A(s) Mulheres raizeiras do cerrado

saberes tradicionais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47401/revisea.v11.20001

Palavras-chave:

Educação ambiental. Raizeiras do Cerrado. Saberes Tradicionais., Traditional Knowledge. Raizeiras (healers) of Cerrado. Environmental Education., Conocimientos Tradicionales. Raíces del Cerrado. Educación Ambiental

Resumo

As mulheres raizeiras do Cerrado reúnem uma diversidade de saberes, cujos processos de aprendizagem acontecem oralmente no cotidiano das suas comunidades. Nosso objetivo foi investigar e refletir sobre o processo de transmissão dos saberes de cura e cuidado com a vida, a partir da escuta sensível das narrativas de duas mestras raizeiras. Buscamos compreender a importância dos vínculos afetivos nas suas práticas pedagógicas, tecidas na partilha de saberes tradicionais sobre plantas medicinais. As narrativas dessas mestras evidenciam que a ancestralidade e os laços afetivos com seus territórios contribuem para manter vivos os saberes originários, bem como para a preservação do Cerrado. Foi possível constatar, portanto, conexões pedagógicas entre a transmissão de saberes tradicionais e as práticas de educação ambiental em espaços não escolares.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lidia Mejia, Universidade de Brasília- UnB

Bacharelado e licenciatura em Geografia- Centro Universitário de Brasília (1999) e mestrado em Geografia pela Universidade de Brasília (2007). Professora da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal desde (2007). Com experiência: na docência em Geografia, pesquisa e atuação técnica na áreas ligadas: Sistema Informações Geográficas, Gestão Territorial e Ambiental, recursos hídricos . Atualmente doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação) - Faculdade de Educação - UnB,. na área de Educação Ambiental e do Campo, com a Orientação da Doutora Vera Margarida Lessa Catalão, na pesquisa Educação Ambiental e saberes tradicionais: natureza e água nos fazeres das mulheres raizeiras e benzedeiras. Início: 2019.

Vera Margarida Lessa Catalão, Universidade de Brasília- UnB

Mestre em Educação pela Universidade de Brasília (1993), doutora em Ciências da Educação pela Universidade de Paris VIII (2002)- França e pos-doutorado na Faculdade de Educação da USP (2011) com pesquisa sobre governança de recursos hídricos, aprendizagem social e formação humana para uso sustentável da Água. Foi Gerente de Difusão Cultural do Arquivo Público do Distrito de 1986 a 1994 onde participou da equipe do Programa de História Oral daquele órgão. Foi diretora da Agenda Ambiental da Universidade de Brasília de 2007 a 2010. É pesquisadora e orientadora de mestrado e doutorado no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Brasília na área de Educação Ambiental e Educação do Campo onde atua na pesquisa, docência e extensão em Educação especialmente no campo de formação de professores, sustentabilidade, ecologia humana e educação ambiental com ênfase na abordagem ecopedagógicas e transdisciplinar da água. Orienta pesquisas em outras áreas como educação integral, arte-educação e cultura. É diretora de educação do Instituto Calliandra de Educação Integral e Ambiental. É Coordenadora do Bem Viver e Direitos da Natureza do Centro Internacional de Água e Transdisciplinaridade - CIRAT onde desenvolve pesquisas sobre transdisciplinaridade, formação humana e aprendizagem social para uso sustentável da Água. Coordena o projeto de pesquisa, formação e extensão "Água como matriz ecopedagógica" desde 2003 e participa do grupo de pesquisa Educação, Ecologia Humana e Transdisciplinaridade. Participa do Grupo de Pesquisa do Museu da Educação do Distrito Federal desde 2013, onde desenvolve pesquisas sobre a história da Educação Pública do Distrito Federal e as interfaces entre educação ambiental e educação patrimonial. É conselheira da Rede Ecumênica da Água desde 2021.

Referências

ABIB, Pedro R. J. Cultura popular e contemporaneidade. São Paulo: Patrimônio e Memória – UNESP, 2015.

ABIB, Pedro R. J. Culturas populares e a luta decolonial. In: ENCONTRO DE ESTUDOS MULTIDISCIPLINARES EM CULTURA, 15., 2019, Salvador. Anais [...]. Salvador, 2019.

AGUIAR, Diana et al. A força das mulheres do Cerrado: raizeiras e quebradeiras. In: SANTOS, Diana Aguiar Orrico Santos; LOPES, Helena Rodrigues (org.). Saberes dos povos do Cerrado e biodiversidade. Rio de Janeiro: ActionAid Brasil, 2020.

BOFF, Leonardo. Cuidado necessário: na vida, na saúde, na educação, na ecologia, na ética e na espiritualidade. Petrópolis: Vozes, 2012.

BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2000

BOFF, Leonardo.. O cuidado essencial: princípio de um novo ethos. Inclusão Social. Revista IBCTI ,2005 https://revista.ibict.br/inclusao/article/view/1503

BRANDÃO, Carlos. R. Sobre teias e tramas de aprender e ensinar: anotações a respeito de uma antropologia da educação. Revista Inter-Ação, Goiânia, v. 26, n. 1, p. 9–30, 2007. DOI: 10.5216/ia.v26i1.1552. 2023. DOI: https://doi.org/10.5216/ia.v26i1.1552

CASCUDO, Câmara. Seleta. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972.

CATALÃO, Vera Margarida Lessa. Redescoberta do pertencimento à natureza por uma cultura da corporeidade. Revista Terceiro Incluído, Goiânia, v. 1, n. 2, p. 74-81, 2011.

DIAS, Jaqueline Evangelista; LAUREANO, Lourdes Cardozo. (coords.). Farmacopeia popular do Cerrado. Goiás: Articulação Pacari (Associação Pacari), 2010.

ESCOBAR, Arturo. Territórios de diferença: a ontologia política dos “direitos ao território”. Territórios, ano 3, n. 6, 2016.

GADOTTI, M. Pedagogia da Terra: Eco pedagogia e educação sustentável. In: Torres, C.A. (Org.) Paulo Freire y la agenda de la educacion latinoamericana en el siglo XXI. Buenos Aires: CLACSO, 2001.

HAESBAERT, Rogério. Território e descolonialidade: sobre o giro (multi)territorial/de(s)colonial na América Latina. Rio de Janeiro: Universidade Federal Fluminense, 2021.

LEFF, E. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. 2 ed. Petrópolis: Rio de Janeiro: Vozes, 2001.

LEFF, E. Complexidade, Racionalidade Ambiental e Diálogo de Saberes. Educação & Realidade, v. 34, n. 3, 2009.

MIRANDA, Eduardo Oliveira. Corpo-território & educação decolonial: proposições afro-brasileiras na invenção da docência. Salvador: EDUFBA, 2020.

MORAES, Maria Cândida; TORRE, Saturnino de la. Sentipensar sob o olhar autopoiético: Estratégias para reencantar a educação. Petrópolis: Vozes, 2004.

OLIVEIRA, E. de S.; LUCINI, M. O Pensamento Decolonial: Conceitos para Pensar uma Prática de Pesquisa de Resistência. Revista Boletim Historiar, Aracaju, v. 8, n. 1, jan/mar, 2021.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder y clasificación social. Journal of worldsystems research, v. 2, n. Spec., part I, p. 342-386, 2000. DOI: https://doi.org/10.5195/jwsr.2000.228

SANTOS, Boaventura de Sousa. O fim do império cognitivo. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. In: SANTOS, Boaventura de Souza; MENESES, Maria Paula (org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 31-83.

SILVA, Daniela Barros Ponte; FLORENCIO, Saulo Pequeno Nogueira; PEDERIVA, Patrícia Lima Martins. Educação na tradição oral de matriz africana: a constituição humana pela transmissão oral de Saberes tradicionais um Estudo Histórico-Cultural. Curitiba: Appris, 2019.

SILVA, Reis da Ana Tereza, DORNELES Ana Braga: Pedagogias ecológicas e decoloniais em rede: o movimento CSA como comunidade de aprendizagem Universidade Federal do Paraná. Revista Desenvolvimento e Meio Ambiente, Curitiba, v. 59, p. 399-417, jan./jun. 2022. DOI: https://doi.org/10.5380/dma.v59i0.75659

SOUZA, Vanessa Rocha. Mestres da cultura popular: ancestralidade, oralidade e resistência. 2016. Monografia (Especialização em Mídia, Informação e Cultura) – Escola de Comunicações e Artes do Centro de Estudos Latino Americanos sobre Cultura e Comunicação, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, 2016.

TUAN, Yi-Fu. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. São Paulo: Difel, 1980.

TRISTÃO Marta: Tecendo os fios da educação ambiental: o subjetivo e o coletivo, o pensado e o vivido. Universidade Federal do Espirito Santo, Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 251-264, maio/ago. 2005. DOI: https://doi.org/10.1590/S1517-97022005000200008

UNESCO. Carta de Belgrado: uma estrutura global para a educação ambiental. Brasília: Governo Federal, 1975.

WALSH, Catherine. Pedagogías decoloniales: práticas insurgentes de resistir, (re)existir e (re)vivir. Equador: Abya-Yala, 2017.

Downloads

Publicado

17.05.2024

Como Citar

MEJIA, L., & Margarida Lessa Catalão, V. (2024). A(s) Mulheres raizeiras do cerrado: saberes tradicionais. Revista Sergipana De Educação Ambiental, 11, 1–35. https://doi.org/10.47401/revisea.v11.20001

Edição

Seção

Fluxo contínuo