No. 5 (2013): Travessias Interativas ➭ jan-jun/2013
POÉTICAS, SUBJETIVIDADE E ADAPTAÇÕES DA OBRA LITERÁRIA
A quinta edição da Revista de Letras Travessias Interativas (ISSN 2236-7403) ampliou o conselho editorial devido ao grande número de artigos que tem recebido. Agradecemos, desde já, aos seguintes professores, que gentilmente aceitaram fazer parte de tal comissão: Prof. Dr. Adalberto Luís Vicente e Profa. Dra. Karin Volobuef (UNESP/Araraquara), Prof. Dr. Alexandre Pilati (UnB), Profa. Dra. Fani Miranda Tabak (UFTM-Uberaba) e Prof. Dr. Luís Claudio Dallier Saldanha (Centro Universitário Uniseb/Ribeirão Preto). Agradecemos, ainda, à Prof. Dra. Tania Mara Antonietti Lopes e ao Prof. Ms. Carlos Eduardo Marcos Bonfá, que auxiliaram esta edição, avaliando textos e emitindo pareceres.
Este volume, além de selar dois anos do surgimento da Travessias Interativas, é marcado pela sua primeira avaliação CAPES (Coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior), obtendo Qualis B4, o que pressupõe cumprimento de nossos principais objetivos e boa qualidade de nossas publicações.
Optamos por dividir em dois volumes os textos aprovados para publicação. Neste, selecionamos artigos que tenham relação com as poéticas – cujo objeto de estudo seja textos em verso ou prosa –, a abordagem da subjetividade e suas implicações na (re)construção da linguagem, e a transcrição do texto literário para a linguagem televisiva.
Nessa perspectiva, o primeiro artigo – “Mística e poesia, nos limites da linguagem: Hilda Hilst e as místicas” –, de Jonas Miguel Pires (UFU), traz reflexões e análises da lírica hilstiana, com vistas à relação inerente entre a mística e a poesia. Na sequência, Antônio Donizeti Pires (UNESP/Araraquara) traz, no texto intitulado “Os jogos frutais e o poema: natureza viva; natureza-morta”, análises temáticas e estruturais da poesia de Ferreira Gullar, motivado e conduzido pela presença das frutas, inerentes ao projeto poético do poeta, sem desprezar um possível recorte diacrônico de tal abordagem. Em “Política e poética do cotidiano em O corpo fora, de Francisco Alvim”, Fernando Albuquerque Miranda (UFJF) parte da “mitologia da mineiridade” para alcançar o que chama de política do cotidiano no poeta da geração marginal.
Os dois artigos seguintes são fundamentados em textos narrativos. Em “Poéticas do inconcluso em romances de Clarice Lispector”, Mariângela Alonso (UNESP/Araraquara) parte do projeto labiríntico e “escorpiônico” da autora, demonstrando uma escritura inconclusa e altamente subjetiva. Já Rosana Munutte da Silva (UNESP/Araraquara), em seu texto “Os efeitos da memória coletiva nas lembranças individuais e na formação do EU em Ciranda de Pedra”, traça uma leitura da tensão entre a vivência individual e a adesão ao grupo social, presente no romance de Lygia Fagundes Telles. No artigo seguinte, da autoria de Camila Chernichiarro de Abreu Correia (UnB), há uma análise da reprodução de “A hora da estrela” para a linguagem televisiva, conforme sugere o título: “Da novela clariceana à rede televisiva: a adaptação d’A hora da estrela em Cena Aberta”. Ainda na esteira de Clarice, surge o artigo “Simulacros de uma esposa: leitura de ‘A imitação da rosa’, de Clarice Lispector”, de Gabriela Ruggiero Nor (USP), onde apresenta nuances da personagem Laura.
Abrindo a série dos três artigos que compõem a Iniciação Científica, aparece o texto “Jorge Amado: sua trajetória e a relação de sua obra para com a TV”, de Alessandro Fernandes Alves (UNIESP/Ribeirão Preto), sob orientação da Profa. Dra. Milca Tscherne e do Prof. Dr. Alexandre de Melo Andrade. Em “Estar perto não é físico: a produção de presença da personagem ausente em Sinuca embaixo d’água”, Otávio Campos Vasconcelos Farjado (UFJF) analisa a “personagem ausente” no romance citado no título, de Carol Bensimon, utilizando teoria de Hans Ulrich Gumbrecht, contando com a orientação do Prof. Dr. Alexandre Graça Faria. Por último, aparece o artigo “O leite em pó da bondade humana, de Haroldo Maranhão: uma escrita ‘abjeto-grotesca’”, de Anna Mônica da Silva Aleixo (UFPA), sob orientação da Profa. Dra. Tânia Sarmento-Pantoja, com observação atenta ao “realismo grotesco” presente no conto.
Três Resenhas compõem esta edição. A primeira, de Natasha Vicente da Silveira Costa (UNESP/Araraquara), refere-se à obra Tapete de silêncio (2011), de Menalton Braff. A segunda, intitulada “O caminho da ficção brasileira”, de Gracille Custódio Apolinário e Wagner Lacerda (UFJF), comenta a publicação do livro Ficção brasileira contemporânea (2009), de Karl Erik Schollhammer. E a terceira, de Daniel Rossi (UNESP/Araraquara), parte da publicação de Hawthorne e seus musgos (2009), de Herman Melville.
E para abrir a edição, há uma entrevista com o escritor João Anzanello Carrascoza, cuja obra de estreia foi As flores do lado de baixo (1991), e sua última, Espinhos e alfinetes (2010). Tendo destaque na produção de contos e crônicas e acumulado vários prêmios, o autor fala de sua carreira e faz uma reflexão sobre aspectos marcantes de sua obra.
Alexandre de Melo Andrade Editor-chefe
Valéria da Fonseca Castrequini Editora-adjunta