Sobre o brincar (mundo da criança) e o ensinar (mundo comum): embates para com a pedagogia da infância

Autores

  • Jenerton Arlan Schütz Universidade Católica de Brasília, Taguatinga, Distrito Federal, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.20952/revtee.v17i36.20509

Palavras-chave:

Educação Escolar, Ensino, Pedagogia

Resumo

A partir de revisão bibliográfica, o presente artigo tematiza os pressupostos da Pedagogia da Infância, especificamente, aqueles vinculados ao brincar e aos aspectos considerados mais importantes para a Educação Escolar. Outrossim, assume-se um posicionamento contrário à Pedagogia da Infância, ao considerar que sua proposta anseia em prometer precocemente uma autonomia às crianças, como se elas fossem uma minoria oprimida e tivessem condições plenas para enfrentar as incertezas e problemas do seu tempo. Além disso, a escola começa mal quando inicia com essa ideia de Pedagogia, pois não vai preparando para a especificidade da educação escolar, ou seja, não dá para botar em suas costas a responsabilidade pela não aprendizagem (jovens chegarem analfabetos na universidade), mas sua postura corrompe as mentes infantis acerca da escola e da própria compreensão do mundo humano comum.

Downloads

Biografia do Autor

Jenerton Arlan Schütz, Universidade Católica de Brasília, Taguatinga, Distrito Federal, Brasil.

Pós-Doutorando em Sociologia/Ciências Sociais (Logos International University). Pós-Doutorando em Educação Profissional e Tecnológica (Instituto Federal Goiano). Doutor em Educação nas Ciências (Unijuí). Professor Visitante no Programa de Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT) do Instituto Federal Goiano, Campus Ceres. Professor e Pesquisador Permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação (Mestrado e Doutorado) da Universidade Católica de Brasília (UCB).

Referências

Abramowicz, A. & Oliveira, F. de. (2010). A sociologia da infância no Brasil: uma área em construção. Revista do Centro de Educação, Santa Maria, v. 35, n. 1, p. 39-52. DOI: https://doi.org/10.5902/198464441602

Arce, A. (2004). O jogo e o desenvolvimento infantil na teoria da atividade e no pensamento educacional de Friedrich Froebel. Cadernos Cedes, Campinas, v. 24. n. 62, p. 9-25. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-32622004000100002

Arce, A. (2013). O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil e o espontaneísmo: (re)colocando o ensino como eixo norteador do trabalho pedagógico com crianças de 4 a 6 anos. In: Arce, A. & Martins, L.M. (Orgs.). Quem tem medo de ensinar na Educação Infantil? Em defesa do ato de ensinar. 3. ed. Campinas: Alínea, p. 13-38.

Arendt, H. (2013). Entre o passado e o futuro. Tradução Mauro W. Barbosa. 7. ed. São Paulo: Perspectiva.

Barbosa, M. C. (1999). Educação infantil na Itália: quatro publicações da Editora Artes Médicas. Pro-posições. Revista da Faculdade de Educação/UNICAMP, vol. 10, n 1 (28), p. 195-197.

Boufleuer, J. P., & Fensterseifer, P. E. (2010). A re-configuração da dialética pedagógica com vistas a uma formação emancipadora. Currículo sem Fronteiras, v. 10, n. 2, p. 259-267.

Bueb, B. (2008). Elogio à disciplina: um texto polêmico. Tradução de Luciane Leipnitz. Porto Alere: Artmed.

Carvalho, J. S. F. de. (2017). Educação, uma herança sem testamento: diálogos com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Perspectiva: Fapesp.

Castello, L. A., & Mársico, C. T. (2007). Oculto nas palavras: dicionário etimológico para ensinar e aprender. Tradução Ingrid Müller Xavier. Belo Horizonte: Autêntica.

Chaves, R. (2020). Propagandas são um termômetro para medir nossa evolução social. Gaúcha ZH. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/almanaque/noticia/2020/02/propagandas-sao-um-termometro-para-medir-nossa-evolucao-social-ck6moaioz0jb901qd5a8k1v52.html. Acesso em: 16 fev. 2020.

Faria, A. L. G. (1994). O direito à infância: Mário de Andrade e os parques infantis para as crianças de família operária na cidade de São Paulo (1935-1938). 1994. 217 f. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Faculdade de Educação, São Paulo.

Faria, A. L. G. (1999). Educação pré-escolar e cultura: para uma pedagogia da Educação Infantil. Campinas: Editora da Unicamp; São Paulo: Cortez.

Finco, D., Barbosa, M. C. S., & Faria, A. L. G. de. (2015). Conversações de ponta-cabeça sobre crianças pequenas para além da escola. In: Finco, D., Barbosa, M. C. S., & Faria, A. L. G. de. (Orgs.). Campos de experiências na escola da infância: contribuições italianas para inventar um currículo de Educação Infantil brasileiro. Campinas: Leitura Crítica.

Guillot, G. (2008). O resgate da autoridade em educação. Tradução Patrícia Chittoni Ramos Reuillard. Porto Alegre: Artmed.

Kant, I. (1999). Sobre a pedagogia. Tradução Francisco C. Fontanella. 2. ed. Piracicaba: Unimep.

La Taille, I. de. (1999). Limites: três dimensões educacionais. 2. ed. São Paulo: Ática.

Lajonquière, L. de. (1999). Infância e ilusão (psico)pedagógica: escritos de psicanálise e educação. Petrópolis, RJ: Vozes. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v5i8p183-189

Lajonquière, L. de. (2009). Educação e infanticídio. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 25, n. 1, p. 165-177. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-46982009000100009

Larrosa, J. (2018). Esperando não se sabe o quê: sobre o ofício de professor. Tradução de Cristina Antunes. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora (Coleção Educação: Experiência e Sentido).

Malaguzzi, L. História, ideias e filosofia básica. (1999). In: Edwards, C., Gandini, L., & Forman, G. As cem linguagens da criança: a abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre: Artmed.

Marques, M. O. (1988). Conhecimento e Educação. Ijuí: Unijuí Ed. (Coleção Educação; v. 6).

Marques, M. O. (1992). A formação do profissional da educação. Ijuí: Editora Unijuí. (Coleção educação; v. 13).

Masschelein, J., & Simons, M. (2017). Em defesa da escola: uma questão pública. Tradução Cristina Antunes. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora. (Coleção educação: experiência e sentido).

Masschelein, J., & Simons, M. (2014). A pedagogia, a democracia, a escola. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora. (Coleção educação: experiência e sentido).

Moreno, C. (2013). O prazer das palavras: um olhar bem-humorado sobre a Língua Portuguesa. 1. ed. Porto Alegre: RS: L&PM.

Motta, F. M. N. (2013). De crianças a alunos: a transição da educação infantil para o ensino fundamental. São Paulo: Cortez.

Narodowski, M. (1998). Adeus à infância: e à escola que a educava. In: Silva, L. H. da (Org.). A escola cidadã no contexto da globalização. Petrópolis: Vozes, p. 172-177.

Oliveira-Formosinho, J., & Formosinho, J. (2013). Perspectiva pedagógica da Associação Criança: Pedagogia-em-Participação. In: Kishimoto, T. M., & Oliveira-Formosinho, J. Em busca da pedagogia da infância: pertencer e participar. Porto Alegre: Penso, p. 188-216.

Oliveira-Formosinho, J., & Lino, D. M. B. da C. (2009). Os papéis das educadoras: as perspectivas das crianças. Educ. Foco, Juiz de Fora, v. 13, n. 2, p. 9-29.

Oliveira-Formosinho, J. (2007). Pedagogia(s) da infância: reconstruindo uma práxis da participação. In: Oliveira-Formosinho, J., Kishimoto, T. M., & Pinazza, M. A. (Orgs.). Pedagogia(s) da infância: dialogando com o passado, construindo o futuro. Porto Alegre: Artmed, p. 13-36.

Prado, P. D. (2006). Contrariando a idade: condição infantil e relações etárias entre crianças pequenas da educação infantil. Tese (doutorado em Educação) - Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

Raupp, M. D. (2012). Concepções de formação das professoras de Educação Infantil na produção científica brasileira. In: Vaz, A., & Momm, C. M. Educação infantil e sociedade: questões contemporâneas. Nova Petrópolis: Nova harmonia, p. 139-156.

Rech, I. P. F. A. (2015). A “hora da atividade” no cotidiano das instituições. In: Martins Filho, A. J. (Org.). Criança pede respeito: ação educativa na creche e na pré-escola. 2. ed. Porto Alegre: Mediação, p. 175-213.

Rocha, E. A. C. (1999). A pesquisa em Educação Infantil no Brasil: trajetória recente e perspectiva de consolidação de uma pedagogia da Educação Infantil. Florianópolis: NUP; UFSC; CED.

Rocha, E. A. C., Lessa, J., & Buss-Simão, M. (2016). Pedagogia da infância: interlocuções disciplinares na pesquisa em Educação. Da Investigação às Práticas, v. 6 n. 1, p. 31-49.

Rushkoff, D. (1996). Playing the future: How the kids can help us to thrive in a world of chaos. Nova York: Harpers Collins.

Sarmento, M. J. (2011). A reinvenção do ofício de criança e de aluno. Atos de Pesquisa em Educação, PPGE/ME Furb, v. 6, n. 3, p. 581-602, set./dez.

Savater, F. (2012). O valor de educar. Tradução Mônica Stahel. 2. ed. São Paulo: Planeta.

Souza, T. N. de, & Rossetti-Ferreira, M. C. (2012). Uma infância melhor. Revista Educação, Edição Especial, Editora Segmento, p. 122-135.

Tomazzetti, C. M. (2004). Pedagogia e infância na perspectiva intercultural: implicações para a formação de professores. 2004. 241 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Centro de Ciências da Educação, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Downloads

Publicado

2024-12-27

Como Citar

Schütz, J. A. (2024). Sobre o brincar (mundo da criança) e o ensinar (mundo comum): embates para com a pedagogia da infância. Revista Tempos E Espaços Em Educação, 17(36), e20509. https://doi.org/10.20952/revtee.v17i36.20509

Edição

Seção

Publicação Contínua

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.