Archives
-
v. 14 n. 1 (2023): Jan - Jul 2023: Revista Cadernos do Tempo Presente
Vol. 14 No. 01 (2023)Eis mais um número da Cadernos do Tempo Presente, com artigos e resenhas que nos apresentam pesquisas na área de História e de Educação. O primeiro trabalho é o artigo de Alessa Cristina Pereira de Souza e Anne Gabriele Lima Sousa de Carvalho, em um estudo sobre a pandemia de covid-19. As autoras buscam investigar os desdobramentos e os obstáculos desse acontecimento na docência do ensino superior, além dos desafios institucionais que os professores enfrentam no processo de readaptação.
Em seguida, Tiago Alinor Hoissa Benfica, no campo do Ensino de História, nos apresenta a experiência didática de aplicação de uma metodologia voltada para a criação de mapas conceituais através do uso do software CmapCloud. Sua pesquisa, que ocorreu em turmas do terceiro ano do ensino médio nas aulas sobre regimes ditatoriais e a Segunda Guerra Mundial, nos ajuda a observar as limitações e as expectativas em torno do uso dessa ferramenta. Por sua vez, articulando a História do Esporte com a do Mundo Trabalho, Helcio Herbert Neto analisa o contexto da III Copa do Mundo de futebol, disputada em 1938 na França. O autor investiga as repercussões das narrações do radialista Gagliano Neto na organização dos trabalhadores e na formação de uma identidade nacional no Estado Novo.
No campo da História e Educação, Patrick Dutra e João Henrique Zanelatto analisam a reformulação no ensino médio a partir da Lei 13.415 de 2017, em um contexto de implementação de políticas neoliberais na educação brasileira. Além da lei, os autores se debruçaram sobre a Medida Provisória nº 746/2016 e a Base Nacional Comum Curricular para compreender a formação de uma Cultura Política marcada por conflitos sociais, tensões e ambiguidades. Por seu turno, Sandro Cozza Sayão e Dimitri Alexandre Bezerra Acioly, em uma discussão sobre direitos humanos, nos apresentam o debate sobre o encarceramento em massa brasileiro. A partir do conceito de enquadramento, Sayão e Acioly estudam a atuação de grupos religiosos na prisão e a construção de discursos que defendem a divisão entre criminoso e cidadão de bem.
Temos, ainda, Marcelo Carreiro e Diogo Alves em uma pesquisa no campo da História do Tempo Presente sobre o jogo Red Dead Redemption II. Entendendo este como uma fonte histórica, Carreiro e Alves observam como os jogos são capazes de criar narrativas sobre alguns grupos históricos a partir de sua representação na mídia estudada.
Por fim, nesta edição, também publicamos duas resenhas. A primeira, de Amanda de Oliveira sobre a coletânea "Políticas públicas e Direitos Sociais", organizada por César Albenes, Janice Andrade e Ueber Oliveira. A segunda, de Newton Leite de Souza sobre a obra "Economia circular e consumo sustentável", de Isabel Lausanne Fontgalland.
Desejamos a todas e todos uma boa leitura.
As (os) Editoras (es).
-
Jul - Dez 2022: Revista Cadernos do Tempo Presente
Vol. 13 No. 2 (2022)Eis mais uma edição da Cadernos do Tempo Presente, a última de 2022. Neste número, apresentamos artigos e resenhas que ajudarão as mais diversas pesquisas na área da história. A primeira contribuição é de Andreza Maynard e Dilton Maynard, que nos proporcionam debates sobre História e Cinema e História e Imprensa. Assim, através do estudo sobre a revista A Cena Muda, os autores analisam como, entre os anos 1921 e 1955, esse periódico se articulou ao mundo do cinema e ao mercado editorial. Em seguida, ainda no campo da História e Cinema, Luciana Renata Santana Diniz e Hamilcar Silveira Dantas Junior buscam estabelecer relações entre as declarações misóginas do ex-presidente Jair Bolsonaro e o cinema nacional por meio do estudo da película República dos Assassinos (1979).
Dando continuidade, em um estudo sobre História e Música, Igor Lemos Moreira, analisa o primeiro álbum solo da cantora e compositora cubana Camila Cabello, artística do movimento pop. O autor tenta observar como esse objeto de estudo está ligado à construção de narrativas e biografias.
No quarto artigo, Cláudia Cristina da Silva Fontineles e Carlos Alberto de Melo Silva Mota nos proporcionam, também a partir da análise de periódicos, um estudo de História Política. Os autores investigam como os jornais da cidade de Teresinha-PI da década de 1970 foram utilizados pelos militares para difundir seus discursos para tentar legitimar a ditadura e seu projeto político. Por fim, Sara Oliveira Farias também analisa a difusão de discursos. Seu objeto de estudo é o Movimento de Educação de Base (MEB), dando destaque a sua prática sindical rural na Bahia ao analisar os relatos orais e a produção de memória, além dos materiais didáticos produzidos pelo movimento. Dessa forma, a autora faz um estudo sobre a luta pelos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais.
Encerrando a edição, temos a contribuição de duas resenhas. A primeira, de Michele Morgane de Melo Mattos, sobre o livro Governo Bolsonaro: neofascismo e autocracia burguesa no Brasil (2020), de autoria de Marcelo Badaró de Mattos. A segunda, de Luiz Alberto Ribeiro Rodrigues sobre a obra Andar às voltas com o belo é andar às voltas com Deus. A relação de Dom Helder com as artes (2018), organizada pelo professor Newton Darwin de Andrade Cabral e pela professora Lucy Pina Neta.
Desejamos a todos e todas uma boa leitura e um ótimo 2023.
As (os) Editoras (es).
-
v. 13 n. 01 (2022): Jan - Jun 2022: Revista Cadernos do Tempo Presente
Vol. 13 No. 01 (2022)Eis mais uma edição dos Cadernos do Tempo Presente, a primeira de 2022.
Mantendo o nosso compromisso com a pesquisa científica em âmbito nacional e internacional, abrimos este número com o texto de Jacopo Bassi em um trabalho sobre História, Cinema e Imprensa. O autor realiza um estudo sobre a exibição e a recepção do filme Sensualitá nos jornais da Itália da década de 1950, principalmente entre a população exilada da Ístria, localizada na península do mar Adriático. Bassi busca analisar como se deu a repercussão da película em meio a uma população marcadamente formada por uma cultura democrático-cristã. Em seguida, Rafael Araujo e Jean Sales, em um texto de História Política e História do Tempo Presente, analisam a relação das Forças Armadas brasileiras com o bolsonarismo. Os autores investigam a atuação cada vez mais forte e presente dos militares na política brasileira a partir da chegada de Jair Bolsonaro à presidência da república e como o atual governo é caracterizado por aspectos fascistas.
Ainda no campo da História Política, Izabelly Oliveira Lins da Silva e Cristina Pereira de Araujo investigam como o Partido Comunista Brasileiro (PCB) influenciou na formação e organização das Associações de Moradores de Comunidades do Recife. Tendo como objeto de estudo a “Frente do Recife” (1955-1964), esse é um texto que destaca o papel político dos movimentos de bairros diante dos governos municipais e estaduais em um contexto de transformação das moradias populares por parte do poder executivo. Também executando um estudo sobre a reconfiguração urbana e suas implicações políticas, José de Arimatéa Freitas Aguiar Júnior e Pedro Pio Fontineles Filho observam o território piauiense durante o Estado Novo sob o governo do interventor Leônidas de Castro Melo. Utilizando como fontes jornais da época e testemunhos, os autores compreendem como ocorreu a modernização urbana do Piauí e a relação desse processo com o governo de Getúlio Vargas.
Jussiara de Oliveira Barros e Luciana Araújo dos Reis também realizam um trabalho sobre memória através do estudo sobre como a velhice é construída pelos profissionais da Atenção Primária de Saúde (APS) que atuam na Equipe de Saúde da Família (ESF). Utilizando o aporte teórico-metodológico de dados construídos por meio de entrevistas e da Análise do Discurso, as autoras analisam como ocorreu a construção social da velhice. Ainda temos o artigo de Marcelo Antonio Bullos Cerqueira Júnior e Juliana Mércia Guilherme Vitorino, em um texto de revisão teórica sobre Redução de Danos. Através da análise de conceitos como cuidado de si, pontos de singularidade, colonialidade e subalternidade, os autores buscam analisar os padrões proibicionistas que estruturam nossa sociedade em relação ao uso de drogas e seus usuários.
Por fim, temos duas resenhas. A primeira, de Allan Pontes Pettinelli, é sobre a obra Chile despertó: Lecturas desde la Historia del estallido social de octubre (2019), editada por Mauricio Folchi. A segunda, de autoria de Luca Lima Iacomini, tem como objeto o livro Povo de Deus: Quem são os evangélicos e por que eles importam (2020), de Juliano Spyer.
Desejamos a todas e todos uma boa leitura.
As (os) Editoras (es).
-
Jul - Dez 2021: Revista Cadernos do Tempo Presente
Vol. 12 No. 02 (2021)É com grande satisfação que anunciamos o lançamento de uma nova edição dos Cadernos do Tempo Presente. Nela, encontraremos textos voltados principalmente para área de história, mas que mantêm o compromisso com a interdisciplinaridade. São trabalhos que nos auxiliarão a pensar o nosso tempo presente, a memória, a cultura e as relações sociais, além, é claro, de nos oferecerem ferramentas teórico-metodológicas para futuras pesquisas.
Tal contribuição é iniciada com o texto de Cristiane Souza Borzuk, com o seu trabalho sobre natureza e história e como essa relação influencia a formação social dos indivíduos. Utilizando como referencial a Teoria Crítica da Sociedade, a autora analisa o desenvolvimento dos sujeitos ao longo da civilização ocidental e seu processo de socialização. Em seguida, Giselda Brito Silva, em seu estudo sobre as populações da Baixa de Cassange nas lutas pela libertação de Angola, em 1961, investiga o direito à memória e à história. Silva parte de uma rica documentação composta por arquivos digitais da Torre do Tombo e de depoimentos para questionar as lacunas da história sobre a independência angolana.
No campo da História Cultural, Cristiana Soares de Oliveira e Cristiano Cezar Gomes da Silva analisam os discursos turísticos sobre o nordeste brasileiro nas redes sociais. Os autores seguem a perspectiva teórica francesa de análise do discurso, fundada nos anos 1960 pelo filósofo Michel Pêcheux. Seguindo essa mesma linha, Cíntia Magnus Gomes e Ismael Gonçalves Alves voltaram suas pesquisas para observar como a violência praticada contra as mulheres se faz presente nas letras de músicas do estilo que chamamos de “Sertanejo Universitário”. O recorte dos autores é o ano de 2010.
Por sua vez, Geovanni Rocha Junior empreende um trabalho de História Política para investigar as greves trabalhistas em Santa Catarina, entre 1985 e 1995. O autor analisou o jornal Diário Catarinense para verificar os conflitos trabalhistas entre empresários, integrantes do governo e sindicatos. Também na área da História Regional, mas com foco na Educação, Luciene Amaral da Silva e Inalda Maria dos Santos apresentam o resultado da pesquisa que realizaram no sertão alagoano. As autoras verificaram, por meio de entrevistas e observação participante, como a sociedade dessa região participou da elaboração e efetivação do planejamento educacional decenal que resultou no Plano Municipal de Educação.
Por fim, fechamos a edição com duas resenhas. A primeira, de Jorge Luiz Zaluski, sobre a obra Tempo Presente: uma história em debate, organizada por Antônio Manoel Elíbio Júnior. A segunda, de autoria de Sergio Schargel, sobre o clássico livro de Umberto Eco, O fascismo eterno.
Desejamos a todas e todos um ótimo 2022 e uma boa leitura.
As (os) Editoras (es).
-
Jan - Jun 2021: Revista Cadernos do Tempo Presente
Vol. 12 No. 01 (2021)Mais um ano se passou desde que a pandemia de covid-19 se alastrou pelo mundo, causando milhões de perdas. É nesse cenário que fortalecemos nosso compromisso com a ciência, em um ato de resistência, ao lançarmos mais uma edição dos Cadernos do Tempo Presente.
Abrindo a edição, Deborah Paci analisa a retórica fascista de Benito Mussolini em torno de suas pretensões imperialistas para a Itália entre os anos 1920 e 1940. A autora faz uso de conceitos como geopolítica e imperialismo para embasar sua pesquisa no campo da História Política. A atualidade do tema pode ser observada no texto de Antônio Manoel Elíbio, que nos ajuda a investigar a relação entre passado e presente. O autor realiza um estudo teórico sobre a História do Tempo Presente ao problematizar o surgimento desse campo historiográfico partindo de questões centrais em torno do marco cronológico da disciplina e de seu corpus documental.
Ainda no campo da História do Tempo Presente, Michel Ehrlich analisa três abaixo-assinados organizados por movimentos judaicos contrários à candidatura de Jair Bolsonaro à presidência da república. A partir dessas assinaturas, coletadas nos anos de 2017 e 2018, o autor investiga a oposição desses grupos às declarações preconceituosas e antidemocráticas do então presidenciável. Também no campo do Tempo Presente, mas em diálogo com o Ensino de História, Maria Luiza Pérola Dantas Barros observa como o tema da II Guerra Mundial é trabalhado nos livros didáticos de História aprovados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2018. A fim de compreender como o conflito foi abordado e quais fatos ganharam maior relevância nesses materiais, Barros utilizou-se da metodologia da História Comparada para encontrar padrões e especificidades entre os livros destinados a professores e alunos do ensino médio das escolas públicas brasileiras.
Em seguida, em um artigo sobre relações de gênero e produção intelectual, Marluce de Souza Lopes e Joaquim Tavares da Conceição nos apresentam a catalogação da produção feminina na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe entre os anos 1939 e 2019. Os autores procuram observar a participação feminina na produção cultural em Sergipe, em um contexto de hegemonia masculina. Ainda sobre História Local e o papel das mulheres na história, Elisnauro Araújo Barros e Marcelo de Sousa Neto utilizam-se dos métodos da História Oral para investigar as memórias de moradoras de Teresina, Piauí, em torno da construção do Conjunto Dirceu Arcoverde, entre 1977 e 1979, e as formas de acesso à moradia popular. A pesquisa nos ajuda a observar o fenômeno de formação espacial, o processo migratório e as transformações cotidianas ocasionadas pelo desenvolvimento de novas áreas.
Por fim, temos duas resenhas para fechar a edição. A primeira, de autoria de Magno Klein, é sobre o trabalho de Anja Lahtinen intitulado “China’s Diplomacy and Economic Activities in Africa: Relations on The Move”, publicado em 2018. A segunda é de Alicy de Oliveira Simas, sobre a obra “Possibilidades de Pesquisa em História”, organizada por Rogério Rosa Rodrigues e lançada em 2017.
Desejamos a todas e todos saúde e uma boa leitura.
As (os) Editoras (es).
-
Jul - Dez 2020: Revista Cadernos do Tempo Presente
Vol. 11 No. 02 (2020)O ano de 2020 foi atípico e turbulento. Até o momento, devido à pandemia de COVID-19, foram registradas mais de 1,6 milhões de mortes ao redor do mundo e quase 200 mil só no Brasil. Ao lado de tantas perdas, observamos instituições consolidadas e cientistas serem atacados por setores da sociedade civil e por políticos que deveriam manter a integridade da pesquisa no país. Diante desse cenário, mantemos o compromisso com a ciência e lançamos mais uma edição, a última de 2020, na esperança que o próximo ano nos traga boas novas.
Abrindo a edição temos o artigo de José D’Assunção Barros, que contribui ao nos apresentar aspectos básicos da operação historiográfica. É um texto que reafirma a importância dos métodos científicos e como a escrita da história é baseada em princípios capazes de comprovar sua eficiência. Assim, o autor explana a importância das fontes no trabalho do historiador. Seguindo essa abordagem no campo da Teoria da História, Carlos Barros estuda os conceitos de nação, nacionalismo e identidade através da perspectiva marxista. Portanto, é um texto que nos ajuda a pensar questões do presente, como “o problema nacional”, em um contexto de globalização e fronteiras “flexíveis”, por meio de uma linha conceitual datada desde o século XIX. Uma reflexão que demonstra como o passado não passou.
Para além destas reflexões mais abstratas, mas ainda no campo da História do Tempo Presente, em diálogo com o Ensino de História e a História Digital, Andreza S Cruz Maynard apresenta resultados das atividades realizadas com o uso do aplicativo Instagram no ano letivo de 2019, com alunos e alunas de 9º ano e 3º ano, do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Sergipe. A autora promoveu a participação dos discentes nas aulas através dessa ferramenta digital. Enquanto isso, no campo político, Carolina Dantas de Figueiredo estuda as manifestações pró-impeachment no Brasil em 2016. Através da bibliografia especializada e da análise de notícias da mídia, a autora procura observar a presença do “mito da ausência de liderança” nessas manifestações públicas.
Em seguida, ainda adotando uma abordagem política, Wallace de Moraes analisa a Era Vargas para demonstrar como nela se pode observar uma Plutocracia Corporativista Estatal. O autor investiga como este contexto se configurou em um ambiente de lutas sociais perpassado por interesses não somente do Estado, mas também de trabalhadores e empresários. Por outro lado, em uma perspectiva da História Agrária, Indaia Dias Lopes investiga o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, no período de 2009 a 2017. A autora reflete sobre os impactos da Lei nº 11.947/2009, responsável por determinar parte dos recursos do PNAE a agricultura familiar.
Por fim, fechamos os trabalhos de 2020 com duas resenhas. A primeira é de Thaís da Silva Tenório sobre o quadrinho “Battlefields – As Bruxas da Noite: Campos de Batalha”, lançado no Brasil em 2016. A segunda, é de Lorena Silva Santos sobre o livro “O Direito Achado na Rua: Concepção e Prática”, organizado por José Geraldo de Sousa Júnior.
Desejamos a todos e todas boa leitura e um bom 2021.
As (os) Editoras (es).
-
Jan - Jun 2020: Revista Cadernos do Tempo Presente
Vol. 11 No. 01 (2020)Covid-19, Sociedades & Tempo Presente
Vivemos tempos terríveis. Tempos sombrios, dias entristecidos. Em várias partes do Mundo, ruas, avenidas e praças desertas, escolas fechadas, hospitais lotados. O advento da pandemia de covid-19 promoveu mudanças bruscas na rotina de diferentes povos. De repente, até mesmo ritos fúnebres precisaram ser modificados. A resposta a um mal comum, no entanto, foi diversificada.
Como se cada país pretendesse, às pressas, encontrar uma saída, teve início uma corrida desenfreada por vacina, por paliativos e medicamentos. Junto com tal esforço, uma série de informações desencontradas ascendeu também. Uma inesperada onda negacionista se manifestou e procedimentos de profilaxia foram menosprezados por líderes políticos em diferentes lugares. O pedido por isolamento social, a necessidade de manter distância e proteger a si para também salvar os outros foi ridicularizada, atacada e inesperadamente desobedecida a partir de discursos inflamados de chefes de Estado como Donald Trump e Jair Bolsonaro.
A covid-19 se configura como o maior desafio à humanidade nas primeiras décadas do Século XXI. Em meio à tragédia, um grupo de intelectuais se coloca para oferecer reflexões iniciais sobre os desdobramentos da pandemia pelo Globo. O dossiê aqui apresentado reúne contribuições de pesquisadores de diferentes lugares: da Argentina à Alemanha, da Espanha ao Oriente Médio, chegando ao Brasil, o dossiê contém reflexões de pesquisadores, eles mesmos testemunhas, sobre a história em movimento de uma tragédia mundial.
Abrindo a edição, Karl Schurster e Michel Gherman nos provocam com a pergunta: Como Lidar com os Fascismos Hoje? Os autores analisam as práticas discursivas e o agir político dos variados tipos de fascismo no tempo presente. Refletindo sobre a instrumentalização política da pandemia, e partindo da crise das instituições democráticas e do avanço de políticas da chamada direita radical, Schurster e Gherman buscam compreender quais as características desse “novo” fascismo e como ele se desenvolve, utilizando para isso o campo teórico clássico e contemporâneo e a metodologia comparativa. O itinerário do texto os leva a problematizar categorias como conspiração, negacionismo, negação da alteridade, guerra permanente e disseminação do ódio como fundamentais para o “novo” fenômeno político e histórico.
Em seguida, Francisco Carlos Teixeira da Silva analisa de que maneira a “novilíngua bolsonarista”, em clara inspiração Orwelliana, se aplica à covid-19, empacotada num mesmo molde de padronização que já vinha se aplicando à caracterização da homossexualidade e da pobreza. Normalizando a violência e naturalizando o desumano, a novilíngua bolsonarista é utilizada no cotidiano de tortura e violência sofridas pelos “judeus” do bolsonarismo e na construção do perfil do líder da extrema-direita brasileira. Sendo assim, observa o autor, a partir da violência dispensada aos homossexuais e estabelecendo um padrão, é construído o paradigma para a morte por covid-19 no Brasil.
Lorena López Jáuregui propõe um glossário da pandemia de covid-19 a partir da língua alemã. A autora procura explicar o contexto germânico nos últimos quatro meses, refletindo sobre a crise instalada na Alemanha, lembrando que o país está em estado de emergência nacional desde março de 2020, devido à pandemia. Jáuregui léxico discute como a crise expressa a reação social local a esse problema global e nela as palavras tornam-se, então, uma expressão em mutação.
Emmanuel-Claude Bourgoin Vergondy, Óscar Ferreiro Vázquez e Ramón Méndez González abordam a Espanha diante da pandemia de covid-19, contemplando a evolução da situação de emergência, bem como as repercussões em diferentes áreas da sociedade. Em seu texto, o trio de pesquisadores observa como a comunidade internacional reagiu de maneira irregular, acreditando que algo assim não seria mais possível no século XXI, o que deixou claro que nenhum país está adequadamente preparado para ameaças biológicas fora das estruturas conhecidas.
No artigo El Consejo de Cooperación de Estados Árabes del Golfo en el marco de la pandemia de COVID-19: cooperación sanitaria versus tensiones en el ámbito político, Ornela Fabani levanta como problema a situação do surgimento da pandemia de covid-19 como uma nova ameaça, de natureza não tradicional, que coloca em xeque a segurança dos Estados do Golfo. Fabani analisa a resposta do bloco ao surgimento do surto do novo coronavírus. Bruno Sancci analisa a agenda política e econômica de uma Argentina em crise, desafiada pelo novo coronavírus. Conforme Sanci, a quarentena e o momento que vivem os argentinos agem como catalisadores das tendências relacionadas à própria estrutura da sociedade argentina.
Fechando o dossiê, Ian Kisil Marino, Pedro Telles da Silveira e Thiago Lima Nicodemo, refletem sobre os impactos das tecnologias digitais nas formas de arquivamento contemporâneo e apresentam a perspectiva de atuação elaborada no âmbito do projeto Memória Covid-19 Brasil, através do trabalho conjunto dos integrantes do Centro de Humanidades Digitais IFCH-UNICAMP e do projeto DéjàVu, da mesma instituição.
Por fim, Liliane Costa Andrade oferece a resenha do livro “O Cinema vai à Guerra”.
Em tempos de pandemia, os Cadernos do Tempo Presente se apresentam para colaborar no esforço de entender a tragédia. Vivemos tempos terríveis, sim. Os textos aqui contidos significam o esforço em oferecer interpretações, sugerir caminhos e, de alguma forma, poder nos ajudar para que a travessia por dias tão tristes seja um pouco menos dolorida.
Os Editores.
-
Jul - Dez 2019: Revista Cadernos do Tempo Presente
Vol. 10 No. 02 (2019)Dossiˆê 60 anos da Revolução Cubana e 20 anos da Revolução Bolivariana: um balanço histórico, literário e historiográfico
O ano de 2019 foi marcado pelas rememorações de duas experiências históricas relevantes da América Latina: os 60 anos da Revolução Cubana e os 20 anos da Revolução Bolivariana. Ambas as experiências, carregadas de simbolismo, consistem em eventos importantes para a compreensão da História latino-americana, em razão dos impactos dessas experiências revolucionárias na região.
A vitória dos jovens rebeldes de Sierra Maestra do Movimento Revolucionário 26 de Julho (MR-26), em janeiro de 1959, comandados por Fidel Castro, Raul Castro, Ernesto “Che” Guevara, Camilo Cienfuegos, entre outros nomes marcantes, foi um dos acontecimentos mais relevantes e, por isso, um dos mais influentes da história latino-americana da segunda metade do século XX.
O contexto da Guerra Fria e os impactos dessa revolução na região, exemplificados na propagação das consígnas anti-imperialistas, anticolonialistas, latino-americanistas e no surgimento de grupos guerrilheiros que buscaram no modelo cubano a referência para a transformação social, fizeram dessa experiência o paradigma para os que desejavam a realização da utopia revolucionária na América Latina entre as décadas de 60’ e 80’ do século XX.
Com o fim da Guerra Fria, em 1991, Cuba sofreu com a asfixia econômica, em virtude das da estagnação econômica decorrente do fim da União Soviética e da perpetuação do embargo econômico norte-americano. No entanto, a sua capacidade de resistência fortaleceu o seu simbolismo entre as esquerdas latino-americanas e a perpetuou enquanto um modelo para os desejosos da utopia revolucionária na América Latina.
Em 1998, a eleição de Hugo Chávez para a presidência da Venezuela inaugurou um ciclo político na história do tempo presente latino-americana marcado pelo protagonismo das esquerdas, em decorrência da sucessão de suas vitórias eleitorais entre 1998 e 2009. O resgate das bandeiras políticas propagandeadas pelos cubanos desde a década de 1960, como o anti-imperialismo e o latino-americanismo, foi uma marca desse período, que teve intensas conexões com Cuba revolucionária.
O caso venezuelano foi o mais radicalizado das experiências recentes de governos de esquerda. Os traços nacionalistas, democráticos participativos, pró-socialistas e de soberania nacional, que pareciam esquecidos nos anos neoliberais das décadas de 1980 e 1990, foram retomados e tornaram-se consígnias transformadoras a serem espalhadas pelo nosso continente. Nesse processo, além disso, assistimos a uma apropriação política do discurso revolucionário cubano, que contribui para a construção do imaginário revolucionário do bolivarianismo resgatado por Hugo Chávez.
A forte conexão entre Hugo Chávez e Fidel Castro fez com que o projeto bolivarianista do chavismo exemplificasse de forma mais veemente a influência da revolução cubana nos grupos de esquerda latino-americanos que ganharam projeção política no início do século XXI. A aliança entre esses dois ícones da história latino-americana, iniciada em dezembro de 1994, deveu-se à recíproca admiração e a interesses políticos, econômicos e geopolíticos.
Assim, a importância histórica das duas revoluções fez com que agregássemos contribuições de pesquisadores das áreas de História, Economia, Literatura e Relações Internacionais em único dossiê. Composto por sete artigos e uma resenha de pesquisadores brasileiros e venezuelanos, esse material poderá contribuir para as reflexões sobre as experiências políticas vividas por cubanos e venezuelanos nas últimas seis décadas. Boa leitura!
Os organizadores
Dilton Maynard (UFS), Karl Schurster (UPE) e Rafael Araujo (UERJ)
-
Jan - Jul 2019: Revista Cadernos do Tempo Presente
Vol. 10 No. 1 (2019)Eis mais uma edição dos Cadernos do Tempo Presente. Um lançamento especial em comemoração à nova qualificação da revista na Capes, agora A3 na área de História. Abrindo os trabalhos, temos o texto de Carlos Barros, que procura analisar a crise política pela qual a Espanha vem passando nos últimos anos, resultando recentes ondas de protestos. Assim, o autor se propõe a realizar um trabalho de História Imediata.
Partindo para o campo da História Cultural e História da Educação, Ester Fraga Vilas-Bôas Carvalho do Nascimento e Josué dos Santos Alves fazem uma História do Livro por meio da perspectiva das tecnologias digitais. Utilizando-se do método indiciário de Carlo Ginzburg, os autores estudam a criação da Biblioteca Digital de História da Educação e como os materiais disponibilizados contribuem para a circulação de ideias.
Ainda pela perspectiva da História Cultural, mais especificamente no campo literário, Thaís Duarte Silvério e Cristiano Cezar Gomes da Silva buscam compreender como o sertão é representado nos poemas de Jessier Quirino. Assim, os autores analisam como a “linguagem matuta” se relaciona aos neologismos e aos chamados “espaços da saudade” para compreender a construção de identidades dos personagens sertanejos.
Por outro lado, Joselene Ieda dos Santos Lopes de Carvalho e Tânia Mara de Bastiani realizam uma discussão historiográfica acerca da história dos trabalhadores, a fim de entender como esses sujeitos foram inseridos ou ocultados pela literatura. Dessa maneira, as autoras buscam compreender a importância do ofício do historiador, sua relação com o meio e a contribuição da História Oral para esses estudos.
Ainda sobre a história dos trabalhadores e História Oral, Yasminn Escórcio Meneses da Silva e Marcelo de Sousa Neto analisam o trabalho das lavadeiras em Teresina – PI, na década de 1970. São estudadas as novas configurações do trabalho dessas mulheres em um contexto de intensificação do processo migratório, aumento populacional da cidade e transformações dos espaços, decorrentes de uma política de construção de grandes obras. Dessa maneira, o objetivo dos autores consiste em entender como o cotidiano dessas mulheres foi alterado pelas mudanças sofridas pela cidade nesse período através de fontes hemerográficas e entrevistas.
Também sobre Teresina na década de 1970, Cláudia Cristina da Silva Fontineles e Allan Ricelli Rodrigues de Pinho estudam o transporte coletivo da cidade. Por meio da pesquisa em periódicos locais e entrevistas, os autores buscam analisar as transformações decorrentes do processo de modernização pelo qual a cidade passava nesse período, as tensões ocasionadas pelas políticas de transporte coletivo e o papel de grupos sociais que marcaram a memória em torno desses meios de transportes.
Entrando no campo da História Econômica, João Américo Tomaz de Aquino e Bernadete Lema Mazzafera traçam a história da contabilidade e a sua evolução decorrente da legislação vigente no Brasil. Dessa forma, os autores procuram compreender como as Ciências Contábeis podem auxiliar nos desenvolvimentos científico, técnico, social, econômico e financeiro tanto em contexto nacional como internacional.
Por fim, temos a resenha feita por Daniela Melo Rodrigues da obra de Carlos Meneses de Sousa Santos, “Trabalhadores em movimento: Horizontes abertos em Marechal Cândido Rondon-PR: Segunda metade do século XX e início do XXI”.
Desejamos boa leitura a todos e todas.
Os Editores.
-
Jul- Dez 2018: Revista Cadernos do Tempo Presente
Vol. 9 No. 2 (2018)Eis a segunda edição do ano e com ela temos inicialmente o texto de Karl Schurster e Alana de Moraes Leite, em uma abordagem sobre o ensino de história e a memória do Holocausto. Os autores analisam materiais didáticos do Yad Vashem, museu israelense responsável pela “memória oficial” do Holocausto, para entender como a historiografia trabalha os traumas coletivos.
Ainda no campo da História do Tempo Presente, memória e trauma, Wagner Augusto Hundertmarck Pompéo realiza um estudo sobre a ditadura do Estado Novo. O autor procura apresentar como se dá a produção da memória coletiva sobre o tema e os motivos para seus silêncios e esquecimentos. Mantendo-se no recorte temporal da década de 1940, Júlia Scherer enfoca a História Política ao analisar o American way of life na revista Seleções, edição brasileira da revista estadunidense Reader’s Digest. O objetivo é apresentar como a Política da Boa Vizinhança entre Brasil e EUA pode ser percebida através da publicidade deste periódico.
Também sobre as relações Brasil-EUA no campo da História Política e das Relações Internacionais, Charles Sidarta Machado Domingos apresenta como ocorreram as negociações entre os presidentes John Fitzgerald Kennedy e João Goulart no contexto da crise dos misseis em Cuba (1962). Domingos analisa o posicionamento de Goulart frente ao pedido de apoio de Kennedy no momento de maior tensão da Guerra Fria. Em seguida, em um trabalho de História Oral, Marcelo de Sousa Neto e Karina Viana da Silva tem como objetivo analisar a expansão e ocupação dos espaços da cidade de Teresina, no contexto de redemocratização do país. Os autores analisam quais os mecanismos utilizados e os desafios enfrentados pela população local no acesso à moradia. Para isto, são observadas as memórias e histórias da comunidade do bairro Vila da Paz no seu processo de urbanização.
Antônio Moreira da Silva Junior e Wellington Amâncio da Silva fazem uma análise social e cultural da relação entre racismo e a sociedade de classes. Já na área de Educação, Valter Ramos da Silva e Luiz Alberto Ribeiro Rodrigues fazem um estudo sobre políticas públicas realizadas pela Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco. São observadas quais ações utilizadas pelo órgão para lidar com os baixos resultados atingidos pelo ensino médio das escolas públicas do estado no Índice de Desenvolvimento da Educação. O objetivo é apresentar os impactos causados pela educação integral nesse processo.
Por fim, temos a resenha de Felipe Alexandre Silva de Souza da obra An international civil war: Greece, 1943-1949 (2016) de autoria de André Gerolymatos.
Desejamos boa leitura a todos.
Os Editores.
-
jan- jun 2018: Revista Cadernos do Tempo Presente
Vol. 9 No. 1 (2018)Editorial
Esta edição dos Cadernos do Tempo Presente segue com sua proposta de reunir discussões e estudos multidisciplinares, com temas destacados nos campos das humanidades. O artigo As concepções de liderança do gestor escolar das escolas públicas da rede estadual em Pernambuco, dos pesquisadores Valter Ramos da Silva e Luiz Alberto Ribeiro Rodrigues, apresenta uma detalhada análise sobre as práticas e experiências relacionadas ao exercício da gestão escolar naquele Estado nordestino, a partir da coleta de dados com vários dirigentes de unidades escolares bem como uma importante reflexão sobre os problemáticas presentes neste contexto.
Na sequência, Jéferson Silveira Dantas e Jeana Laura Da Cunha Santos trazem o texto A memória social em disputa: os discursos empresariais jornalísticos em tempos de contrarreformas, apresentando um panorama sobre o papel da imprensa e dos grupos de mídia no Brasil durante o processo de impedimento da Presidente Dilma Rousseff, observando a alocação parcial do noticiário e a manipulação de dados, referências técnicas e análises enviesada, buscando legitimar ou validar os discursos adotados no Legislativo e Judiciário.
Já o artigo Anorexia na leitura psicanalítica da Revista dos Transtornos Alimentares (2008-2012): uma análise de história sociocultural da doença, de Reynaldo José Loio Alves, segue como um estudo téorico sobre relação da Psicanálise e os tratamentos de Transtornos Alimentares, especificamente da Anorexia, partindo de uma análise dos principais conceitos presentes nesta temática e sua inserção na perspectiva da História das doenças, a partir da ênfase dos estudos culturais.
Outra contribuição é o texto de Sara Oliveira Farias, Um roteiro de pesquisa: algumas considerações sobre o Movimento de Educação de Base, que destaca a importância histórica e política do Movimento de Educação de Base (MEB), partindo de uma análise de materiais produzidos na década de 1960, como relatórios anuais, cartilha, canções, produzidas pela equipe do MEB, no Brasil dos anos de 1960.
O artigo A recomposição da história política e das ideias a partir da história dos conceitos de Reinhart Koselleck, de Tenner Inauhiny de Abreu, faz uma abordagem acerca das possibilidades teórico-metodológicas e da interação da história política e das ideias para aplicação aos conceitos de Reinhart Koselleck, focando, a partir disso, elementos discursivos da História política e as contribuições levantadas pelo historiador alemão para o campo atual da história do político.
Em abordagem de uma História do Tempo Presente e das relações internacionais, Pedro Carvalho Oliveira, em seu artigo Guerra Fria, terra seca: o “perigoso” Nordeste brasileiro sob o olhar da CIA e da imprensa estadunidense no alvorecer dos anos 1960, examina a visão construída pela Agência Central de Inteligência e pela imprensa dos Estados Unidos sobre o Nordeste brasileiro entre o período de 1959 e 1964, no contexto da Guerra Fria e dos receios posteriores à Revolução Cubana, além das preocupações do bloco capitalista com a possível amplitude de movimentos comunistas na América Latina e as consequentes ações para construção de políticas em torno da região nordestina brasileira.
Por sua vez, o artigo O neoliberalismo chileno (1973-1990) e seus desafios à integração sul-americana dos anos 1980, de Rafael Macedo da Rocha Santos, aborda as estruturas e mecanismos do modelo econômico chileno adotado por Pinochet e sua singularidade em comparação às demais ditaduras militares da América do Sul. O autor discute a efetivação da política neoliberalismo chilena e como essa contribuiu para a formação pós-redemocratização de um país com características distintas do restante da América Latina, com maior aproximação com potências europeias e asiáticas e um sensível afastamento dos países do Mercosul.
Encerrando a edição, temos o texto A pesquisa em história da educação: uma revisão de literatura, de Osnar da Costa e Leonardo Salviano, que desenvolve uma reflexão sobre a pesquisa em História da Educação, centrando sua análise sobre a historiografia da educação brasileira e seus respectivos métodos investigativos em relação as suas fontes, métodos e práticas. Os autores propõem, a partir desta discussão, apresentar obras destacadas, os pesquisadores e suas contribuições para essa temática no âmbito do desenvolvimento educacional do país.
Desejamos boa leitura a todos.
Os Editores.
-
ISSN: 2179-2143
Vol. 8 No. 04 (2017)O Caderno do Tempo Presente apresenta a sua nova edição. Nele, o texto do renomado pesquisador Carlos Barros apresenta um detalhado estudo sobre os fins da História e redirecionamentos temáticos dos estudos históricos nas primeiras décadas do século XXI, especialmente mudanças sociais e políticas em conceitos relativos à democracia, Estado e relações internacionais.
No segundo artigo, Fabio Hoffman e Everton Rodrigues discorrem sobre a criação dos jingles das campanhas políticas. Também observando produções culturais, Roberto Camargo discute o desenvolvimento do rap brasileiro desde o final da década de 1980, focando a relação da musicalidade como mecanismo de intervenção social e combate aos preconceitos e marginalização de comunidades periféricas.
Por sua vez, Claudia Cristina da Silva Fontineles Sthenio de Sousa Everton, tomam as manifestações ocorridas entre junho de 2011 e 2012 em Teresina para discutir a mobilização urbana e as vinculações político-partidárias presentes nas reivindicações, utilizando para isso entrevistas e relatos jornalísticos com diferentes posições sobre as organizações presentes nos atos.
Já Patricia Carla Mucelli analisa as relações de poder e arquivos digitais através de diversos blogs de moda, bem como as relações de consumo presentes nestas ferramentas eletrônicas. Em continuidade, Marcia Regina dos Santos investiga as publicações de manuais de etiqueta na segunda metade do século XX e, através deles, observa as questões relacionadas a memorias e construção de modelos sociais. Na sequência, Lisandra Barbosa Macedo Pinheiro traça um estudo sobre a oralidade presente nos ritos e tradições das religiões afro-brasileiras, refletindo sobre seu uso como fonte histórica e contraponto à hegemonia histórica eurocêntrica.
Por fim, o historariador Cleyton Antonio da Costa apresenta o último artigo desta edição, estudando os elementos culturais presentes na Festa de Nossa Senhora do Carmo, no Sul mineiro, e a importância da história oral para o registro da memória, marcos e elementos criativos nos festejos populares.
Desejamos boa leitura a todos.
Os Editores.
-
ISSN: 2179-2143
No. 28 (2017)Depois de um período de mudanças, eis a 28ª edição dos Cadernos do Tempo Presente. Abrindo a edição temos Márcia Maria de Medeiros e Tânia Regina Zimmermann em um artigo sobre a relação entre terrorismo e globalização no final século XX e início do XXI. A partir do campo do tempo presente e de ideias de autores como Zygmunt Bauman, Guy Debord e Eric Hobsbawm, as autoras discutem como ações terroristas estão inseridas em uma sociedade que diluiu as fronteiras, mas que criou outros obstáculos. Em seguida, ainda em um estudo de história do tempo presente e de historia política, Pedro Felipe Neves de Muñoz também aborda o contexto da globalização e sua relação com as ondas migratórias do ano de 2015. O autor observa como nesse cenário emergiram movimentos nacionalistas e autoritários diante da crise de refugiados na Europa, analisando particularmente ações do AfD (Alternative für Deutschland), partido de extrema-direita na Alemanha.
No terceiro artigo temos um trabalho de história política de Cristina Iuskow, que procura entender como era abordada a relação entre Brasil e Portugal no periódico catarinenseRevista Luso Brasileira entre 1961-1979. Este artigo nos ajuda em pesquisas sobre salazarismo e seus laços transatlânticos, além de servir de exemplo metodológico de pesquisa com periódicos. A propósito, uma outra contribuição metodológica é encontrada no texto de João Gabriel do Nascimento Nganga, em um estudo sobre a propaganda como documento e sua relação com o imaginário social. O autor problematiza as possíveis influências da mídia a partir dos conceitos de representação, imaginário e identidades.
O quinto artigo da edição, de autoria de Émerson Silva Santos e Cleyton Feitosa Pereira, analisa o Programa TransCidadania, um projeto da Prefeitura de São Paulo cujo objetivo é combater a transfobia e promover cidadania de travestis e transexuais na cidade. Enquanto no último artigo, Lucas Gabriel Franco Gomez e Lilian Maria Paes de Carvalho Ramos orbitam o campo das políticas educacionais de formação de professores. Os autores fazem uma revisão bibliográfica e análise documental sobre o tema no período de 1964 a 1972 e mostram como o golpe militar de 1964 transformou o cenário educacional do Brasil.
Por fim, Tatiane de Freitas Ermel apresenta a uma resenha do livro “História do Tempo presente: oralidade, memória, mídia”, fruto do II Seminário de História do Tempo Presente, realizado no ano de 2014 na Universidade do Estado de Santa Catarina, e organizado por Janice Gonçalves.
Agradecemos pela colaboração e apoio com submissões de textos e com a frequente divulgação do periódico. Desejamos uma boa leitura a todos.
Os Editores.
-
27ª edição e sua pluralidade de discussões - ISSN: 2179-2143
No. 27 (2017)Cadernos do Tempo Presente
Revista Interdisciplinar de História
Grupo de Estudos do Tempo Presente - UFS
Edição n.º 27, abril de 2017
Mantendo a pluralidade de discussões como referência, a presente edição dos Cadernos do Tempo Presente apresenta trabalhados que focam temas relacionados à Educação, Biografia, Movimentos Sociais, Saúde e Internet.
O artigo Aparecimento da infância negra: trilhando entre séculos de inacabável reconstrução social, de autoria das pesquisadoras Jenny Lorena B. Moreno e Maria Renata Alonso Mota aborda uma importante discussão relacionado à educação de crianças negras na segunda metade do século XIX e primeiras décadas do século XX, destacando as mudanças marcantes na Educação brasileira a partir da ressignificação de conceitos de raça e etnia.
Partindo de uma revisão de literatura detalhada, os pesquisadores Nestor Alexandre Perehouskei e Tatiane Duarte Silva Oliveira discorrem no artigo A ciência, a técnica, a tecnologia, a cultura e a Educação de Jovens e Adultos o desenvolvimento institucional da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e sua estruturação a partir da análise de categorias como classe social e contradições em sua efetivação como modalidade de ensino.
Cristiane Tavares apresenta um estudo sobre o Comitê para Democratização da Informática (CDI) em Sergipe, organização não governamental (ONG) que visava promover a educação informal através das chamadas Escolas de Informática e Cidadania (EICs), em seu artigo Uma História da Educação Digital em Sergipe (1998-2011).
Trajetórias Individuais em Pauta: um Olhar Teórico sobre a Biografia e suas Transformações, da Historiadora Karla Karine de Jesus Silva, debruça-se sobre o gênero biográfico e suas relações como a História. De que forma as histórias individuais subsidiam o conhecimento histórico.
O texto O “grande mural” dos anos 1970: rememorações e construção de sentidos nas retrospectivas de Veja e Isto É, de Juliana Miranda da Silva, realiza um painel a partir da análise das capas destes dois veículos durante o ditatura militar e como as questões relacionadas à luta democrática são retratadas em suas manchetes.
Paulo Roberto Alves Teles apresenta no trabalho Occupy Wall Street e Los Indignados: uma névoa de insatisfação no século XXI uma análise acerca de um dos destacados movimentos ocorridos nos últimos anos e a postura de crítica ao sistema econômico e à estrutura financeira mundial, com precarização de direitos e garantias sociais.
Já no artigo Internet e mídias sociais na educação em saúde: o cenário oncológico os autores Myllena Cândida de Melo, Camila Mose Ferreira da Fonseca e Paulo Roberto de Vasconcellos-Silva apontam questões sobre a produção de conhecimento concernente ao uso da internet e mídias sociais na educação em saúde em oncologia e como estas afetam o entendimento e a relação dos pacientes em processo clínico.
Por fim, na dimensão do campo da saúde, o trabalho Discursos alternativos sobre a vacinação contra o HPV: análise das mensagens em uma comunidade virtual no Facebook, do pesquisador Marcelo Garcia, aborda o tratamento de informações relativos ao HPV em redes sociais e a interferência deste quadro no planejamento e execução de ações de saúde.
Boa leitura!
Os Editores.
-
Entre Relações de Poder e Modernização Urbana: as muitas faces da 26ª edição - ISSN: 2179-2143
No. 26 (2017)Cadernos do Tempo Presente
Revista Interdisciplinar de História
Grupo de Estudos do Tempo Presente - UFS
Edição n.º 26, janeiro de 2017
Relações de Poder, Educação, Extrema-direita, Cultura, Rock Brasileiro e Modernização Urbana. Em sua 26ª edição, os Cadernos do Tempo Presente apresenta textos que discutem e dialogam com esses assuntos. Ao contemplar tal diversidade temática em seus trabalhos, nossa revista pretende continuar atendendo a um público amplo de leitores.
Iniciamos esse número com o artigo El poder popular en el espacio comunal venezolano: ¿descentralización o centralismo?, de Rosangel Alvarez. Partindo do pressuposto de que a descentralização promove espaços territoriais e novos centros de poder mais próximos do cidadão, o artigo analisa até que ponto a incorporação do espaço comunal venezuelano como base de organização local do poder popular, viola as disposições constitucionais neste assunto.
Dando continuidade às discussões sobre poder, Eloy Tonon e Soeli Regina Lima tratam das relações de poder envolvidas no processo judicial da Batalha do Irani contra José Fabrício das Neves e outros. Os autores analisaram o perfil socioeconômico dos depoentes, contextualizando com a realidade da sociedade brasileira das primeiras décadas do século XX.
No artigo seguinte, Sara Farias analisa alguns aspectos da história e da atuação do Movimento de Educação de Base (MEB), através dos discursos produzidos por cartilhas, livros, documentos e depoimentos orais.
Também compõe essa edição o texto A Extrema Direita e o etnonacionalismo na Europa Contemporânea: o caso da Aurora Dourada. Nele, Rafael Botton e Guilherme Andrade investigam o surgimento e a ascensão de movimentos de extrema-direita na Europa após a Segunda Guerra Mundial. Os autores enfatizam os movimentos etnonacionalistas e seus desdobramentos sociais e, para isso, abordam o caso do partido fascista Aurora Dourada.
Ainda nesse 26º volume, passeamos entre cultura e rock brasileiro através do trabalho de Jose Augusto dos Santos e Luiz Eduardo de Oliveira. Os autores refletem sobre como o processo de circulação, recepção e apropriação do rock no Brasil, na década de 1980, provocou o surgimento de novas identidades.
Concluindo a seção de artigos, Edson Silva discute as transformações urbanísticas e empreendidas na cidade de Jacobina, em meados da década de 1950. O autor analisa as medidas desenvolvidas em prol da limpeza, do saneamento e embelezamento das ruas de Jacobina, apontando também para os constantes tensionamentos entre a execução dessas ações e as práticas da população da cidade.
Apresentamos, por fim, a resenha de Raquel Anne de Assis sobre o livro “Guerra Secreta: A CIA, um exército invisível e o combate nas sombras”, de Mark Mazzetti; e a resenha da obra “Direita, volver! O retorno da direita e o ciclo político brasileiro”, de Sebastião Velasco e André Kaysel, escrita por Pedro Oliveira, que encerram este multifacetado número dos Cadernos.
Desejamos a todos uma ótima leitura!
Os Editores
-
2º Volumen – Dosier Temas de las Agendas Sudamericanas - ISSN: 2179-2143
No. 25 (2016)Cadernos do Tempo Presente
Revista Interdisciplinar de História
Grupo de Estudos do Tempo Presente - UFS
Edição n.º 25, outubro de 2016
Los dos volúmenes del dossier “Políticas Exteriores de Sudamerica” forman parte de un esfuerzo colectivo entre el OPEA (Observatorio de Política Exterior Argentina), el OPEB (Observatorio de Política Exterior de Brasil), el OPEP (Observatorio de Política Exterior Paraguaya), el OPEU (Observatorio de Política Exterior Uruguaya) y el OPEV (Observatorio de Política Exterior Venezolana), como se explica en el primer volumen de este Dossier. Cada grupo preparó una serie de artículos a los quales se adjuntaran otros profesores extranjeros, como una forma de ampliar el debate. Asimismo, hemos hecho lecturas cruzadas de los mismos, como proceso de revisión por pares que nos ha permitido, a su vez, profundizar el conocimiento sobre el trabajo de nuestros colegas, así como tender mayores puentes entre los aportes del Dossier.
Como se colocó en el primer volumen, el proyecto "Observatorio de Política Exterior" comenzó en Brasil, más precisamente entre los estudiantes y profesores del curso de Relaciones Internacionales de UNESP- Franca. Sin embargo, algunos acontecimientos y coincidencias fueron de importancia crucial para la consolidación de la iniciativa a nivel sudamericano, tales como el ingeso, aún en 2004, de la profesora Ana María Stuart al referido curso. La Dra. Stuart había realizado sus estudios de graduación en la Universidad Nacional de Rosario, donde estuvo la primera facultad de Relaciones Internacionales en América del Sur, y ella tenía allí colegas y amigos del área. La profesora se tornó una entusiasta integrante del OPEX, promoviendo su divulgación en la UNR donde encontró en la Escuela de Relaciones Internacionales de la Facultad de Ciencia Política y Relaciones Internacionales y especialmente en la Dra. Gladys Lechini, un espacio para el desarrollo conjunto del proyecto.
Paralelamente, la primera coordinadora del Observatorio de Política Exterior de Brasil buscó la incorporación de un equipo de Uruguay a través de su amigo y colega del Observatorio de Defensa y Fuerzas Armadas, Julián González Guyer, profesor de la Universidad de la República, lo que fue posible con la participación del Programa de Estudios Internacionales.
Con la unión de los tres equipos finalmente, el proyecto original de cooperación científica y quiebre de desconfianzas políticas, según estaba previsto que fuera el OPEX, se realizó y ya para mediados de los años 2000, contaba con un conjunto de personas pensando la política exterior de cada país a partir de la producción de análisis semanales de noticias de prensa. A estos tres pioneros se unieron luego otros equipos de la región.
Un equipo de Chile fue incorporado por invitación del OPEA y permaneció por algún tiempo; el de Paraguay, autóctono al principio, por algún tiempo, hoy tiene en la Universidad Federal de Sergipe la continuidad en la producción del OPEP. Continúa siendo objetivo del OPEX tejer nuevos vínculos y asociaciones, siempre en busca de calidad científica para las lecturas de políticas exterior e igualmente promoviendo la internacionalización de la investigación y de los estudios en relaciones internacionales. Más importante, y como denota el presente dossier, la estrategia sistemática adoptada para la preparación de los informes de cada uno de los equipos genera que el OPEX sea también un instrumento de difusión del diálogo, del consenso, de la amistad y, por consiguiente, de la paz entre las naciones del Cono Sur de América, en un contexto democrático.
En estos trece años de desarrollo y construcción conjunta, los equipos han cambiado y los objetivos se han profundizando. Cada Observatorio conserva proyectos propios que lo distinguen de los otros, pero nos une el semanario de política exterior, como seguimiento sistemático de las noticias de política exterior publicadas en la prensa en los distintos Estados que lo componemos. Existen una gran variedad de proyectos en común que consolidan nuestra unión y nuestro deseo de incrementar la cooperación y la amistad que nos caracteriza. Uno de los proyectos en común consiste en cruzar miradas nacionales y, al mismo tiempo, puntos de vista sudamericanos acerca de las relaciones dentro de la región y fuera de ella. Y así se explica esto Dossier.
El segundo volumen del dossier “Políticas Exteriores de Sudamérica” que aquí presentamos, incluye otras ocho contribuciones que se congregan por tener en común el objetivo de abarcar de manera más amplia la diversificada agenda de política exterior de cada país analizado. No privilegia las relaciones de países sudamericanos con sus vecinos solamente, sino que reconoce la importancia de abarcar las relaciones extra regionales para la comprensión de las estrategias de inserción y sus potenciales ayudas o riesgos para la cohesión de la región. De esto modo, el primer articulo, de Guilherme Paul Berdú es relativo a la política exterior del Brasil frente al espionaje de los Estados Unidos y su impacto en los espacios de cooperación e integración subregionales como Mercosur y Unasur, en un escenario internacional donde convergen otros actos similares y la búsqueda por consolidar la gobernanza internacional de internet. Por su parte, Fernández Luzuriaga desarrolla un capítulo relativo a la política exterior del Uruguay frente al conflicto internacional desatado en Siria en el año 2013, las implicancias de la utilización de armas químicas y el intervencionismo norteamericano. El autor se vale de enfoques teóricos que, entre otros, provienen de la autonomía, como Bueno y Francés, aunque en este caso anclado en el concepto de autonomía relacional de Roberto Russell. En estrecha relación con el análisis de Luzuriaga, Florencia Tinnirello analiza la política exterior argentina frente al conflicto palestino-israelí durante las presidencias kirchneristas y basándose en la autonomía relacional como principal enfoque teórico. El capítulo de Agustin Albini se concentra en un tema candente de la política exterior argentina e internacional por el conflicto con los holdouts en un contexto internacional de debate sobre la arquitectura financiera y la reestructuración de deudas soberanas.
Del mismo modo que busca ampliar o debate acerca de la agenda de la política exterior, el presente volumen es caracterizado por abarcar abordajes más críticas. El aporte de Antonela Busconi remite a la agenda de derechos en la Argentina y su posicionamiento internacional frente a la defensa de los derechos de la mujer. En este capítulo se constata la búsqueda por alejarse del mainstream teórico de las Relaciones Internacionales y analizar el objeto desde las teorías feministas en su interés emancipador.
Andrés Raggio estudia el contenido de la agenda de política exterior uruguaya del año 2013, durante la administración de Mujica, tanto en los temas como en las dimensiones más relevantes de dicha política, particularmente, las dimensiones política, económica-comercial, integración y cooperación. En tal sentido, identifica la relevancia de Sudamerica desde un punto de vista político y de la integración regional.
Valorando la importancia de la agenda democrática en nuestra región, y especialmente en el Paraguay, la obra culmina con dos aportes relativos a las elecciones generales y la situación acaecida con el golpe perpetrado contra Fernando Lugo. El capítulo de Érica Brandao, Joana Maria Andrade y Rodrigo Barros de Albuquerque analiza tanto el contexto electoral como las fuerzas domésticas que apoyaron el gobierno como aquellas que lo desestabilizaron y las reacciones de los países de la región en los espacios de cooperación e integración como Mercosur y Unasur. El aporte de Israel Roberto Barnabé, Flora Varvalho de Oliveira e Freitas Fonseca y Marcos Rogério Vieira de Araujo Filho, se concentra en las dinámicas internacionales que colindan hacia la recuperación democrática en nuestra región y que derivan en los discursos de izquierda y populares que en gran parte se analizan en esta obra. Esto sin dejar de lado la doble mirada del discurso democrático, con la que los autores analizan el gobierno de Fernando Lugo.
Deseamos a todos uma buena lectura!
Diego Hernández Nilson (Universidad de la Republica de Uruguay)
Érica C. A. Winand (Universidade Federal de Sergipe)
María del Pilar Bueno (Universidad Nacional de Rosario-Argentina)
-
1º Volumen - Dosier Políticas exteriores de Sudamérica - ISSN: 2179-2143
No. 24 (2016)Cadernos do Tempo Presente
Revista Interdisciplinar de História
Grupo de Estudos do Tempo Presente - UFS
Edição n.º 24, julho de 2016
El trabajo académico es considerado como una labor en solitario, especialmente en las ciencias humanas, pero en la lectura cotidiana se percibe que esto es una ilusión: el conocimiento sólo se construye colectivamente. Este es el origen del Observatorio de Política Exterior (OPEX). Su nacimiento está ligado a la conjunción de dos experiencias, una de enseñanza y otra de investigación.
El Observatorio de Política Exterior (OPEx) es un proyecto de extensión universitaria desarrollado en el ámbito del Grupo de Estudios de Defensa y Seguridad Internacional (GEDES), en conjunto con el “Grupo de Estudos Comparados em Política Externa e Defesa (COPEDE/GEDES/ Universidade Federal de Sergipe)”; la Escuela de Relaciones Internacionales de la Universidad Nacional de Rosario, Argentina y con el Programa de Relaciones Internacionales de la Facultad de Ciencias Sociales de la Universidad de la República, Uruguay.
El OPEX publica información acerca de la política exterior de los países sudamericanos, semanalmente, al mismo tiempo en que busca la construcción de una base de datos compatible con la investigación académico-científica. De este modo, y por medio de los datos producidos, se construye una visión panorámica acerca de la evolución de las relaciones internacionales de América del Sur y se cuenta con un registro histórico que sirve de herramienta para la observación de la regularidad, de la continuidad y de los cambios producidos en un determinado recorte temporal, así como acerca de la coyuntura regional y doméstica donde tuvieron lugar dichos cambios.
Por lo último, pero no menos importante, es válido destacar la posibilidad que otorga de analizar las distintas vertientes políticas de los medios de comunicación y los diferentes tratamientos acerca de la política exterior.
Investigadores de distintos centros académicos del Cono Sur compartimos la percepción de que nuestros temas de investigación no encontraban eco suficiente en la prensa, considerada aún hoy como casi un cuarto poder para la construcción de regímenes democráticos. Y es esa misma prensa que no sólo forma (y deforma) la opinión pública, sino que, además, sirve de base para la toma de decisión, constituyéndose -a veces- en el único espacio para la discusión entre aquellos que son llamados para diseñar políticas públicas, como son los burócratas, políticos y funcionarios del Estado.
En la época de surgimiento del OPEx, entre 2003 y 2004, prácticamente no existían reseñas sobre política externa extraídas de diarios y otros medios de prensa. Lo que había era una preocupación de las Cancillerías, así como de otros Ministerios, en sus respectivas carteras, en hacer un seguimiento de los medios para informarse sobre la aceptación/rechazo del gobierno y sus políticas en el área de relaciones exteriores. Además, la propuesta era crear un instrumento de análisis de la prensa en cada país de la región, comenzando por Brasil, que tuviera su fuente de datos en la revisión sistemática de diarios y revistas nacionales más importantes por cada país específico.
Como resultado de nuestra labor conjunta, y a partir de los informes semanales de seguimiento de noticias que utilizamos como fuente de información, hemos preparado dos volúmenes del dossier “Políticas exteriores de Sudamérica” que representan el esfuerzo colectivo entre los equipos que conformamos el OPEA (Observatorio de Política Exterior Argentina), el OPEB (Observatorio de Política Exterior de Brasil), el OPEP (Observatorio de Política Exterior Paraguaya), el OPEU (Observatorio de Política Exterior Uruguaya) y el OPEV (Observatorio de Política Exterior Venezolana).
El primer dossier, que aquí presentamos, incluye ocho contribuciones acerca de las políticas exteriores de Sudamérica y distintas relaciones bilaterales entre nuestros países y con actores extra-regionales.
Los artículos relativos a las políticas exteriores de Sudamérica promueven una mirada de la política exterior de al menos dos gestiones, en algunos casos de modo comparativo. En tal sentido, se encuentra el análisis de los tres gobiernos kirchneristas de la Argentina en el trabajo de María del Pilar Bueno; las gestiones de Vázquez y Mujica en Uruguay en el aporte de Diego Hernández Nilson Nicolás Pose y Andrés Raggio; la contribución de Evelyn Moreno y Giovanna Ayres Arantes de Paiva sobre Chávez y Maduro en Venezuela y finalmente, las gestiones de Lugo y Cartes en Paraguay realizado por Érica Winand, Joana Andrade, Luan Vieira Pimentel y Jorge Matheus Rodrígues.
Constituye un elemento distintivo, que los gobiernos analizados, en todos los casos exceptuando a Horacio Cartes del Partido Colorado del Paraguay, responden a coaliciones con componentes de izquierda o centro-izquierda, tanto el Frente Amplio de Uruguay, como el Frente para la Victoria de la Argentina, el Partido Socialista Unido de Venezuela y el Partido Frente Guasú de Paraguay. Este hecho se vuelve aún más distintivo en el momento en el que se publica este dossier, dado que nos encontramos ante un nuevo giro a la derecha en nuestra región y esto ha llevado a un necesario análisis de fin de ciclo en los gobiernos denominados progresistas y/o de izquierda.
Del mismo modo, el dossier involucra la búsqueda por presentar relaciones bilaterales o multilaterales entre los países que componen el OPEX, así como con otros países y regiones consideradas estratégicas. El trabajo de Débora Akemi Agata, Kimberly Alves Digolin y Jonathan de Araujo de Assis alude a las relaciones entre Brasil y el Continente Africano, teniendo en cuenta que se trata de un lazo originario que incidió en la conformación de la identidad nacional de Brasil. El aporte de Rafael Alvariza refiere a las relaciones Brasil-Uruguay en el contexto del progresismo uruguayo y del intento por profundizar las relaciones bilaterales con actores claves de la región.
La contribución desarrollada por Amanda Ferreira, Julia de Souza Borba Gonçalves, Jonathan de Araujo de Assis, Rúbia Áisa Marcondes da Fonseca y Vitor Garcia de Oliveira Raymundo se concentra en las relaciones bilaterales Brasil-Argentina durante el segundo gobierno de Lula da Silva (2007-2010) y el final de la gestión de Néstor Kirchner y comienzo de la Presidencia de Cristina Fernández en Argentina. Se trata de un análisis desde el aporte teórico del constructivismo que busca comprender la influencia de dicho vínculo en el Mercosur. Su contenido involucra un diálogo con el aporte de otros autores del dossier focalizados en la política exterior argentina y en la política exterior de Brasil.
María Julia Francés desarrolla su artículo en torno a la relación entre Argentina y México, tomando como eje teórico la escuela puigeana de la autonomía, tal como lo hace Bueno en el capítulo referido a la política exterior de los Kirchner presente en la primera sección. En tal sentido, se pregunta por la incidencia de las variables persistentes de la política exterior argentina en la relación bilateral con México durante el kirchnerismo.
Queremos reconocer la Revista Cadernos do Tempo Presente por la edición del presente dossier que contempla los análisis producidos a través de los informes del OPEx, en conformidad con los objetivos de consolidar el Tiempo Presente como legitimo horizonte de investigación, dotado de distintas fuentes, de las cuales se pude considerar la prensa, no por la imparcialidad de las informaciones vehiculadas, sino por reflejar los distintos intereses que coexisten en el proceso de formulación de las políticas exteriores.
Para finalizar, queremos agradecer el trabajo de los equipos del OPEx, valorar estos trece años de visión conjunta y manifestar nuestro firme deseo de continuar profundizando nuestros lazos institucionales y personales, en esta doble mirada del proyecto de los Observatorios, como enseñanza e investigación orientados a la extensión del conocimiento y su construcción colectiva.
Diego Hernández Nilson (Universidad de la Republica de Uruguay)
Érica C. A. Winand (Universidade Federal de Sergipe)
María del Pilar Bueno (Universidad Nacional de Rosario-Argentina)
-
Dossiê História, Educação & Sociedade - ISSN: 2179-2143
No. 23 (2016)Cadernos do Tempo Presente
Revista Interdisciplinar de História
Grupo de Estudos do Tempo Presente - UFS
Edição n.º 23, abril de 2016
Esta edição dos Cadernos do Tempo Presente traz consigo textos livres e um dossiê, intitulado História, Educação & Sociedade. Para nossa revista, ter a oportunidade de abrigar coletâneas de textos produzidos por pesquisadores vinculados à Pós-Graduação é privilégio. Estamos contentes pela adesão dos estudiosos que compõem esse dossiê e esperamos contar com a mesma confiança de outros pesquisadores. Nossa revista está sempre aberta a propostas de blocos temáticos.
Ao mesmo tempo, a contínua colaboração de autores que individualmente submetem seus artigos ao nosso periódico permanece fundamental para a existência dos CTP, sobretudo depois do grave problema decorrente do nosso “sumiço” temporário da plataforma Qualis Capes. Problema que esperamos ver resolvido no setembro que se inicia.
Entre os textos que antecedem ao dossiê, o primeiro é de Luiz Alberto Ribeiro Rodrigues, cujo objetivo é estudar a gestão escolar nos sistemas municipais e estadual de educação em Pernambuco, caracterizando suas concepções e práticas. Para isso utilizou como aporte teórico os conceitos de gestão escolar democrática e autonomia nas perspectivas pedagógica, administrativa e da gestão financeira, além de elementos da teoria da administração existente na prática de gestão escolar. Como metodologia utilizou da pesquisa participante e análise de políticas públicas. Sendo assim, procurou compreender e problematizar aspectos técnicos, políticos e estratégicos da gestão escolar.
Ainda na área de políticas públicas e gestão democrática, mas com foco nas escolas da rede estadual de ensino de Alagoas, Luciene Amaral da Silvae Inalda Maria dos Santos investigam a presença de indicações de gestores dentro deste processo. Ou seja, as autoras identificam as falhas no sistema democrático de gestores escolares no estado e na sua Legislação. Para esta pesquisa utilizaram do método qualitativo em um estudo de caso, mais especificamente em três escolas, para apresentar como a participação da sociedade civil no Conselho Escolar e suas medidas ainda possuem deficiências no estado de Alagoas.
Mudando o foco para as Ciências Sociais a partir dos Estudos Culturais, José Cristian Góes faz uma reflexão teórica dos conceitos de identidade e dispositivos, observando seus entrelaçamentos. Para tal, Góes entende identidade como uma construção social presente no cotidiano. Ao passo que adota as ideias de Michel Foucault sobre dispositivos como uma ferramenta política utilizada nas relações de poder. Assim, o autor tenta pensar as configurações contemporâneas e globalizantes das identidades.
Em seguida, temos um dossiê sobre História, Educação & Sociedade, composto por sete artigos produzidos por pesquisadores de diferentes instituições. Abrindo os trabalhos, Ana Paula Leite Nascimento e Maria Helena Santana Cruz fazem um estudo sobre a relação entre escola e juventude. Trabalhando com a ideia de cultura a partir das culturas juvenis das escolas, as autoras discutem os desafios do diálogo entre os sujeitos escolares e contribuem com referências teóricas para entender manifestações e estilos da vida juvenil.
Já em uma abordagem mais voltada para a História Econômica e marcante influência do conceito marxista de lutas de classes, Jailda Evangelista do Nascimento Carvalho e Sônia Meire Santos Azevedo de Jesus analisam a contradição entre o avanço de políticas públicas na Educação Superior e o fechamento das escolas no campo em Sergipe. Observando o contexto neoliberal do agronegócio e as transformações que esse sistema causou na vida camponesa, elas refletem sobre como este cenário causou danos na educação dos camponeses.
No texto seguinte, com o propósito de abordar a construção de conhecimento nas redes, Maria Conceição da Silva Linhares observa como nestes espaços se processa a interação entre sujeitos e o meio. Desta forma, a autora reflete sobre as conexões entre os indivíduos e os contextos socioculturais que estão inseridos e a forma como os percebem. Para isto, utilizada as ideias da relação dialógica como princípio de formação e a metáfora do conhecimento como fluxo de comunicação e interação. Isso para evidenciar como conceitos, saberes e contextos se interconectam através de uma rede.
Continuando no tema sobre TICs, Socorro Aparecida Cabral Pereira trabalha com a formação de professores e a sua inserção no contexto digital. Para isso, utiliza o paradigma educacional emergente proposto por Maria Cândido Moraes e as narrativas dos bolsistas de Iniciação a Docência (PIBID) como campo de reflexão teórica. São utilizadas as ideias de cibercultura, interatividade e colaboração narrativas para entender como ocorre a inserção destes indivíduos no ciberespaço.
O terceiro artigo do dossiê é de autoria de Flávia Lopes Pacheco, cujo trabalho reflete sobre as relações entre educação e cultura popular. A autora entende que a educação possui um caráter emancipador capaz de transformações sociais e de combate ao domínio sobre povo. Sendo assim, neste texto são analisadas essas concepções por meio da educação popular fora dos espaços escolares com a criação de projetos com tais fins. Neste cenário, Pacheco adota principalmente as ideias de Paulo Freire na elaboração destas iniciativas.
Finalizando o dossiê, os dois últimos artigos tratam-se de textos na área da linguagem, abordando sobre o ensino de inglês. O primeiro, de Aline Cajé Bernardo, trabalha com o conceito de identidade no processo de ensino e aprendizagem do inglês. Seu objetivo é analisar como as interações dos alunos com os estrangeiros contribuem para a ressignificação das identidades e influencia na aprendizagem do novo idioma. Nesta abordagem a autora entende que a compreensão da língua é uma pratica social. Como aporte teórico-metodológico utilizou da Teoria da Relação com o Saber de Bernard Charlot e realizou entrevistas com estudantes do ensino fundamental aplicando questionários.
Encerrando a coletânea, Rodrigo Belfort Gomes investiga o método direto para o ensino de inglês. Criado no século XIX com o advento dos estudos fonéticos e instituído no Brasil em 1931, este método priorizava a oralidade. Em seu texto, Gomes analisa a lei que instituiu o referido método e a sua recepção por parte dos professores, observando as possíveis reações aos métodos da gramática e da tradução.
Após o dossiê, temos a resenha de Diego Leonardo Santana Silva sobre a obra “A informação: uma história, uma teoria, uma enxurrada” de James Gleick.
Desejamos a todos uma ótima leitura!
Os Editores
-
Educação, História e Tecnologias - ISSN: 2179-2143
No. 22 (2016)Cadernos do Tempo Presente
Revista Interdisciplinar de História
Grupo de Estudos do Tempo Presente - UFS
Edição n.º 22, janeiro 2016
Cibercultura, educação, memória, patrimônio, relações de gênero, história e literatura. Em sua 22ª edição, o Cadernos do Tempo Presente apresenta textos que discutem e dialogam com esses assuntos. Ao contemplar tal diversidade temática em seus trabalhos, nossa revista pretende continuar atendendo a um público amplo de leitores.
Inciamos esse número com o artigo Nos vestígios e registros do saber: arquivos, patrimônio e pesquisas educacionais, de Marcelo de Sousa Neto e Pedro Fontineles Filho. Os autores analisam as relações teórico-metodológicas entre, arquivos, patrimônio e educação no conhecimento das sociedades.
Dando continuidade às discussões sobre a área educacional, Simone Lucena investiga como a difusão das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) potencializou o surgimento de novas formas de aprender. A autora também discute os usos das TIC na educação a distância. No artigo seguinte, Patrícia Silva e Josefa Eliana Souza refletem sobre a trajetória de vida de Nestor Piva, destacando, sobretudo, suas contribuições médicas e docentes em Sergipe.
Também compõe essa edição, o texto Fragmentos da condição feminina e a lógica jurídica no início da república: Recife (1920-1940). Nele, Inocência Galvão Neta discute a violência nas relações de gênero no início do século XX, sobretudo nas décadas de vinte e trinta. A autora trata da condição feminina no âmbito jurídico da época.
Ainda nesse 22º volume, passeamos entre a História e a Literatura através do trabalho de Kalhil Gibran de Lucena. O autor apresenta o cordel como uma produção cultural que transita entre as fronteiras desses dois campos do saber. Evidencia que a literatura de cordel relata acontecimentos políticos, econômicos e culturais de uma determinada época e, por isso, constitui-se fonte histórica e registro de memória da sociedade brasileira.
Concluindo a seção de artigos, Tiago Fernandes Alves discorre sobre configurações espaciais efetivadas pelas sociabilidades na festa de São João de Campina Grande – PB. O autor observa como a produção de lugares é pensada a partir das distinções sociais, por meio da variação de preços e do monopólio de produtos a serem consumidos.
Apresentamos, por fim, a resenha de Kassiana Braga sobre o livro A aventura de contar-se feminismos, escrita de si e invenções da subjetividade, de Margareth Rago; e a resenha da obra A grande onda vai te pegar. Marketing, espetáculo e ciberespaço na Bola de Neve Church, de Eduardo Maranhão Filho, escrita por Zilma Lopes, que encerram este número dos Cadernos.
Desejamos a todos uma ótima leitura!
Os Editores
-
Temas em foco no 21º número - ISSN: 2179-2143
No. 21 (2015)Cadernos do Tempo Presente
Revista Interdisciplinar de História
Grupo de Estudos do Tempo Presente - UFS
Edição n.º 21, outubro de 2015
O Cadernos do Tempo Presente selecionou temas como economia, política, segurança, educação e relações sociais ao lançar sua 21ª edição. Expandido suas fronteiras nacionais e internacionais, este número percorre norte e sul do Brasil com uma breve, mas, significativa parada pela Venezuela, para apresentar aos seus leitores textos que promovem discussões fundamentais.
Nadeska Querales analisa a situação política e econômica da Venezuela a partir das ações empreendidas pela UNASUR (UNASUL) e a ALBA, no artigo La situacion politica de Venezuela em la agenda institucional de la ALBA y la UNASUR.
Voltando ao Brasil o artigo Ensaio Geral: a ação da Censura sobre a arte teatral no Espírito Santo durante a Ditadura Militar, de Duílio Kuster Cid toma como referência a situação nacional ao traçar um panorama da ação da Censura sobre a arte teatral do Espírito Santo durante a Ditadura Militar.
A política de defesa nacional brasileira apresenta diferentes versões. Uma destas, a indústria de defesa como garantia de segurança e o estabelecimento de um complexo industrial-militar são o cerne do texto de Marcelo Carreiro da Silva, A Indústria de Defesa na Economia e Política Externa do Brasil Contemporâneo.
Os autores Alfrancio Dias e Daniele Brito estabelecem um diálogo entre educação e gênero ao tratarem da educação feminina com ênfase nas oportunidades educacionais e sociais através da profissionalização do magistério em Jequié, Bahia, entre os anos de 1960 e 1980.
Por outro lado, a Educação Colonial do Império Português em África (1850-1950), de Giselda Brito Silva, por sua vez, debate o formato da educação destinada aos indígenas das colônias portuguesas em África, no período entre 1850 e 1950, e seus motivos de divergências entre as autoridades coloniais.
Concluindo a seção de artigos, Márcio Nicory Souza discorre sobre relações sociais. Seu texto Pensando em ordem/caos na feira-livre: notas sobre o higiênico, o “limpo/sujo” e o improviso, apresenta algumas representações sobre o sujo, puro/impuro etc. a partir das práticas comerciais de feirantes, tomando o aporte teórico da Antropologia e da Sociologia.
Cuidadosamente escolhidas, a resenha de Daniel Afonso da Silva sobre a obra Les dossiers de la CIA sur la France – 1981-2010: dans le secret des présidents, de Vincent Nouzille, uma análise da parceria entre França e EUA durante as I e II Guerras Mundiais; e a resenha do texto de Friedrich Engels, Anti-Dühring: a revolução da ciência segundo o senhor Eugen Dühring, escrita por Christian Lindberg Lopes do Nascimento, encerram este número do Cadernos.
Tenham uma ótima leitura!
Os Editores.
-
Um Mundo em Crise! - ISSN: 2179-2143
No. 20 (2015)Cadernos do Tempo Presente
Revista Interdisciplinar de História
Grupo de Estudos do Tempo Presente - UFS
Edição n.º 20, julho de 2015
Imigração, guerras, baixa na economia, extremismos políticos. Estes são apenas alguns fatores que têm provocado abalos “sísmicos” na superfície do sistema mundial atualmente. Em sintonia com estes acontecimentos, o 20º número dos Cadernos do Tempo Presente presenteia seus leitores com textos que em sua maioria, apresentam discussões significativas sobre estas temáticas e fazem um diálogo com tensões políticas do século XX.
Em, Extremismo, Nacionalismo e Conservadorismo político: um estudo sobre o tempo presente na Europa, Karl Schurster analisa o crescente extremismo político no velho mundo, influenciado por um nacionalismo exacerbado ante problemas gerados pela migração e pelas questões trabalhistas.
Nesta mesma linha, na América do Sul, Rafael Alonso no artigo, A História Política Recente do Equador: da instabilidade crônica à eleição de Rafael Correa (1996-2006), apresenta o instável quadro político e econômico do Equador em anos recentes, afetando assim a legitimidade popular.
Voltando um pouco no tempo, mas ainda centrados nas crises mundiais, mais dois textos dão foco ao extremismo:
De Jango a Castello: O golpe civil-militar e suas repercussões na política externa brasileira (1961-67), escrito por Leandro Gavião e Rafael Rosa, discute o Golpe Militar no Brasil (1964) e a formulação de uma política externa alicerçada no americanismo e no globalismo. A influência do pensamento autoritário da Ação Francesa no governo provisório de Vichy, título do artigo de Guilherme Andrade e Rafael Botton, mostra o processo de consolidação da extrema direita na França e a política colaboracionista do Governo de Vichy.
José Maria Neto, num outro viés, discorre sobre a utilização da imagem para fins políticos no trabalho “Convergenza d’interessi, forze, costumi, religioni, vizi e virtu”: O Império Romano como metáfora visual no Cinema Italiano (1909-1937). Como os filmes sobre o Império Romano desta época se relacionavam com a política italiana nas primeiras décadas do século XX.
As resenhas também apresentam “tremores”. Raquel Assis faz uma abordagem da obra de Max Hastings (2012),Inferno: o mundo entre guerra 1939-1945, sobre particularidades da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Já Kate Oliveira aponta para as raízes do problema com a educação em Sergipe, ao analisar o livro Configuração do Trabalho Docente: a Instrução Primária em Sergipe no Século XIX (1826-1889), de Simone Amorim.
Desejamos a todos uma ótima leitura!
Os Editores
-
Discursos sobre Internet, Tempo, Saúde e Educação na 19ª Edição - ISSN: 2179-2143
No. 19 (2015)Cadernos do Tempo Presente
Revista Interdisciplinar de História
Grupo de Estudos do Tempo Presente - UFS
Edição n.º 19, abril de 2015
A revista Cadernos do Tempo Presente continua em movimento. Prosseguimos com a nossa 19ª edição acompanhando e buscando analisar variadas experiências. Seguimos refletindo sobre a temporalidade e a complexa relação entre passado e presente com uma gama de temas e problematizações. Continuamos assim, sendo movidos por aquilo que cerca o “tempo presente”: os discursos heterogêneos.
Giuseppe Frederico Benedini abre a seção de artigos com seu trabalho, “A Rússia Czarista e as origens da Revolução: um ensaio”. Em sua apresentação sobre a política vigente nos reinados sucessivos da dinastia Romanov, de Alexandre I a Nicolau II, veremos as mais importantes transformações sociais ocorridas na Rússia daquela época, incluindo os movimentos políticos e culturais de oposição ao regime.
Em “Os movimentos sociais das “Gentes do Mar” no Brasil”, Arilson dos Santos Gomes faz uma pertinente discussão sobre a importância dos movimentos sociais no final do século XIX e início do século XX ligados ao ‘povo brasileiro do mar’, os pescadores. Suas atividades no mar e na terra e o constante diálogo entre estes dois mundos.
Nesta Edição, nos preocupamos em presentear nossos leitores com um dossiê sobre saúde e internet, ao observarmos o aumento e a frequência com que os internautas tem visitado a web em busca de informações sobre tratamento médico e os usos das redes sociais cibernéticas enquanto espaços de promoção para variados fins. André Pereira Neto e Mônica Dantas trazem no primeiro artigo desse Dossiê uma análise sobre a violência simbólica sofrida pelo grupo denominado GLBT nos discursos homofóbicos, e suas reações no Facebook “Rio sem Homofobia – Grupo Público”.
Os usos de uma Fan Page do Facebook como estratégia de comunicação para divulgação das ações do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz) pode ser apreciado no segundo artigo do Dossiê. Intitulado “O uso de Fan Page como estratégia de comunicação institucional” o trabalho tem como autoras Renata Rezende e Cristiane Almeida.
Na linha sobre saúde, Rita Machado e Maria da Costa discutem a internet como um fenômeno contemporâneo que revolucionou a sociedade e mudou o modo como as pessoas lidam com a saúde em “Disponibilidade da informação para pacientes de câncer: a internet como ferramenta de visibilidade e construção de empoderamento”,
Finalizando o Dossiê, temos o artigo de Tatiana Clébicar e Kátia Lerner. “Interatividade nas fanpages do Facebook de jornais cariocas: o caso das notícias de saúde” faz uma significativa comparação dos indicadores de interatividade nas publicações sobre saúde nas fanpages do Facebook dos jornais cariocas O Globo e O Dia.
Nossos variados discursos não param por aí. A resenha de Clotildes de Sousa discorre sobre a obra Didática para Licenciaturas, de Itamar Freitas, em que o autor discute os limites entre aprendizagem e ensino. Noutro viés, Diogo Perin reflete sobre a narrativa de Paulo Knauss no texto A cidade como sentimento: história e memória de um acontecimento na sociedade contemporânea — o incêndio do Gran Circus Norte-Americano em Niterói, 1961.
Tenham todos uma ótima leitura!
Os Editores
-
Edição Número 18 - Horizonte de Expectativas - ISSN: 2179-2143
No. 18 (2015)Cadernos do Tempo Presente
Revista Interdisciplinar de História
Grupo de Estudos do Tempo Presente - UFS
Edição nº 18, janeiro de 2015
O tempo avança implacavelmente e as convenções nos fazem refletir sobre a virada de ano e as ricas experiências que este 2014 nos deixou para refletir. Um ano intenso para o país, que começou relembrando os 50 anos do Golpe Militar, passou por um dos mais concorridos megaeventos da atualidade, a Copa do Mundo de futebol, e, para agitar ainda mais o “meio de campo”, vivenciou outro processo de campanha eleitoral em sua ainda jovem democracia.
Tudo combustível para mais um ano de reflexões em que o Cadernos do Tempo Presente espera poder continuar contribuindo. Para saudar o novo ano, com horizonte aberto de expectativas, vamos de número novo, alcançando nossa 18ª edição e reafirmando a diversidade temática e disciplinar de nossa revista.
Abrindo os trabalhos, temos uma contribuição do italiano Jacopo Bassi sobre o papel desempenhado pela Igreja ortodoxa albanesa durante a primeira fase da Guerra Fria, nos primeiros anos após a Segunda Guerra Mundial, quando, segundo o autor, a igreja agiu como um verdadeiro instrumento político e diplomático do Partido Comunista albanês.. Em seguida, temos um provocativo artigo de Daniel Chaves sobre o a história contemporânea do Platô das Guianas em perspectiva comparada, abordando os processos de colonização, descolonização e afirmação do que hoje é denominado República Cooperativa da Guiana, Guiana Francesa e Suriname após as Grandes Guerras. Pegando um viés na seara dos debates sobre etnias, temos um texto a quatro mãos escrito na Bahia. Wellington Amancio da Silva e Juracy Marques dos Santos nos provocam com uma discussão sobre a educação indígena e os movimentos sociais. Os autores investem em um reforçado quadro teórico da Sociologia e Filosofia da Educação para discutir, por um paradigma de pedagogia crítica, as experiências de alteridade positiva e de uma educação engajada que corresponda às demandas da comunidade em questão.
Voltando à história e à reflexão da própria disciplina no recorte do tempo presente, o trabalho de Sara Oliveira Farias, logo na sequência, se debruça sobre os significados da memória e seus usos, explorando a relação da história oral com a História do Tempo Presente, a partir da experiência de trabalhadores e ex-trabalhadores de uma mineradora multinacional nos anos 1980 e 1990, na Bahia. No quarto artigo, Joaquim Tavares da Conceição apresenta uma reflexão histórica sobre a permanência, configuração e características dos colégios internatos em Sergipe, na primeira metade do século XX, traço marcante da cultura escolar sergipana que pode revelar muitos aspectos da sociedade de um tempo.
Tendo já dialogado com a antropologia e a história oral, vamos a um trabalho de história cultural, colaboração de Marcello Carreiro sobre cinema e construção identitária, em que o autor recupera os exemplos de dois longa-metragens dos anos 1980. Por fim, após termos passeado por distintas abordagens para a história contemporânea, apresentamos o texto da socióloga venezuelana Nadeska Silva Querales que encerra a seção de artigos desta edição com uma discussão sobre a CELAC e o projeto de integração regional que surge em resposta à necessidade de articulação entre os Estados membros.
Para não perder o costume, nossos Cadernos contam ainda com as resenhas de duas obras. Na primeira, Lucas Gaspar trata da obra O impasse da Política Urbana no Brasil, de Erminia Maricato (Vozes, 2012). Neste livro a autora chama atenção para a atual estagnação, política e acadêmica, da agenda pautada pela redemocratização. Gaspar nos convida a ler Maricato para conhecer as contradições de nossa política urbana atual, especialmente destacando o lugar de fala da autora e sua atuação durante os governos Lula e na criação do Ministério das Cidades. A segunda resenha e último texto da vez é assinado por Herculanun Ghirello-pires, que mais uma vez percorrendo nos sugere observar o universo urbano, mas agora pela perspectiva de Rosane Feijão em Moda e Modernidade na belle époque carioca (Estação das Letras e Cores, 2011), que nos leva de volta ao início do século XX, com enfoque específico na cidade do Rio de Janeiro, então capital da república brasileira.
Desejamos a todos uma boa leitura e até a próxima!
Os Editores