção textual do Cordel, em grupos. No terceiro momento, recolhemos suas produções, notando um retorno positivo por parte do alunado e com isso, digitalizamos todas as confecções, para posteridade. Como culminância desse projeto, expomos esses cordéis da maneira típica, em fios de barbantes postos horizontalmente, com os poemas todos pendurados neles, no próprio pátio da escola. Os alunos, por sua vez, demonstraram-se interessados pela confecção e em como produzir esse tipo de poema, mostrando-nos o quão desafiante pode ser a estética enquanto filosofia. Do mesmo modo, demonstraram estranhamento e desconhecimento a respeito do Cordel, o que nos motivou a introduzi-los nisto da melhor forma possível.