ARTICULANDO CURRÍCULO, PRÁTICA E CULTURA: EXIGÊNCIAS FORMATIVAS QUE IMPACTAM A ESCOLARIZAÇÃO DE MULHERES NEGRAS NO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO
DOI:
https://doi.org/10.20952/revtee.v12i31.10678Palabras clave:
Ensino superior, Escolarização de mulheres negras, Práticas curriculares.Resumen
Este artigo objetiva refletir os impactos das práticas curriculares na escolarização de mulheres negras no Ensino Superior. Entendemos que a prática de uma educação que atende às várias culturas permite que, tanto educandos quanto educadores reflitam padrões hierárquicos e opressivos das relações de poder preconizados pelos modelos curriculares e práticas que valorizam os sistemas eurocêntricos e colonialistas. Assim, é imprescindível articular os elementos epistêmicos de subjetivação da mulher negra, estruturados nas relações entre gênero, raça e classe, tendo como plataforma de estudo as práticas curriculares no campo empírico de investigação. A metodologia se baseia na perspectiva relacional de Bourdieu; fez-se uso da entrevista semiestruturada e da revisão bibliográfica. Conclui-se que as práticas curriculares, muitas vezes oportunizaram caminhos para um movimento excludente, o que contribuiu para que as estudantes se sentissem pré-julgadas, descaracterizando, assim, as adversidades ao invés de promovê-las. As estudantes negras ressignificaram suas subjetividades ao reafirmar, como ato político, a vontade de permanecerem na universidade. E assim seguem resilientes e se (re) construindo.
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