n. 22 (2018): ISSN 2357-9145
Nosso primeiro lançamento de 2018 abre o ano com o Dossiê “História da Educação Brasileira”, fruto dos trabalhos finais da disciplina de mesmo nome do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe e que foi organizado pelos professores Dr. Joaquim Tavares da Conceição e a Drª. Josefa Eliana Souza.
No primeiro artigo temos Mayra Louyse Rocha Paranhos e Márcia Cristina Rocha Paranhos que fazem uma discussão sobre o uso da educação escolar em políticas governamentais brasileiras, ao final do século XIX e início do XX, ou seja, em um contexto de modernização, que utilizavam de estratégias higienistas com o propósito de incentivar práticas que educassem e civilizassem o corpo. Utilizando do conceito de biopolítica as autoras abordam sobre as tentativas de controlar o corpo para se alcançar uma sociedade civilizada. Em seguida, Caroline de Alencar Barbosa faz uma revisão bibliográfica para observar como os Estados Unidos influenciaram o ensino escolar brasileiro. Analisando o pensamento de alguns intelectuais, tais como, Anísio Teixeira, Tavares Bastos e Miriam Warde, a autora observa como no período do Estado Novo e da Segunda Guerra Mundial haviam trocas culturais entre ambos os países e tentativas de aplicar a ideia de American way for life que influenciaram as ideias sobre a educação brasileira.
Já Wênia Mendonça Silva estuda como a cultura escolar pode sofrer alterações em seu currículo conforme as demandas políticas e sociais de um determinado contexto. Assim, a autora analisa como no período de 1890 à 1945, diante do processo de implementação da República brasileira, gerou-se reformas educacionais que introduziram a educação musical, o Canto Orfeônico, como disciplina obrigatória com propósitos modernizantes. Ainda neste contexto histórico, o texto de Emily Maise Feitosa Aragão, aborda discussões sobre a educação no primeiro jardim de infância de Sergipe entre o final do século XIX e início do século XX. Sua pesquisa tem por objeto de estudo o jardim de infância Augusto Maynnard, o qual possuía um projeto educacional produzido pela Nova Escola brasileira, com inspirações norte-americanas e europeias.
No nosso quinto artigo Ricardo Costa dos Santos refaz o percurso do Ginásio de Aplicação da Faculdade Católica de Sergipe, desde a sua fundação (1959) até o ano de 1969, evidenciando os elementos da cultura escolar, o currículo, bem como a presença da língua francesa. Quanto ao último texto do dossiê, Laís Gois de Araújo analisa o “Manifesto dos pioneiros da Educação Nova”, publicado em 1932, debatendo as suas continuidades e rupturas quanto à concepção de educação popular. Em seguida, a autora apresenta e discute algumas ideias da proposta freiriana.
Por fim, na sessão de artigos livres, no campo da História Comparada, temos o texto de Andrey Augusto Ribeiro dos Santos, no qual realiza um debate sobre este campo historiográfico e sua sistematização metodológica para pesquisas na área de História, apresentando suas especificidades e suas aplicações.
Agradecemos pela colaboração e apoio com submissões de textos e com a frequente divulgação do periódico. Desejamos uma boa leitura a todos.
Os Editores.