Os discursos das empresas de mineração e seus efeitos na educação ambiental
DOI :
https://doi.org/10.47401/revisea.v10.19676Mots-clés :
Mineração, Ecologia Política, Educação Ambiental, Análise Crítica do DiscursoRésumé
O presente trabalho de pesquisa, de natureza teórica, tem por objetivo compreender os discursos das empresas de mineração e seus efeitos no campo da educação ambiental. A partir da perspectiva teórico-metodológica da Análise Crítica do Discurso, apresentamos os discursos empresariais da mineração, impregnados pelos conceitos de hegemonia e ideologia. Procuramos discutir, em seguida, o campo da educação ambiental diante das significações discursivas da mineração. Discursos propagados por empresas de mineração refletem forças ideológicas e hegemônicas que perpassam o campo da educação ambiental, em sentidos que versam sobre a educação para o desenvolvimento sustentável, apartando seus impactos e conflitos. Sinalizamos, com o campo da educação ambiental em sua compreensão crítica, possibilidades outras para pensarmos a teoria e a prática em educação ambiental, ao buscar desvelar a internalização dominante da mineração e tendo em vista alternativas de emancipação socioambiental.
Téléchargements
Références
ACOSTA, A. Extrativismo e neoextrativismo: duas faces da mesma maldição. In: DILGER, Gerhard; LANG, Miriam; PEREIRA FILHO, Jorge (org.). Descolonizar o imaginário: debates sobre pós-extrativismo e alternativas ao desenvolvimento. São Paulo: Fundação Rosa Luxemburgo, 2016. p. 46-88. Tradução Igor Ojeda.
ACSELRAD, H. Mariana, novembro de 2015: a genealogia política de um desastre. In: ZHOURI, A. (org.); OLIVEIRA, R. et.all. Mineração, violências e resistências: um campo aberto à produção de conhecimento no brasil. Marabá: Editorial Iguana, 2018. p. 155-176. Livro Eletrônico. Disponível em: https://conflitosambientaismg.lcc.ufmg.br/producao-academica/categoria/livros/ . Acesso em: 25 maio 2022.
ANTUNES-ROCHA, M. I.; HUNZICKER, A. C. M.; FANTINEL, L. M. O rompimento da barragem B1 da Mina Córrego do Feijão e os desafios para a educação. Ciência e Cultura, [S.l.], v. 72, n. 2, p. 17-21, abr. 2020. Fap UNIFESP (SciELO). Disponível em: http://dx.doi.org/10.21800/2317-66602020000200007 . Acesso em: 08 jan. 2021.
ATINGIDOS PELA VALE. Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale (AIAAV). Nossa História. Disponível em: https://atingidosvale.com/articulacao/nossa-historia/ . Acesso em: 06 set. 2022.
CARDOSO, V. A. R. C. COSENZA, A. A ecologia política e a educação ambiental frente a matriz colonial da mineração. In: SLADI, L.; SALGADO, S. D. C.; COSENTINO, P.; ESCHENHAGEN, M. L.; (Org.). Senti-pensarnos Tierra: educación ambiental y Ecología política en clave latioamericana y del Caribe. 1ed. Buenos Aires: Clacso, 2022, v.10, p. 31-38. Disponível em: https://www.clacso.org/boletin-10-senti-pensarnos-tierra/ . Acesso em: 25 out. 2022.
CHIAVEGATTO, J.; NALON, C.. "Volta Samarco". Notícias UFJF, Pesquisa e inovação, 30 de janeiro de 2019. Disponível em: https://www2.ufjf.br/noticias/2019/01/30/volta-samarco/ . Acesso em: 11 de jul. 2022.
CHOULIARAKI, L.; FAIRCLOUGH, N. Discourse in Late Modernity: rethinking critical discourse analysis. Edinburgh University Press, 1999, 175 p.
COELHO, T. P. O discurso do desenvolvimento pela mineração. In: COELHO, T. P. Projeto Grande Carajás: Trinta anos de desenvolvimento frustrado. Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase.), 2014, p. 62-101. Disponível em: https://www.ufjf.br/poemas/files/2014/07/Coelho-2014-Projeto-Grande-Carajás.pdf . Acesso em: 07 nov. 2022.
COSENZA, A; ARAÚJO, J. C.; FERRAZ, M. S. O que fazem as escolas que dizem fazer/ter uma horta?. Ensino, saúde e Ambiente, v.13, n.2, p.90-111, agosto 2020. Disponível em: https://doi.org/10.22409/resa2020.v13i2.a28264 . Acesso em: 08 nov. 2022.
DARDOT, P.; LAVAL, CHRISTIAN. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. Coleção Estado de Sítio: Boitempo, 2016. Tradução de Mariana Echalar.
DORNELLAS, L. C. G. O projeto educativo da Fundação Vale: uma investigação sobre o programa escola que vale. 2011. 99 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2011. Disponível em: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2682 . Acesso em: 20 nov. 2020.
FAIRCLOUGH, N. Discurso e mudança social. Brasília: Editora UNB, 2001, 316 p. Tradução, revisão técnica e prefácio à edição Brasileira: Izabel Magalhães.
FAIRCLOUGH, N. Analysing Discourse: textual analysis for social research. Routledge, New Fetter Lane, London and New York, 2003, 279 p.
FAIRCLOUGH, N. A dialética do discurso. Revista Teias, S.L, v. 11, n. 22, p. 225-234, ago. 2010. Tradução: Raquel Goulart Barreto. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistateias/article/view/24124/17102 . Acesso em: 24 mai. 2021.
FAIRCLOUGH, N. Language and Power. Routledge, London and New York, 2015, 274 p.
FAIRCLOUGH, N. Semiose, mediação e ideologia: uma visão dialética. Revista Parágrafo, v.4, n.1, jan./jun. 2016, p.16-27. Tradução: Ana Flavya Rigolon e Taissa Garcia.
FUNDAÇÃO RENOVA. Definição do Programa - Etapa 3. PG-033 - Educação para Revitalização da Bacia do Rio Doce, Junho de 2018. Disponível em: https://www.fundacaorenova.org/wp-content/uploads/2018/10/definicaoeducacaorevitalizacao.pdf.pdf . Acesso em: 11 nov. 2022.
GRAMSCI, A. Cadernos do cárcere Volume 3. Ed. 3, Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 2007. Edição e tradução: Carlos Nelson Coutinho; coedição: Luiz Sérgio Henrique e Marco Aurélio Nogueira.
HENNING, P. C. Verdades educacionais no Brasil e na Espanha: tensionamentos ambientais sob análise. ETD- Educação Temática Digital, Campinas - SP, v. 21, n. 3, p. 674-694, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.20396/etd.v21i1.8651555 . Acesso em: 13 nov. 2021.
HENNING, P. C; FERRARO, J. L. S. As lutas políticas da Educação Ambiental nas universidades brasileiras: provocações à governamentalidade neoliberal no âmbito da educação para o desenvolvimento sustentável. Ciência & Educação, v.28, 2022, p.01-15, Bauru. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1516-731320220028 . Acesso em: 26 ago. 2022.
HUNZICKER, A. C. M; ANTUNES-ROCHA, M. I. A prática do silêncio pedagógico no contexto minerário. Revista Brasileira de Educação Básica. Ano 7, Número Especial, Educação e Desastres Minerários, Janeiro, 2022, s/p. Disponível em: https://rbeducacaobasica.com.br/a-pratica-do-silencio-pedagogico-no-contexto-minerario/ . Acesso em: 03 fev. 2022.
LAYRARGUES, P. P. Manifesto por uma educação ambiental indisciplinada, [s.l], Ensino, Saúde e Ambiente. Número Especial, p. 44-88, jun. 2020. Disponível em: https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/40204 . Acesso em: 17 ago. 2021.
LEFF, E. La Ecología Política em América Latina: un campo em construcción. Sociedade e Estado, Brasília, v. 18, n. 1/2, p. 17-40, 2003.
LOUREIRO, C. F. B. Educação Ambiental crítica e lutas antissistêmicas. In: SLADI, L.; SALGADO, S. D. C.; COSENTINO, P.; ESCHENHAGEN, M. L.; (Org.). Senti-pensarnos Tierra: educación ambiental y Ecología política en clave latioamericana y del Caribe. 1ed. Buenos Aires: Clacso, 2022, v.10, p. 31-38. Disponível em: https://www.clacso.org/boletin-10-senti-pensarnos-tierra/ . Acesso em: 25 out. 2022.
LOUREIRO, C. F. B.. Educação Ambiental: questões de vida. São Paulo: Cortez, 2019.
LOUREIRO, C. F. B. O dito e não-dito na Década da educação para o desenvolvimento sustentável promovida pela UNESCO. Revista Pesquisa em Educação Ambiental, S.L, v. 11, n. 2, p. 58-71, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.18675/2177-580X.vol11.n2.p58-71 . Acesso em: 01 set. 2021.
LOUREIRO, C. F. B. Sustentabilidade e Educação: um olhar da ecologia política. São Paulo: Cortez, 2012. Coleção questões da nossa época; V.39.
LOUREIRO, C. F. B.; LIMA, M. J. G. S. A hegemonia do discurso empresarial de sustentabilidade nos projetos de educação ambiental no contexto escolar: nova estratégia do capital. Revista Contemporânea de Educação, [s. l], v. 7, n. 14, p. 280-294, 2012. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/rce/article/view/1672 . Acesso em: 13 out. 2021.
MEDEIROS, É. Longe das vítimas, governo assina acordo sobre desastre de Mariana. Agência Pública, 03 de março de 2016. Disponível em: https://apublica.org/2016/03/longe-das-vitimas-governo-assina-acordo-sobre-desastre-de-mariana/ . Acesso em: 08 nov. 2022.
MILANEZ, B. Crise climática, extração de minerais críticos e seus efeitos para o Brasil. Brasília: Diálogo dos Povos, Sinfrajupe, Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), 2021. Disponível em: https://www.ufjf.br/poemas/files/2014/07/Milanez-2021-Crise-climática-extração-de-minerais-críticos.pdf . Acesso em: 09 nov. 2022.
MILANEZ, B.; GIFFONI PINTO, R. Considerações sobre o Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta firmado entre Governo Federal, Governo do Estado de Minas Gerais, Governo do Estado do Espírito Santo, Samarco Mineração S.A., Vale S. A. e BHP Billiton Brasil LTDA. Grupo Política, Economia, Mineração, Ambiente e Sociedade (PoEMAS UFJF), Abril de 2016. Disponível em: https://www.ufjf.br/poemas/publicacoes/desastre-do-rio-doce/ . Acesso em: 24 out de 2022.
MINAS DO AMANHÃ. Sustentabilidade e mineração em convergência: lições e contribuições do setor mineral em MG para uma economia sustentável. Espaço Publicitário, G1, 28 de março de 2022. Disponível em: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/especial-publicitario/minas-do-amanha/sustentabilidade/noticia/2022/03/28/sustentabilidade-e-mineracao-em-convergencia.ghtml . Acesso em: 06 jul. 2022.
PORTO-GONÇALVES, C. W. Os (des)caminhos do meio ambiente, 14.ed, Editora Contexto, São Paulo, 2006. Temas Atuais.
RELATÓRIO DE INSUSTENTABILIDADE. Relatório de Insustentabilidade da Vale, 2021. Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale (AIAAV). Disponível em: https://atingidosvale.com/relatorios/relatorio-insustentabilidade-2021 . Acesso em: 09 nov. 2022.
RIBEIRO JUNIOR, J. A.; SANT'ANA JÚNIOR, H. A. A política de desenvolvimento sustentável da Vale. Geografia Ensino & Pesquisa, v.15, n.3, set/dez, 2011. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/231196145.pdf . Acesso em: 09 nov. 2022.
ROCHA, E. M. P; TOMMASIELLO, M. G. C. Análise de um projeto de educação ambiental proposto por uma empresa mineradora: educação ambiental ou marketing verde? . Anais[...] X Congreso Internacional sobre Investigación en Didáctica de Las Ciencias, Sevilla, 5-8 de septiembre de 2017. Disponível em: https://ddd.uab.cat/pub/edlc/edlc_a2017nEXTRA/60_-_Analise_de_um_projeto_de_Educacao_Ambiental_proposto_por_uma_empresa_mineradora.pdf . Acesso em: 09 nov. 2022.
SCOTTO, G. Narrativas contemporâneas na propaganda corporativa das empresas mineradoras transnacionais: elementos para a análise do "espírito" da mineração. Cuardernos del Instituto Nacional de Antropología y Pensamiento Latinoamericano. v.2 n.27, p. 37-54, 2018. Disponível em: https://revistas.inapl.gob.ar . Acesso em: 14 dez. 2022.
THOMPSON, J. B. Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa. 9° Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. 427 p.
TROCATE, C.; COELHO, T. Quando Vier o Silêncio: o problema mineral brasileiro. São Paulo: Expressão Popular, 2020. 149 p. Fundação Rosa Luxemburgo.
VALE. Fundação Vale: uma referência na agenda social brasileira. Iniciativa, ambiental, social. 2022. Disponível em: http://www.vale.com/brasil/pt/initiatives/environmental-social/fundacao-vale/paginas/default.aspx . Acesso em: 09 nov. 2022.
VIEIRA; V.; RESENDE, V. M. Análise de discurso (para a) crítica: o texto como materialidade de pesquisa. 2°ed, Coleção Linguagem e Sociedade, Vol.1, Campinas - SP: Editora Pontes, 2016, 196 p.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Revista Sergipana de Educação Ambiental 2023
Ce travail est disponible sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International .
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
