Educação ambiental e educação em saúde: sentidos e conexões do cuidado de si, com o outro e com a terra, na formação superior em psicologia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47401/revisea.v12.22593

Palavras-chave:

Cuidado; Educação Ambiental; Formação em Psicologia.

Resumo

O artigo investiga a inserção da Educação Ambiental na formação superior em Psicologia, analisando sua relação com o cuidado de si, com o outro e com a Terra. A pesquisa se desenvolve no curso de Psicologia da <INCLUIR APÓS AVALIAÇÃO>, problematizando como as práticas pedagógicas desse curso podem integrar a dimensão ambiental às questões de saúde humana e planetária. Fundamentado em teorias como o cuidado de si, de Foucault, e a alienação marxiana, o estudo aponta que a sociedade capitalista contemporânea distancia os indivíduos de sua própria essência, comprometendo suas relações com os outros e com o meio ambiente. A metodologia baseia-se na análise de textos produzidos por estudantes ao longo do Programa Curricular de Educação Ambiental, buscando compreender os sentidos atribuídos ao cuidado. Os resultados indicam que os alunos desenvolveram maior consciência sobre a interdependência entre ambiente e saúde, percebendo a importância da atuação profissional crítica e interdisciplinar. Conclui-se que a inclusão da Educação Ambiental na formação em Psicologia amplia a compreensão do cuidado como prática ética e política, promovendo reflexões sobre sustentabilidade, justiça social e saúde coletiva.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Laísa Maria Freire, UFRJ

Doutorando em Educação em Ciências e Saúde, no Instituto NUTES/UFRJ. Graduado em Medicina Veterinária, pela UFRRJ. Pesquisador e docente na área de educação ambiental e formação superior em saúde, estuda as interfaces ambiente e saúde e as relações com questões políticas e sociais.

Referências

ANDRADE, D. F. Conservacionista, pragmática, crítica, pós-crítica e decolonial: itinerários epistêmicos da educação ambiental pelas dimensões do pensamento. Ciência & Educação, Bauru, v. 30, e24047, 2024. DOI: 10.1590/1516-731320240047. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ciedu/a/hx44k5f3BpcHm87LqSBFHHw/. Acesso em: 25 fev. 2025. DOI: https://doi.org/10.1590/1516-731320240047

AYRES, J. R. C. M. Sujeito, intersubjetividade e práticas de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 6, n. 1, p. 63-72, 2001. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232001000100005

AYRES, J. R. C. M. Humanização da assistência hospitalar e o cuidado como categoria reconstrutiva. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, p. 15-29, 2004.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.

BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

BOFF, L. Saber cuidar: Ética do humano - compaixão pela terra. 20 ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Regulamentada pelo Decreto nº 4.281, de 25 de junho de 2002. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília: Casa Civil, 1999. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm. Acesso em: 23 fev. 2025.

BRASIL. Resolução nº 2, de 15 de junho de 2012. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. Brasília: MEC, 2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rcp002_12.pdf. Acesso em: 23 fev. 2025.

CARVALHO, I. C. M. A perspectiva das pedras: considerações sobre os novos materialismos e as epistemologias ecológicas. Pesquisa em Educação Ambiental, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 69-79, 2014. DOI: https://doi.org/10.18675/2177-580X.vol9.n1.p69-79

CARVALHO, L. B.; BOSI, M. L. M.; FREIRE, J. C. Dimensão ética do cuidado em saúde mental na rede pública de serviços. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 42, n. 4, p. 700–706, mar. 2008. DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-89102008000400017

CARVALHO, L. B. et al. A Ética do Cuidado e o Encontro com o Outro no Contexto de uma Clínica-Escola em Fortaleza. Revista da Abordagem Gestáltica: Phenomenological Studies, Goiânia, v. 21, p. 3–12, jun. 2015. DOI: https://doi.org/10.18065/RAG.2015v21n1.1

CLARKE, D.; MCPHIE, J. From places to paths: Learning for sustainability, teacher education and a philosophy of becoming. Environmental Education Research, London, v. 22, n. 7, p. 1002-1024, 2016. DOI: https://doi.org/10.1080/13504622.2015.1057554

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (CFP). Resolução CFP nº 10, de 21 de julho de 2005. Estabelece o Código de Ética Profissional do Psicólogo. Brasília: CFP, 2005. Disponível em: https://www.cfp.org.br. Acesso em: 12 jan. 2025.

FIGUEROA-FIGUEIREDO, T.; ANDRADE, D. F.; FREIRE, L. Espaços de resistência no currículo: uma análise da inserção da educação ambiental nos cursos de graduação de uma universidade federal. Revista Sergipana de Educação Ambiental, São Cristovão, v. 7, n. 1, p. 1-16, 2020. DOI: https://doi.org/10.47401/revisea.v9i1.13159

FIGUEROA-FIGUEIREDO, T.; FREIRE, L.M.; Relações entre Desencantamento, Vivacidade e Sustentabilidade: o que Pensam os Estudantes de Ciências Biológicas? Revista Bio-grafía. Escritos sobre la Biología y su enseñanza. ISSN 2619-3531. Año 2024; Número Extraordinario. Memorias XII Congreso Latinoamericano de Enseñanza de la Biología y la Educación Ambiental. Bogotá, 25, 26 Y 27 de septiembre 2024.

FOUCAULT, M. A ética do cuidado de si como prática da liberdade. In: Ditos e escritos V - ética, Sexualidade, Política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.

FREIRE, A. M. A. Notas explicativas. In: FREIRE, P. (org.). Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. 21. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2014. p. 273-333.

FREIRE, L.M.; RODRIGUES, C. Formação de professores e educadores ambientais: diálogos generativos para a práxis. Pesquisa em Educação Ambiental, Rio Claro, v. 15, n. 1, 2020. DOI: 10.18675/2177-580X.2020-14666. Disponível em: https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/pesquisa/article/view/14666/11640. Acesso em: 23 fev. 2025. DOI: https://doi.org/10.18675/2177-580X.2020-14666

GALVÃO, B. A. A ética em Michel Foucault: do cuidado de si à estética da existência. Intuitio, Porto Alegre, v. 7, n. 1, p. 157-168, 2014. DOI: https://doi.org/10.15448/1983-4012.2014.1.17068

JULIANI, S. de F.; FREIRE, L. M. Representações Discursivas de Educação Ambiental: uma Análise no Âmbito da Extensão Universitária. Alexandria: Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, Florianópolis, v. 9, n. 2, p. 35–60, 2016. DOI: https://doi.org/10.5007/1982-5153.2016v9n2p35

KRENAK, A. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

LAYRARGUES, P. P.; LIMA, G. F. da C. As Macrotendências Político-Pedagógicas da Educação Ambiental Brasileira. Ambiente & Sociedade, São Paulo, v. 17, n. 1, p. 23-40, jan. mar. 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/asoc/a/8FP6nynhjdZ4hYdqVFdYRtx/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 23 fev. 2025. DOI: https://doi.org/10.1590/1809-44220003500

LIMA, G. F. C.; TORRES, M. B. R. Uma educação para o fim do mundo? Os desafios socioambientais contemporâneos e o papel da Educação Ambiental em contextos escolarizados. Educar em Revista, Curitiba, v. 37, p. 1-20, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/er/a/mHtMQ5TBWkV8yd9fJ4kFW6K/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 23 fev. 2025. DOI: https://doi.org/10.1590/0104-4060.77819

MARCON, G. H. Do individualismo à individuação: a ética da autenticidade a partir da perspectiva gestáltica. Rev. NUFEN, Belém, v. 10, n. 1, p. 235-255, 2018. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-25912018000100012&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 21 mar. 2024.

MENICUCCI, T. M. G. História da reforma sanitária brasileira e do Sistema Único de Saúde: mudanças, continuidades e a agenda atual. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 77–92, jan. 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-59702014000100004

MÉSZÁROS, I. A teoria da alienação em Marx. São Paulo: Boitempo Editorial, 2017.

MINAYO, M. C. S. Saúde e ambiente: uma relação necessária. In: MINAYO, M. C. S.; HARTZ, Z. M. A.; BUSS, P. M. (orgs.). Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo: Hucitec, 2006. p. 81-10.

MORA-PENAGOS, W. M. Ambientalización curricular en la educación superior: un estudio cualitativo de las ideas del profesorado. Profesorado. Revista de currículum y formación de profesorado, Granada, v. 16, n. 2, p. 77-103, 2012.

MOTIN, S. D. Educação ambiental à luz da transdisciplinaridade e da complexidade na formação inicial docente: uma proposta de indicadores. 2019. 330 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Escola de Educação e Humanidades, Curitiba, 2019.

PAIM, J. S. Sujeitos da antítese e os desafios da práxis da Reforma Sanitária Brasileira. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 41, n. especial 3, p. 255-264, set. 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/QdQmFPJm9pbydwxN89GyTJL/?format=pdf&lang=pt. Aesso em: 23 fev. 2025. DOI: https://doi.org/10.1590/0103-11042017s319

RATTO, C. G.; HENNING, P. C.; ANDREOLA, B. A. Educação Ambiental e suas Urgências: a constituição de uma ética planetária. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 42, p. 1019-1034, 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/2175-623659438

SÁ, M. A. P.; ROMANO, C. A; TOSCHI, M. S. Educação ambiental além do meio ambiente: considerações sobre relações sociopolíticas nos modelos de ensino. Revista Sapiência, Anápolis, v. 4, n. 2, p. 50-62, 2015.

SAUVÉ, L.; ORELLANA, I. A formação continuada de professores em educação ambiental: a proposta do EDAMAZ. In: SANTOS, J. E.; SATO, M. A contribuição da educação ambiental à esperança de Pandora. 3. ed. São Paulo: Rima, 2006. p. 273-287.

SILVA, N. M. A.; FREITAS, A. S. A ética do cuidado de si no campo pedagógico brasileiro: modos de uso, ressonâncias e desafios. Pro-Posições, Campinas, v. 26, p. 217-233, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/0103-7307201507613

SILVA, R. O.; BORBA, C. A.; FOPPA, C. C. O sistema/mundo colonial/moderno e a natureza: reflexões preliminares. Revista Videre, Dourados, v. 13, n. 26, p. 138 – 169, 2021. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/videre/article/view/12939. Acesso em: 20 abr. 2023. DOI: https://doi.org/10.30612/videre.v13i26.12939

SILVA, T. T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.

SIMAS, L. A.; RUFINO, L. Encantamento: sobre política de vida. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2020.

STEIL, C. A.; CARVALHO, I. C. de M. Epistemologias ecológicas: delimitando um conceito. Mana, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 163-183, 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-93132014000100006

2022a.

2022b.

VALLA, V. V. A crise da interpretação é nossa: procurando entender a fala das classes subalternas. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 21, n. 2, p. 177-190, jul./dez. 1996.

YIN, R. K. Estudo de caso. Porto Alegre: Bookman, 2003.

Downloads

Publicado

17.05.2025

Como Citar

Rosas, L., & Freire, L. M. (2025). Educação ambiental e educação em saúde: sentidos e conexões do cuidado de si, com o outro e com a terra, na formação superior em psicologia. Revista Sergipana De Educação Ambiental, 12, 1–26. https://doi.org/10.47401/revisea.v12.22593

Edição

Seção

Fluxo contínuo

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.