LEIBNIZ, MATEMÁTICA E A MÔNADA

Autores

  • Lauro Iane de Morais PPGF-UFS/IFBA Santo Amaro
  • William de Siqueira Piauí

Resumo

A reconstrução da metafísica de Leibniz que Deleuze realiza em A dobra fornece uma consideração sistemática da estrutura da metafísica de Leibniz em termos de seus fundamentos matemáticos. Entretanto, ao fazer isso, Deleuze não apenas faz uso da matemática desenvolvida por Leibniz – incluindo a lei da continuidade tal como refletida no cálculo de séries infinitas e no cálculo infinitesimal –, mas também dos desenvolvimentos em matemática realizados por muitos dos contemporâneos de Leibniz – incluindo o método de fluxões de Newton. Ele também faz uso de muitos desenvolvimentos subsequentes em matemática, cujos rudimentos podem ser mais ou menos localizados na própria obra de Leibniz – incluindo a teoria das funções e das singularidades, a teoria weierstrassiana da continuidade analítica e a teoria das funções automorfas de Poincaré. Então, Deleuze mapeia retrospectivamente esses desenvolvimentos até a estrutura da metafísica de Leibniz. Enquanto a teoria weierstrassiana da continuidade analítica serve para esclarecer a obra de Leibniz, a teoria das funções automorfas de Poincaré fornece uma solução para superar e estender os limites que Deleuze identifica na metafísica de Leibniz. Deleuze traz essa conjunção elaborada de materiais para estabelecer uma idealização matemática do sistema que ele considera estar implícito na obra de Leibniz. O resultado é uma explicação matemática minuciosa da metafísica de Leibniz. Este ensaio é uma exposição dos próprios fundamentos matemáticos dessa consideração deleuziana da estrutura da metafísica de Leibniz, os quais, eu defendo, subjazem a todo o texto de A dobra.

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Publicado

2024-03-02

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