v. 8 n. 01 (2021): Jan./Mar. 2021 - Revista Boletim Historiar
A situação de pandemia da Covid-19 no Brasil intensificou-se, infelizmente! Paralelo à esperança trazida pelo início da vacinação, está o desalento causado diante do recorde de mortes. Em meio a esse lamentável contexto, a equipe do Boletim Historiar inicia esse editorial manifestando solidariedade a todas e todos que perderam entes queridos.
Cumprindo nossa função de fomento à produção de conhecimento científico, anunciamos a primeira edição deste periódico, avaliado com Qualis A4, em 2021. Neste número, contamos com sete artigos que versam sobre os mais variados temas: a crítica de Paul Veyne a Marcel Mauss; Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID); Educação e Tecnologia; Segunda Guerra Mundial; pensamento decolonial; relações entre Egito-Itália e sítios arqueológicos.
Abre esta edição o artigo Ampliando o “cuidado de si” em Foucault: Paul Veyne e sua nova forma de se fazer “Crítica” a partir de Marcel Mauss, de Gustavo Ruiz da Silva, que busca mapear como Marcel Mauss foi absorvido por Paul Veyne, a partir de dois estudos de caso: a noção de “Evergetismo” em “Le pain et le cirque: sociologie historique d'un pluralisme politique” e a noção de “Imagem de si”, construída por Veyne para fazer uma “crítica” à leitura do “cuidado de si” na antiguidade trabalhada por Michel Foucault.
Em PIBID: Articulando teoria à prática, Alekssiane Lima de Carvalho e Fabricio Carlos Paulino Lopes apresentam um relato de experiência sobre suas participações no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Desse modo, num primeiro momento é apresentado um panorama dos primeiros contatos com a escola, a sala de aula, os alunos e o ensino de História; em seguida, os autores realizam uma reflexão sobre em quais circunstâncias o Programa possibilitou que fosse pensado a profissão e a prática enquanto professores de História.
Já Julia Beatriz Silva Vicente Chaves e Pedro Henrique Ribeiro Fernandes, no artigo nomeado Adaptação Brasileira: A Tecnologia na Educação em Tempo de Pandemia, objetivam apresentar como o Brasil lida com as questões relacionadas à Educação e à Tecnologia, a partir de uma reflexão entre a relação do interesse e do descaso no que se refere à aplicação das tecnologias nas diversas áreas do ensino.
A seguir, Maria Luiza Pérola Dantas Barros propõe apresentar, panoramicamente, aspectos relativos ao cotidiano da cidade de Aracaju, do final dos anos de 1930 e início dos anos de 1940. De acordo com a autora, apesar de ser tida como pacata, a capital sergipana possuía práticas comerciais de considerável porte para o período, e teria seu cotidiano afetado em agosto de 1942 diante dos torpedeamentos de embarcações brasileiras pelo U-507, no contexto da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também centrando sua análise no período que compreende a II Guerra, Liliane Costa Andrade compara, a partir da relação entre História do Tempo Presente e Cinema, a construção da imagem dos nazistas nos filmes norte-americanos O Grande Ditador (1940) e Ser ou Não Ser (1942), produzidos em meio à propaganda antinazista hollywoodiana.
Em seguida, no texto Egypt-Italy Archaeological Cooperation (1981-2011): a Study of Egyptian Newspapers, Abdallah Abdel-Ati Al-Naggar analisa as contribuições italianas para o desenvolvimento de sítios arqueológicos egípcios e para as atividades de conservação e restauração; o autor se detém também em examinar a cooperação bilateral na recuperação de antiguidades egípcias roubadas, juntamente com as exposições arqueológicas egípcias sediadas na Itália.
Por fim, Elizabeth de Souza Oliveira e Marizete Lucini dialogam sobre alguns conceitos do pensamento decolonial, percorrendo os escritos de autores que compõem o grupo Modernidade/Colonialidade (M/C) e que também propalaram alguns dos conceitos essenciais para a decolonialidade. Ademais, as autoras realizam uma abordagem sobre a colonialidade do poder, do ser, do saber e da natureza, atrelando a ideia de raça como estruturante do pensamento colonial para a subalternização dos povos colonizados.
Agradecemos a todas (os) as/os autoras (es) que enviaram suas contribuições para este periódico.
As (os) Editoras (es).
Capa: Barco à noite, de Claude Monet (1866).