O bilinguismo cultural na alfabetização

Autores

  • Silvia Maria de Souza Figueiredo Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.
  • Luiz Antonio Gomes Senna Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.20952/revtee.v17i36.20955

Palavras-chave:

fracasso escolar, alfabetização, medicalização da educação, bilinguismo cultural

Resumo

O fracasso da aprendizagem apresenta índices significativos no processo de alfabetização e medicalização do fracasso escolar, pois se fortaleceu e se ampliou o número de encaminhamentos com supostos distúrbios  clínicos no ambiente escolar. Argumenta-se neste texto sobre o sujeito escolar modelar proposto pela educação no Brasil e os outros tipos de sujeitos da aprendizagem que não se enquadram ao modelo de aluno ideal. Para tal, é apresentada a perspectiva de considerar a língua oral e a língua escrita como análogas, assim como dos entraves que tal analogia traz para o processo de aprendizagem da língua escrita. Portanto, este artigo tem como objetivo apresentar elementos para análise de que a alfabetização é um processo que implica o bilinguismo cultural. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de abordagem qualitativa e de natureza descritiva. 

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Biografia do Autor

Silvia Maria de Souza Figueiredo, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

Doutoranda em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, mestrado em Políticas Públicas e Formação Humana pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Educação Quilombola, pós- graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Universidade Cândido Mendes, pós graduação em Educação Especial Inclusiva pela Faculdade Unyleya, pós-graduação em Altas Habilidades/ Superdotação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, pós-graduação em Supervisão Escolar pela Universidade Cândido Mendes, graduação em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Especial, formação docente, coordenação e supervisão pedagógica, Educação à Distância.

Luiz Antonio Gomes Senna, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

Doutor em Linguística Aplicada (PUC-Rio, 1994) e Professor Titular da área de linguística aplicada ao letramento e à alfabetização da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), no Programa de Pós-Graduação em Educação e no Departamento de Estudos Aplicados ao Ensino da Faculdade de Educação. Pesquisador bolsista de produtividade pelo Programa PROCIENCIA, mantido pela própria UERJ com apoio da FAPERJ, e pelo Programa Cientistas do Nosso Estado da FAPERJ. Líder do grupo de pesquisa Linguagem, Cognição Humana e Processos Educacionais (GrPesq/CNPq). Docente e pesquisador bolsista da Fundação Centro de Ciências do Estado do Rio de Janeiro, onde desenvolve estudos sobre o processo de formação de agentes de letramento e alfabetização em ambientes de educação a distância. Suas pesquisas têm como objetos permanentes de investigação os princípios que explicam o processo de construção de conhecimentos e sua relação com as dinâmicas da Educação formal, tendo como pressupostos a complexidade do pensamento e o princípio de sistemas em interação. Focaliza, centralmente, a questão teórico-conceitual relacionada a modelos explicativos da mente humana com potencial de incorporar estruturas que representem estados de desenvolvimento proximal, tais como os que se verificam nos processos de letramento e alfabetização. Seus esforços concentram-se na busca por bases adequadas que deem sustentação às políticas públicas de Educação para a inclusão de crianças, jovens e adultos em condição de minoria sociocultural. No presente ciclo de pesquisas, dedica-se à educação especial inclusiva, particularmente no campo da Educação e Surdez, visando aos seguintes objetos: a educação bilíngue bimodal e a formação integral do surdo a partir da cultura surda, e; as propriedades semântico-estruturais dos sistemas gramaticais das línguas de sinais, consideradas fundamentais no processo de legitimação das culturas surdas. Não obstante, supervisiona pesquisadores em formação em áreas conexas da educação inclusiva, particularmente nas áreas de educação indígena e educação em regiões de fronteira. A projeção sérica de seus diversos ciclos de pesquisa e o acervo de sua produção acadêmica encontram-se disponíveis para consulta no portal www.senna.pro.br.

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Publicado

2024-12-14

Como Citar

Figueiredo, S. M. de S., & Senna, L. A. G. (2024). O bilinguismo cultural na alfabetização. Revista Tempos E Espaços Em Educação, 17(36), e20955. https://doi.org/10.20952/revtee.v17i36.20955

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