Entre práticas, memórias e grafias ambientais

os anjos do rio e o espaço do corpo hídrico.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47401/revisea.v8iEspecial.15586

Palavras-chave:

Espaço Hídrico, Anjos do Rio, Ciências Ambientais, Ensino, Comunidade

Resumo

Ao disciplinar o conhecimento científico, fragmentando os saberes como meio de especializar as formas de exploração da natureza, a ciência naturalizou a apropriação, levando o ser humano a pensar-se como um ser superior e externo a natureza. O ensino das ciências ambientais pode contribuir para a reflexão acerca dessas relações socioambientais, valorizando a identidade dos sujeitos e resgatando a outridade no trato com a natureza. O presente artigo apresenta a prática de ensino das ciências ambientais, como caminho para a desconstrução da objetificação da natureza, através da sensibilização do ser humano por meio de oficinas pedagógicas, como o espaço do corpo hídrico e práticas sustentáveis como os Anjos do Rio, que emanam olhares de respeito e outridade sobre os rios Piauí e Vaza-Barris, desenvolvidas em duas pesquisas pertencentes ao Programa de Pós-Graduação em Rede Nacional para o Ensino das Ciências Ambientais (PROFCIAMB) da Universidade Federal de Sergipe.

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Biografia do Autor

Felipe da Fonseca Souza, Universidade Federal de Sergipe - UFS

Mestre em Ensino de Ciências Ambientais pelo Programa da Pós-Graduação em Rede Nacional para o Ensino das Ciências Ambientais - PROFCIAMB/UFS. Licenciado em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe. Professor da Rede Privada de Ensino, lecionando nos níveis Fundamental e Médio.  Atualmente é Professor Efetivo da Rede Estadual da Bahia (SEC/BA) e Redator do Currículo de Geografia na Comissão de Implementação da Base Nacional Comum Curricular (PROBNCC/FNDE/MEC. Atuou como Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid Geografia/CAPES). Bolsista de Iniciação Científica (PICVOL/COPES/UFS). Membro do Grupo de Pesquisa e Ensino em Ciências Ambientais - GPECIAMB/UFS com pesquisas na área de Currículo e Formação de Professores,  Ensino das Ciências Ambientais, Ecologia Humana, Espaço do Homem Camponês e suas estratégias de reprodução social no Agreste Central  e Centro-Sul Sergipano.

Adriana Alves, Universidade Federal de Sergipe

Mestranda em Ensino de Ciências Ambientais pelo Programa da Pós-Graduação em Rede Nacional para Ensino das Ciências Ambientais - PROFCIAMB/UFS. Licenciada em Pedagogia pela Universidade Salesiano  UNISAL.  Atuou como professora da Rede Pública de Ensino – Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

Núbia Dias dos Santos, Universidade Federal de Sergipe - UFS, (PRODEMA/PROFCIAMB/UFS)

Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe (1990), mestrado em Geografia Agrária (1994) e Doutorado em Geografia (2012) pela mesma instituição. Atualmente é Professora Associada IV do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Sergipe. Atua no PRODEMA/UFS e PROFCIAMB/UFS. Coordenou o Campus Avançado Xingó como experiência de interiorização das ações da UFS no sertão sergipano. Atuou no programa Xingó parceria da CHESF, SUDENE, CNPq com as instituições Federais de Ensino Superior do Nordeste, na área de abrangência da Hidroelétrica Xingó. Coordenou a Área Temática Educação responsável pela elaboração da proposta de Educação de Jovens e Adultos em substituição às frentes de emergência no sertão nordestino. Coordenou os Projetos Profissionalizantes da UFS no Sertão Sergipano. Coordenou o Programa Semeando o Futuro e o I Estágio de Vivência da UFS nos Assentamentos de Reforma Agrária no Sertão Sergipano. Integrou a equipe do NEPA (Núcleo de Estudos em Pesquisa e Alfabetização). Coordenou o Projeto Universidades Cidadãs com atuação nos Estados de Sergipe e Alagoas, parceria do COEP (Comitê de Entidades de Combate à Fome e Pela Vida) com o CNPq, MEC e as IFES do Nordeste. Integra o Grupo de Pesquisa em Dinâmica Ambiental e Geomorfologia (DAGEO/CNPq/UFS). Coordenou o PIBID-Geografia Campus São Cristóvão (MEC/CAPES) e a Pesquisa: Pelo Espaço do Homem Camponês:Estratégias de Reprodução Social no Agreste Central Sergipano (COPES/UFS). Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Agrária, Geografia Rural, Planejamento espacial, atuando principalmente nos seguintes temas: agroecologia urbana, povos originais e bem viver, desenvolvimento rural, Estado, campesinato e políticas públicas, estratégias de reprodução social camponesa, espaço do homem, organização comunitária, reforma agrária, agricultura familiar, agricultura e meio ambiente, convivência com o semiárido, educação e cidadania, formação humana, educação de jovens e adultos.

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Publicado

24.05.2021

Como Citar

Souza, F. da F., Alves, A., & Santos, N. D. dos. (2021). Entre práticas, memórias e grafias ambientais: os anjos do rio e o espaço do corpo hídrico. Revista Sergipana De Educação Ambiental, 8(Especial), 1–22. https://doi.org/10.47401/revisea.v8iEspecial.15586

Edição

Seção

Rio, Mar, Escola e Comunidade: pesquisas e práticas em Educação Ambiental