Escrita de mulheres negras em livro didático: escritas ou proscritas?
DOI:
https://doi.org/10.20952/revtee.v17i36.21216Palavras-chave:
Autoria feminina negra. Literatura no Ensino Médio. Manuais Didáticos. PNLD Didático.Resumo
O objetivo deste artigo é investigar se e de que maneira os manuais didáticos da coleção Português: Linguagens (Ensino Médio volumes 1, 2 e 3), de William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães (2010, 2013) abordam a autoria feminina negra, atendendo (ou não) às normas estabelecidas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e nas Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). A justificativa desta investigação deve-se ao apagamento de autoria feminina negra nos livros didáticos, os quais desconsideram as produções literárias dessas mulheres e, consequentemente, sua importância para a formação de leitores da literatura. O arcabouço teórico deste estudo respalda-se em Lobo (2011), Job (2015) e S. R. P. Santos (2014) e a base metodológica é de inspiração bibliográfica e analítica, que possibilitou descrever, analisar e criticar os dados extraídos, por meio de leitura exploratória e analítica dos textos literários veiculados nos manuais. Os dados oriundos do levantamento de autores dos livros da coleção Português: Linguagens evidenciaram que existe uma discrepância entre o número de autores e autoras presentes na coleção, com destaque para o evidente apagamento de autoria feminina, em especial, negra, sublinhando a relevância deste estudo.
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