As Reflexões Afro-pindorâmicas como perspectiva para a descolonização da Educação Ambiental
DOI:
https://doi.org/10.47401/revisea.v10.19738Palavras-chave:
Conhecimento, Descolonização, Educação Ambiental, Ontologia, Perspectivismo.Resumo
Este trabalho discute presenças/saberes emergentes ao considerar perspectivas não dominantes que estão contribuindo com a crítica ao colonialismo na Educação Ambiental. Tendo como ponto de partida as noções de afroperspectivismo, terrexistência e perspectivismo ameríndio, e as obras do pensador quilombola Nêgo Bispo e do xamã Davi Kopenawa Yanomami, pretendemos apresentar a ideia do perspectivismo afro-pindorâmico. Consideramos, neste intento, a necessária contextualização do debate socioambiental às realidades do Sul global e a importância da dimensão da biosociodiversidade como valor central no enfrentamento do trauma colonial e seu desencantamento como máquina de guerra. Assim, propomos o encontro com as cosmovisões africanas e indígenas como "alter-nativas" para a construção de uma educação descolonizadora, e para pensarmos caminhos de superação das armadilhas paradigmáticas da colonialidade na educação ambiental.
Downloads
Referências
ALMEIDA, S. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen, 2019.
CASTRO GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. Prólogo. Giro decolonial, teoría crítica y pensamiento heterárquico. In: El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007.
CASTRO, Eduardo Viveiros. Metafísicas canibais: Elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo: Ubu Editora, 2018.
DA COSTA, S. L; CASTRO e SILVA, C. R. Afeto, memória, luta, participação e sentidos de comunidade. Pesquisas e práticas psicossociais, 10(2), São João del Rei, p. 283- 291 jul/dez. 2015. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-89082015000200006
DUSSEL, Enrique. 1492: o encobrimento do outro: a origem do mito da
modernidade. Petrópolis: Vozes, 1993.
FERDINAND, Malcolm. Uma ecologia decolonial: pensar a partir do mundo caribenho. São Paulo: Editora Ubu, 2022.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. Apresentação de Ana Maria Araújo Freire. Carta-prefácio de Balduino A. Andreola. São Paulo: Editora UNESP, 2000. DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-32832001000100016
FREIRE, Paulo. Pedagogia dos sonhos possíveis. São Paulo: Editora da UNESP, 2001.
FREIRE, Paulo; NOGUEIRA, Adriano. Que fazer: teoria e prática em educação popular. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 1993.
GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Da geo-grafia às geo-grafias: um mundo em busca de novas territorialidades. CLACSO, 2000. Disponível em: http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/cecena/porto.pdf
HARAWAY, D. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, (5), 7–41. 2009.
KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
LAYRARGUES, P.P. A resolução de problemas ambientais locais deve ser um tema-gerador ou a atividade-fim da educação ambiental? In: Verde cotidiano: o meio ambiente em discussão. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 1999.
LAYRARGUES, Philippe Pomier; LIMA, Gustavo Ferreira da Costa. As macrotendências político-pedagógicas da educação ambiental brasileira. Revista Ambiente e sociedade, São Paulo. 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/1809-44220003500
MBEMBE, Achille. Necropolítica, una revisión crítica. In: Estética y violência: Necropolítica, militarización y vidas lloradas. México: UNAMMUAC, 2012, Cap. V, p. 130-139.
NOGUERA, R. (2012). Denegrindo a educação: um ensaio filosófico para uma pedagogia da pluriversalidade. Revista Sul-Americana de Filosofia e Educação (RESAFE), (18), 62-73. DOI: https://doi.org/10.26512/resafe.v0i18.4523
NOGUERA, R. (2011). Denegrindo a filosofia: o pensamento como coreografia de conceitos afroperspectivistas. Griot: Revista de Filosofia, 4(2), 1-19. DOI: https://doi.org/10.31977/grirfi.v4i2.500
PELACANI, B., KASSIADOU, A., CAMARGO, D., SÁNCHEZ, C.,; STORTTI, M. (2021). Educación ambiental comunitaria y la lucha por el agua. Praxis & Saber, 12(28). Disponível em: https://doi.org/10.19053/22160159.v12.n28.2021.11470. DOI: https://doi.org/10.19053/22160159.v12.n28.2021.11470
PEREIRA, A.R.F. Sentidos de comunidade, saberes da natureza e resistências socioculturais do Morro da Formiga. 2020. Dissertação (Mestrado em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2020.
QUIJANO, A.; WALLERSTEIN, I. Americanity as a concept or the Americas in the modern worldsystem. International Social Science Journal, Paris, v. XLIV, n. 4, p. 549-557, nov. 1992.
RUFINO, L.; RENAUD, C.D; SÁNCHEZ, C. Educação Ambiental Desde El Sur: A perspectiva da Terrexistência como Política e Poética Descolonial. Revista Sergipana De Educação Ambiental, v.7, número especial, 2020. DOI: https://doi.org/10.47401/revisea.v7iEspecial.14520
RUFINO, Luiz. Performances afro-diaspóricas e decolonialidade: do saber corporal a partir de Exu e suas encruzilhadas. Revista Antropolítica, nº 40, Niterói, p.54-80, 2016. DOI: https://doi.org/10.22409/antropolitica2016.1i40.a451
SILVA, Julio Vitor Costa. Sociedades de água do Morro da Formiga: subsídios para educação ambiental de base comunitária e ecologia de saberes em uma favela carioca, 2016, Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016.
STORTTI, M. A. A educação ambiental “desde el sur” e os seus diálogos com o pensamento contra-colonial brasileiro. Ambiente & Educação, 26(1), 273–295. Disponível em: https://periodicos.furg.br/ambeduc/article/view/13260. 2021.
STORTTI, M. A.; SANCHEZ, C. Diálogos entre a Formação Inicial Docente em Biologia e a temática da Justiça, conflitos e Racismo Ambiental. Revista Eletrônica Do Mestrado Em Educação Ambiental (REMEA), 36(2), 60–82. 2019. Disponível em: https://periodicos.furg.br/remea/article/view/8925. Acesso em: 12 de dez. de 2019. DOI: https://doi.org/10.14295/remea.v36i2.8925
STORTTI, M. A.; SATO, M.; SANCHEZ, C. (2022). Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis Trinta Anos Depois, Haverá mais 30? Revista Trabalho Necessário, 20(43), 01-06. https://doi.org/10.22409/tn.v20i43.55046. DOI: https://doi.org/10.22409/tn.v20i43.55046
WALSH, C. Interculturalidad, Estado, Sociedad: Luchas (de) coloniales de nuestra época. Quito: Universidad Andina Simón Bolívar; Ediciones Abya-Yala. 2009.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Sergipana de Educação Ambiental
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
