O MAR EM CONHECIMENTO DO INFERNO: DE COROA À MORTALHA DO IMPÉRIO PORTUGUÊS
DOI:
https://doi.org/10.32748/revec.v4i12.12280Resumo
O artigo deter-se-á na análise de Conhecimento do inferno(1980) de António Lobo
Antunes, objetivando notar o diálogo que o romance estabelece com a tradição
literária portuguesa, sobretudo no que diz respeito à ressignificação da imagem do
mar. Estando no centro do imaginário cultural português como símbolo de grandes
conquistas, o mar, na obra em questão, é retratado a partir do ponto de vista de um
ex-combatente das guerras coloniais em África que, viajando do Algarve à Praia
das maçãs, sente-se a todo momento acompanhado e assombrado pelo elemento
que fomentou, por séculos, os sonhos imperiais da nação lusitana. O mar, antes
coroa do império português, é representado na narrativa como mortalha superficial,
monstruosa, fétida e ridícula à hipocrisia da nação que, ao nutrir uma falsa
imagem de si mesma e dos países que outrora foram suas colônias, legitimou atrocidades
até hoje não suficientemente revisitadas pela história oficial.
Palavras-chave: Conhecimento do inferno; Mar; Portugal
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