Professor, tutor ou coach? Reflexões sobre a docência em um contexto de capitalismo flexível e emocional
DOI:
https://doi.org/10.20952/revtee.v13i32.13822Palavras-chave:
Docência. Práticas pedagógicas. Cultura Coaching.Resumo
O presente artigo investiga os efeitos de uma educação centrada nos interesses e necessidades dos estudantes sobre a docência. O posicionamento do professor, nesses modelos pedagógicos, como tutor ou coach dos alunos, provoca o esmaecimento do ensino como principal função docente. Para o exercício analítico sobre um conjunto de publicações nacionais, que defendem a utilização do método Coaching no trabalho docente, pautou-se nos Estudos Foucaultianos, usando o conceito de prática como ferramenta metodológica. Entende que a constituição de um capitalismo flexível e emocional produze as condições para a emergência do método Coaching na educação. Conclui que os modelos pedagógicos baseados no método Coaching, ao posicionarem os docentes como motivadores dos interesses dos alunos e responsabilizarem os estudantes pela escolha dos seus processos formativos e pelos resultados desses processos, tendem a fragilizar os sentidos públicos e democráticos concernentes à docência, na Contemporaneidade.
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