No 18 (2019): Travessias Interativas ➭ maio/2019
APRESENTAÇÃO
Nos dias 29, 30 e 31 de maio de 2019 ocorreu o III Seminário de Poesia e Crítica: De Poetas, Tessituras e Diálogos, evento de extensão ligado ao Departamento de Letras Vernáculas (Centro de Ciências Humanas) da Universidade Federal de Sergipe. O seminário, que teve sua primeira edição em 2017, vem acontecendo anualmente e tem, como principal objetivo, divulgar pesquisas acerca de teorias e críticas de poesia, tanto no âmbito da graduação quanto no da pós-graduação.
As comunicações orais foram realizadas no auditório da Biblioteca Central da cidade universitária da UFS/São Cristóvão, com participação de ouvintes da comunidade interna e da comunidade externa à instituição. Os anais que aqui divulgamos apresentam nove artigos que resultaram dessas comunicações realizadas nas mesas-redondas.
O primeiro texto, intitulado “Falência e êxtase – A crise como escritura em Clarice Lispector”, trata, no dizer da própria autora – Ana Maria Vasconcelos Martins de Castro – da “[...] experiência de êxtase que arrebata as personagens, isso que parte da crítica denomina epifania, e [d]a inevitável falência da linguagem ao tentar dar conta das peculiaridades desse processo”. Na sequência, Lívia Santos Ferreira também faz uma abordagem do texto clariceano, em “A poesia em ‘Perdoando Deus’, de Clarice Lispector: Relações do grotesco, do sublime e do aspecto poético no conto”. Em “Canção de Piratas: uma leitura anfíbia”, Iasmim Santos Ferreira faz uma leitura da crônica “Canção de Piratas”, de Machado de Assis, alinhando-se ao pensamento pós-estruturalista de Silviano Santiago. Ainda na prosa de ficção, mas voltando-se para a elaboração lírica, João Paulo Santos Silva tenta compreender os aspectos poéticos da obra de Guimarães Rosa, conforme se depreende pelo título: “A trajetória poética em Guimarães Rosa”.
Intentando uma reflexão sobre as relações entre a cultura popular e a erudita, Antonio Marcos dos Santos Trindade faz uma abordagem do Romanceiro sergipano, em “Circularidade cultural no Galope de Cântis: Leitura poética do Romanceiro Segipano”. Já em “O poema como problema em W. J. Solha”, Éverton de Jesus Santos faz uma leitura da própria criação literária, em clave metalinguística, na poesia do paulista-paraibano Waldemar José Solha. João Victor Rodrigues Santos investiga uma questão fulcral da poesia do carioca Alexei Bueno, a atualização dos mitos gregos, em texto intitulado “Mitologia e realidade em Poemas Gregos (1985): Deuses caídos, cabisbaixos e humildes?”. A obra do poeta sergipano Manoel Cardoso é contemplada no próximo texto – “Um poeta a bordo do tempo: Memória, simplicidade e infância em Manoel Cardoso” – da autoria de Jânio Vieira dos Santos. Por último, Adilson Oliveira Almeida trata da importância do trabalho com poesia em sala de aula, no artigo “Letramento lírico no ensino fundamental: aguçando sensibilidade, visão de mundo e criticidade”.
Compreendemos que a revista Travessias Interativas, ligada ao Departamento de Letras Vernáculas, cumpre uma função importante ao publicar os trabalhos apresentados no seminário, pois permite que um público maior tenha acesso às pesquisas. Os nossos esforços caminham justamente nessa direção, de dar visibilidade à produção intelectual e contribuir para a disseminação do conhecimento.
Agradecemos aos autores que participam desta edição; aos professores Afonso Henrique Fávero e Fernando de Mendonça, e à professora Christina Bielinski Ramalho, pela coordenação de mesas; e o apoio do Departamento de Letras Vernáculas, do Programa de Pós-Graduação em Letras/PPGL e do Mestrado Profissional em Letras/PROFLETRAS.
Alexandre de Melo Andrade