Educação Ambiental Crítica e Filosofias Africanas na planície quaternária do Rio Doce
festas e brincadeiras em devoção a São Benedito enquanto epistemologias ecológicas
DOI:
https://doi.org/10.47401/revisea.v10.19734Palabras clave:
Filosofías africanas. Sapê do Norte., Antiecologismo.Resumen
Propomos uma bibliografia inicial para reconhecer, discutir e analisar o fazer filosófico de tradições africanas e indígenas presentes na planície quaternária do Rio Doce, localizada no litoral norte do estado do Espírito Santo, recortando especificamente as cidades de Conceição da Barra, São Mateus e Linhares. Deduz-se que tais tradições filosóficas — em especial, a cosmologia Bantu-Kongo, verificada nas festas e manifestações culturais das chamadas brincadeiras em devoção a São Benedito, compreendidas enquanto epistemologias geradas pela auto-organização política dos brincantes quilombolas do Sapê do Norte — possam auxiliar educadores(as) ambientais em sua prática docente crítica, bem como nas modalidades pedagógicas emancipadoras e contra-hegemônicas, como a educação do campo e quilombola.
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