O NOMINALISMO DE LEIBNIZ E A LÍNGUA FILOSÓFICA
Rayane Ribeiro dos Santos
William de Siqueira Piauí Siqueira Piauí
Marcos Roberto Santos Roberto Santos
Resumen
Um aspecto muito importante da metafísica de Leibniz — e que muitas vezes tem sido negligenciado por expositores e intérpretes — é sua tendência ao nominalismo. Não restam muitas dúvidas de que era um nominalista — certamente na parte inicial da sua carreira filosófica e, em minha opinião, também na parte final. Isso não significa, é claro, que ele fosse um nominalista em todos os sentidos em que esse termo foi usado pelos historiadores da filosofia. Também não significa que ele era um nominalista no sentido em que ele mesmo usava o termo (embora ele nos diga que, com reservas, esse era realmente o caso). Em vez disso, o sentido de “nominalista” que tenho em mente aqui é o sentido que tem na atual discussão filosófica anglo-americana sobre o chamado compromisso ontológico. De acordo com isso, um nominalista, em contraste com um platonista, é aquele que nega a existência de entidades abstratas, afirma que existem apenas indivíduos concretos e, consequentemente, considera que todas as afirmações significativas que parecem ser sobre entidades abstratas devem, de alguma forma, ser reformuladas como afirmações mais claramente concernentes apenas a indivíduos concretos. Adequadamente falando, “concreto” e “abstrato” referem-se a termos ou conceitos, não a elementos da realidade. Termos concretos são aqueles sob os quais os indivíduos se enquadram, como “homem” ou “César”, enquanto termos abstratos são aqueles como “humanidade” ou “calor”.