Percepção de professores sobre a prática pedagógica nas Hortas Escolares em tempos de crise climática
um Estado da Questão
DOI:
https://doi.org/10.47401/revisea.v12.21619Palavras-chave:
Agroecologia, Crise climática, Educação Ambiental, Estado da questão, Hortas EscolaresResumo
A era chamada de Capitaloceno se desdobra em diferentes crises contemporâneas, sendo a climática uma de grande alerta devido ao seu caráter global e de alto impacto na vida humana. As mudanças climáticas têm origem antropogênica e já são responsáveis por diferentes eventos climáticos extremos, alterações na biodiversidade mundial e pela exposição de milhares de indivíduos a inseguranças sociais, econômicas e ecológicas. As cadeias alimentares capitalistas no Brasil correspondem à principal área geradora de gases do efeito estufa e devem ser o foco quando se fala na mitigação e na adaptação da crise climática. A educação ambiental se torna, portanto, uma importante aliada na introdução desses tópicos no meio escolar por intermédio dos professores, sendo as hortas escolares agroecológicas uma ferramenta imprescindível para a formação de uma nova geração preocupada e atuante. Nessa senda, este trabalho busca realizar um Estado da Questão em busca de publicações que reflitam acerca da percepção dos docentes sobre o uso das hortas escolares agroecológicas como forma de ensino referente às mudanças climáticas. Mediante a busca em diversas bases de dados, contatou-se uma lacuna de pesquisa sobre tal tópico tão importante para o desenvolvimento de formações e políticas públicas, dado que, apesar de haver um consenso na relevância do uso das hortas escolares como formação científica, promoção de hábitos saudáveis e espaço lúdico, não há uma correlação direta entre a produção agrícola e a crise climática.
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