Interseccionalidade e Direito

um diálogo possível da teoria ao método

Autores

Palavras-chave:

Interseccionalidade, Direito, Metodologia

Resumo

Este trabalho explora a interseccionalidade como uma abordagem analítica e metodológica para examinar a sobreposição de fatores sociais que afetam as experiências de mulheres em posições subalternizadas. A pesquisa está estruturada em quatro seções principais, além da introdução e das considerações finais. Na primeira seção, o trabalho contextualiza o conceito de interseccionalidade, abordando suas principais discussões teóricas e definindo sua aplicabilidade na análise de experiências complexas. A segunda seção examina o lugar histórico das mulheres na sociedade brasileira, focando nos atravessamentos de gênero, raça e classe e como esses fatores influenciam suas condições e experiências de vida. Na terceira seção, o estudo reflete sobre novas abordagens epistemológicas na academia, investigando a relação (ou a falta dela) com o direito e como a interseccionalidade pode contribuir para uma compreensão mais aprofundada dessas questões. Finalmente, a quarta seção propõe a interseccionalidade como um método que pode enriquecer as metodologias de pesquisa científica, particularmente no sistema de justiça criminal, promovendo uma análise mais integrada e eficaz das dinâmicas sociais e estruturais.

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Biografia do Autor

Debora Santana Ribeiro, FGV Direito SP

Mestre em Direito e Desenvolvimento pela Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV Direito SP). Coordenadora de Promoção de Direitos da População Negra na Secretaria de Acesso à Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Pesquisadora associada do Centro de Pesquisa  Aplicada em Direito e Justiça Racial da FGV Direito SP.

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Publicado

2025-06-16

Como Citar

RIBEIRO, Debora Santana. Interseccionalidade e Direito: um diálogo possível da teoria ao método. diké, [S. l.], v. 11, n. 1, p. 26–41, 2025. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/dike/article/view/21635. Acesso em: 14 jul. 2025.