Processos de subjetivação étnica no município de Camaçari – Ba: reflexões a partir dos censos escolares
DOI:
https://doi.org/10.20952/revtee.v16i35.19415Palavras-chave:
Embranquecimento., Identidade Negra., Racismo escolar.Resumo
O Brasil é um país multicultural, vasto e diverso. Apesar de colonizado por portugueses, a cultura africana se faz muito presente em todos os setores devido ao legado escravagista. Atualmente, com a manutenção social de algumas estruturas coloniais racistas que rebaixam o negro e dificultam a sua constituição identitária, percebe-se que tais estruturas têm se replicado no ambiente escolar, o que não favorece a identificação de crianças e jovens com a identidade negra. Movimentos negros têm atuado para tentar mitigar a situação. Por conta do preconceito e do racismo estrutural, têm sido geradas confusões em torno de palavras utilizadas para a identificação étnico-racial em pesquisas, como, por exemplo, nos censos. Palavras como negro, preto e pardo têm gerado diferentes reações sociais, em diferentes níveis. Essa realidade se reflete diretamente nos censos demográficos e escolares, nos quais se constata um grande número de “não declarados”, como uma tática dos sujeitos para evitar o racismo. Dados dos últimos anos do censo escolar do município de Camaçari- Bahia nos chamaram a atenção pelo fato de manterem padrões divergentes daqueles obtidos nos níveis nacional, regional e mesmo estadual. O presente trabalho tem por objetivo analisar tais dados do censo escolar do referido município e apresentar hipóteses sobre os possíveis motivos.
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